Olá meus amores, aqui está o capítulo de hoje. Espero que gostem ❤️
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POV Ariel
Já fazem algumas semanas que estamos aqui e eu já sinto falta do tio Dave e do Josh. Os únicos contatos que tenho aqui são Angel e Lilith. É ultimamente os dois estão um saco.
Estão extremamente próximos, estão sempre conversando e rindo. Relembrando velhas histórias. Eu não entendo o que meu pai vê nela.
— Ariel vem comer. – Ouço a loira me chamar entrando na sala aonde estou.
— Eu tô ocupado se não percebeu. – Murmuro rodando os olhos enquanto volto a atenção para os meus brinquedos no chão.
— Depois que comer você brinca filho. Agora vem. – Ela me estende a mão se aproximando.
Não respondo e continuo brincando distraidamente.
— Se eu tiver que chamar seu pai...
— Eu não ligo para o que você faz ou deixa de fazer. Pode chamar quem quiser, eu não irei sair daqui.
— Você está sendo infantil...
— Talvez porque eu seja uma criança Lilith.
Ela me olha um pouco surpresa. Talvez parando para pensar nisso pela primeira vez.
— Você já é bem grandinho... Tem mais de um século de vida.
— Tenho um pouco mais de dois. Mas o que significa isso para os demônios? E para os anjos? Não significa nada... Para Angel eu ainda sou um bebê e ele me trata assim. E quer saber? Eu gosto Lilith... Gosto de ter algum que me ama incondicionalmente e me trata de forma tão gentil. Gosto de me sentir cuidado e protegido. Só porque eu aparento a idade em que os humanos são considerados "adultos" não muda o que eu sou. Você nunca entendeu isso.
Vejo ela me olhar ainda surpresa e respirar fundo antes de se sentar ao meu lado no chão.
— Eu... Eu sinto muito por nunca ter entendido isso bem. Eu estava com tanta raiva por tudo... Por ter sido enganada pelo seu pai, por ter sido presa no pior dos lugares. E você era o lembrete vivo do porquê de eu estar ali... Era o lembrete real da minha dor. Eu acabei descontando em você... E quando vi que poderia nos tirar dali e governar o mundo, eu pensei que poderia usá-lo para isso. Eu sinto muito por isso Ariel... Você é o meu filho e eu deveria ter agido diferente. Estar aqui agora... Com você e o seu pai sempre foi tudo o que eu quis. Desde o momento em que soube que estava grávida. Eu queria uma família.
Ela fala tudo com tal convicção... Porém eu não sei se está sendo sincera ou manipuladora. Ela é boa nisso.
— Você não me engana... – Digo unicamente.
— Não quero te enganar. Quero resolver as coisas. – Responde rapidamente.
Pego um dos meus bonecos e volto a brincar com ele.
— Seu pai pediu para eu vir lhe chamar. Sabe que se não for ele ficará bravo.
— Eu não tenho medo dele.
— Acho que ele nem quer que tenha. Mas também acho que você não irá querer almoçar sentado depois de ganhar uns tapas. – Me recorda ela como quem não quer nada.
A olho um pouco irritado por ela ter razão nisso.
— Eu só vou comer um pouquinho...
— Vai comer o que está no prato. Já notei que Angel não desperdiça comida. – Diz se levantando sorrindo enquanto me espera fazer o mesmo. Bufo baixo e levanto irritado antes de seguir ela para a cozinha.
POV Angel
Consegui ouvir um pouco da conversa dos dois embora não demonstre isso. Senti sinceridade na voz de Lilith... E ressentimento na voz do meu pequeno.
Ainda estou aprendendo a ser pai com ele... E só estou levando em conta costumes humanos. Mas pelo que vi Ariel entende o que é... Que é apenas uma criança pequena para nós, e acho que já está na hora de começar realmente a tratá-lo como tal. Embora eu saiba que já faço isso na maior parte do tempo.
Ariel chegou em minha vida com uma história, um passado. E infelizmente eu não posso apagar isso.
Sorrio ao ver ele entrando na cozinha com um leve bico nos lábios.
— O que foi pequeno?
— Eu queria brincar. – Murmura emburrado enquanto caminha até onde estou.
— Vai poder fazer isso mais tarde. Desde que limpe o prato. – Beijo sua cabeça o pegando no colo com facilidade para colocá-lo sentado na cadeira.
— O que cozinhou hoje?
— Hmm... Veja por sua conta e risco.
Falo sorrindo a ela. Fiz um dos pratos favoritos do meu anjinho, sei que ele irá comer tudo sem reclamar.
Ariel olha devagar mas vejo um sorriso enorme estampado em seu rosto quando ele vê do que se trata.
— Obaa!! Eu gosto papai, eu gosto!
Diz saltitante.
Rio baixo e olho Lilith que sorri. Ela fica extremamente bonita quando sorri.
Coloco meu pequeno sentado na cadeira e deixo ele comer em seu devido tempo. Lilith nota meu olhar sob ela e lança uma piscadela rindo baixo e se sentando a mesa.
