CHAPTER 27: O céu

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Aqui está o capítulo de hoje amores, espero que gostem ❤️😘

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POV Ariel

Estou deitado na cama do meu pai jogando uns jogos no tablet, ele está dobrando algumas roupas sentado na cama. Notei que ele quase não disse uma palavra desde que voltamos do riacho.

Angel me ajudou com o banho e escolheu um pijama confortável para que eu vestisse. Depois me deu um copo de leite com uns biscoitos e me liberou para brincar com o tablet. Ele está bem distraído e isso me deixa preocupado.

— Papai..? – Chamo, esperando ele me olhar.

— Sim bebê?

— Está tudo bem?

— E por que não estaria?

— Você parece preocupado com alguma coisa... E começou depois que aquele anjo apareceu. – Rebato tentando conectar os pontos.

— Impressão sua filho. – Sorri ele.

— Não é não. Eu sou esperto e sei perceber quando tem algo errado.

Angel me olha durante alguns segundos.

— Ariel... Isso não é assunto seu. É um problema de adultos. – Explica ele suave sem soar rude, mas visivelmente querendo mostrar meu lugar.

— Mas eu entendo...

— Claro que entende. Você é o garoto mais esperto que eu já conheci.

Ri Angel balançando a cabeça.

— Vamos... Me conte o que está acontecendo. Por favorzinho...! – Peço deixando o tablet de lado e me aproximando mais de onde ele está. Angel parece pensar por alguns instantes e logo sorri.

— Você é muito teimoso sabia?

— Eu herdei isso do meu pai. – Sorrio orgulhoso.

Angel concorda levemente com a cabeça sem deixar de sorrir.

— Eu já te contei sobre o céu?

Estranho sua pergunta e penso um pouco.

— Não muito... Quase nada na verdade. – Falo percebendo que realmente não costumamos falar sobe o céu.

— Bom... Existem milhares de anjos vivendo lá. De diferentes hierarquias. Eu era da elite... E adorava aquilo. Tinha tudo o que desejava e era responsável pelo setor de batalha, treinamento e missões. – Murmura sorrindo enquanto contava – Lá não temos filhos. Somos todos irmãos, e uns cuidam dos outros. Os mais velhos acabam assumindo a responsabilidade e agindo como pais. Como responsável por um setor, todos que estão lá automaticamente ficavam sob minha responsabilidade enquanto estavam lá. E alguns deles me lembram muito você se quer saber.

Rio baixo.

— Quando te conheci você não parecia ter muita experiência com crianças.

— E não tinha. Eu cuidava da parte das batalhas e dos treinamentos, e minha irmã das missões e da disciplina. Eu nunca me envolvi emocionalmente com nenhum deles... Embora alguns realmente precisassem... Eu não entendia. Eu simplesmente amava o meu trabalho, era o meu dever.

— Oh... Então você é bom com lutas.

— Sou o melhor. – Sorri ele – Mas não uso isso aqui. Seria injusto.

— Seria incrível! – Bato palmas animado – E você tinha uma casa?? Ou vivia nas nuvens como nos desenhos?

Confesso que estou bem animado com essa história. Saber um pouco mais sobre a vida dele. Sobre o local aonde ele foi criado.

— Eu tinha... Ela era enorme e eu quase não parava lá. Ficava mais no trabalho ou na terra do que em casa. Afinal eu vivia sozinho. – Me explica dando de ombros enquanto ri de minha pergunta – E eu sempre amei a terra... Os humanos sempre me fascinaram.

Suas palavras são acompanhadas por um brilho sincero no olhar. Ele realmente gosta daqui.

— Eu acho os humanos confusos. – Admito deitando com a cabeça sob as pernas dele enquanto o olho nos olhos – Mas eu acho que gosto deles também. Principalmente do Josh.

— Você realmente se dá bem com ele não é?

— Ele é incrível papai.

Angel concorda com a cabeça com um olhar divertido.

— Ele é sim. Todos são.

— Me fale mais sobre o céu. Como são as coisas lá?

Vejo ele ficar mais tranquilo e descontraído enquanto me contava.

— Bom... Lá o tempo se passa de forma diferente. Somos imortais, então o que é muito tempo para os humanos, para nós não é nada. Por isso até determinada idade, todos os anjos são considerados crianças. Recém nascidos para ser mais específico. Eles ficam aos cuidados de alguns irmãos, e enquanto estes trabalham os recém nascidos ficam em um lugar com outros anjos que trabalham com o único intuito de cuidar deles. Funciona como uma creche humana, para que você entenda melhor. – Me explica pensativo, como se estivesse tentando se lembrar dos mínimos detalhes – Os recém nascidos não podem ficar sozinhos, precisam de um anjo adulto para tudo. Por serem anjos possuem muito poder... E quase nenhum controle. Na creche eles aprendem um pouco sobre isso, aprendem a se controlar. Mas ficar sozinho não é permitido até determinada idade, afinal esse poder pode ser usado de forma equivocada e muito estrago poderia ser feito.

— Se eu morasse lá ainda estaria nessa creche?

— É provável. – Ri ele – Mas em pouco tempo já iria para o instituto 2.

— Que seria?

— Um tipo de escola, centrada mais no aprendizado e conhecimento. Lá você já tem permissão para fazer as coisas sozinho, tem um tempo com os demais anjos de sua idade, tem mais liberdade sabe?

— Oh... E na creche não?

— Não. Nem ir ao banheiro sozinhos os pequenos podem. É um costume... São muito jovens e precisam de supervisão sempre. – Diz como se fosse óbvio.

— Você cuidava de alguém por lá?

— Não... Eu não tinha tempo ou paciência.

— Mas alguém cuidou de você. – Sugiro olhando ele e vejo o mesmo sorrir.

— Daniel cuidou de mim durante muitos séculos. Até eu ter idade suficiente para ganhar um cargo bom e poder ir morar sozinho. Mas demorou muito para isso acontecer...

— Então ele é tipo o seu pai?

— É meu irmão... Mas foi ele quem me criou.

Que legal! Ele tem toda uma família... Mas que provavelmente eu nunca irei conhecer.

— E ele era bravo?

— Era firme. Não aceitava erros. Como a maioria dos anjos são. – Diz ele e não parece ressentido com isso. – Vivemos a base de regras.

— Ele batia no seu bumbum também? Quando você fazia algo errado?

Angel ri da minha pergunta e me abraça de forma carinhosa.

— Batia sim. Mas não dá forma como eu faço com você.

— Como assim?

— Bom, lá eles usam a vara. E jamais é sobre o colo, será com você de pé ou inclinado em algum lugar. Depois do castigo você limpa as lágrimas e segue em frente. Nada de consolo ou carinho. Você erra, é punido e depois segue em frente.

Arregalo os olhos, não gostei nem um pouco dessa parte.

— Isso parece terrível...

— Não é quando você cresce acreditando naquilo. É normal... Agora para você certamente seria horrível. E agora para mim também. Passamos tempo o suficiente com os humanos para aprender emoções humanas... E fazer parte de tudo isso.

Angel fala com calma e tranquilidade, e eu ouço tudo atentamente. Cada palavra.

— Você tinha muitos amigos lá?

— Tinha sim... Eu não me dava bem com todos os meus irmãos, mas haviam alguns que eram meus melhores amigos. Estavam ali sempre... E eu estava ali por eles.

— Você senta saudades?

— Muita meu amor.

— Pretende voltar lá um dia?

Angel me olha com atenção, como se estudasse minhas palavras.

— Você gostaria de conhecer o céu?

— Claro! Parece maravilhoso... Mas eles jamais me deixariam chegar nem perto do portão. – Rio baixo.

— Você é metade anjo Ariel..

— E metade demônio. Não vamos esquecer desse pequeno detalhe. – Brinco pegando meu urso de pelúcia que está sob a cama. Angel acaba rindo também e beija minha cabeça.

Ouço passos se aproximando e não demora muito para que Lilith entre ali.

— Angel... Precisamos conversar.

Ela está séria e desvia o olhar em minha direção.

— Ariel vá brincar lá fora. – Pede a loira entrando no quarto.

— Não... Eu tô com o papai. Vai você lá para fora. – Rebato irritado por ela já chegar assim.

— Filho eu não estou com paciência. Por favor sim?

Olho papai que apenas concorda levemente com a cabeça. Suspiro baixo e pego meu tablet e meu urso antes de sair do quarto emburrado.

POV Angel

— Você parece nervosa...

— Eu fui atacada. Na cidade..

Ah então ela vai me contar? Irei seguir seu jogo...

— Por quem? Caçadores?

Lilith nega com a cabeça.

— Anjos. Um grupo deles.

— Você não está ferida...

— Exatamente. Eles me atacaram com tudo o que tinha e nada aconteceu... Disseram que o bebê estava me protegendo. Ficaram nervosos e desapareceram. Foi estranho.

— Aonde você estava?

— Isso não importa... Estava voltando para casa. – Diz ela se sentando na cama. Lilith está mentindo... – O que importa é que eles mencionaram um bebê.. Sabe o que isso significa?

— Que você está grávida. – Digo respirando fundo.

— Não pode ser só isso...

— Como não?

— Quando eu estava grávida de Ariel... Eu fiquei forte mas não assim.

— Então esse bebê é mais poderoso do que pensamos... – Sugiro confuso. Ainda com os pensamentos na conversa que tive mais cedo.

— Eu não sei Angel... Tem algo estranho acontecendo. Eu não senti ele... E nem você.

— Ele deve estar escondido do sobrenatural. Uma forma de proteção... Iremos marcar um médico, talvez um ultrassom mostre alguma coisa.

— É meio ingênuo da sua parte pensar isso. – Diz ela colocando a mão na barriga e rodando os olhos.

— Ele está se escondendo do sobrenatural... Não de humanos comuns Lilith. Pense nisso.

Murmuro me sentando ao lado dela. A loira me olha e sorri levemente.

— Acho que essa é a nossa segunda oportunidade... – Diz pegando minha mãos entre as suas e levando até sua barriga.

Forço um sorriso, eu definitivamente não sei o que pensar sobre isso. Eu não quero ter mais um filho com ela... Eu amo Ariel mais do que qualquer coisa. Mas é complicado... Já é difícil cuidar de um híbrido. Por causa disso estamos aqui, isolados no meio do nada. Não estou pronto para cuidar de um bebê assim... Mas agora não tem mais volta.

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⏰ Última atualização: Dec 22, 2020 ⏰

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