Me sento também enquanto como devagar, ouvindo Ariel falar sobre a nova brincadeira que inventou e em como sente falta de Josh, seu único e melhor amigo. Sei que é solitário para ele ficar aqui... Mas por enquanto isso é o melhor que temos. Ele matou pessoas... Mesmo sem ter intenção disso. E os caçadores não irão parar tão rápido. Por que eu fugi ao invés de lutar? Porque eu não quero ter mais sangue em minhas mãos... Porque sei que uma hora eles irão cansar e seguir com suas vidas. Eu não sou um monstro e o meu filho também não.
Lilith queria atacar... E sei que ela faria isso sem problema nenhum se eu não lhe impedisse. Para ela é fácil.
Então não sei ao certo quanto tempo ficaremos aqui, só espero que Ariel consiga se acostumar. Eu também sinto falta da minha vida... Do meu melhor amigo, do meu trabalho, da minha casa. Mas tento me distrair toda vez em que penso em tudo isso.
— Angel, pode me ajudar com as roupas depois do almoço?
— Claro. – Sorrio a ela que retribui o gesto. Olho nosso filho que está separando toda a vagem em um cantinho do prato.
— Hey moço, pode comer tudo que está aí. Incluindo as vagens. – Digo chamando sua atenção. Ele estava tão distraído que noto que levou um pequeno susto quando me ouviu.
— Mas eu não gosto de vagem papai.
— Não importa se gosta ou não querido, deixar comida no prato não é uma opção. – Falo sincero. Digamos que sou bem chato em relação a isso. Então tento criar meu filho de forma que ele saiba disso e de forma que ele aprenda a gostar de tudo. Afinal, comida é comida.
— Mas é ruim papai... – Choraminga Ariel já me olhando de forma sofrida.
— Não é ruim. É falta de costume.
— Eu não vou comer!
— Ah você vai sim.
— Não vou!
— Ariel, mais um grito que você de na mesa e irá terminar esse prato com a bunda quente. – Advirto sério.
— Você é um chato!! – Solta ele irritado enquanto levanta da cadeira. Faço menção de me levantar também porém Lilith faz um sinal com a mão para que eu fique onde estou.
Ela se levanta devagar e com a expressão calma, caminhando até Ariel que lhe olha de forma desconfiada.
— Ariel, peça desculpas ao seu pai agora e se sente para terminar de comer.
Seu tom é sério e não dá brecha para discussões. Porém como meu filho é teimoso, isso não o parou.
— Eu não vou pedir desculpas coisa nenhuma. E também não vou comer mais!
Ele parece uma criança em plena birra. E confesso que isso ainda é novo e estranho para mim.
— Ah não? Então irá vir para o meu colo e depois de umas palmadas irá comer tudo, só que irá perder o privilégio de poder fazer isso sozinho. – Avisa a loira e sinto que ela não está brincando. Nosso filho lhe encara durante alguns segundos, como de estivesse decidindo entre acreditar ou não.
— Ah vai se foder Lilith. – Solta ele, o que me surpreende bastante. Aonde esse menino está aprendendo esses palavrões?!
Antes que eu possa interferir ela puxa a cadeira que estava sentada e volta a se sentar ali, puxando Ariel para seu colo. Ele começa a se debater na tentativa de se soltar. Eu me preparo para impedir caso ela passe dos limites, porém vejo que a mesma está bem calma.
— Para!! Você não pode me castigar!
— Eu sou sua mãe, então sim. Eu posso. – Diz ela enquanto se apressa em abaixar a calça do pijama que Ariel está usando. Revelando uma cueca fofa com estampas de macaquinhos. Lilith puxa a peça para baixo segundos depois, expondo o bumbum branquinho de Ariel.
Ele choraminga batendo as pernas com força. Lilith olha em direção a bancada e com um gesto faz a colher de madeira chegar até suas mãos em questão de poucos segundos.
— Acha que essa malcriação toda irá te levar aonde?
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— Aiii!!!!
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— Irá te trazer para o meu colo!
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Ariel se debate com mais intensidade, batendo as pernas no ar.
Sei que Lilith está utilizando força, mas não o suficiente para machucá-lo. Então decido não interferir.
Sei que ela é nova nisso. Provavelmente é a primeira vez que está castigando alguém dessa forma. Acredito que ela tenha aprendido ao longo das semanas, observando como eu lido com as travessuras do nosso filho.
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PLOF PLOF PLOF PLOF PLOF
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— Auuu!!! Dói...!
— Claro que dói. É um castigo. – Responde ela rodando os olhos – Você deve respeito ao seu pai.
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PLOF PLOF PLOF PLOF PLOF
— Você deve respeito a mim.
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— Se pedimos para você comer tudo, você obedece. Isso é para o seu bem e não o contrário.
PLOF PLOF PLOF PLOF PLOF
PLOF PLOF PLOF PLOF PLOF
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Lilith levanta a mão no ar e acerta a colher repetidas vezes sobre as nádegas agora vermelhas de Ariel.
Meu menino já está chorando e isso faz meu coração apertar. Acredito que ele já tenha aprendido a lição. Pois parou de se debater e agora apenas chora baixo.
— Se eu tiver que chamar sua atenção novamente por uma dessas coisas, você não irá gostar nem um pouco do que vai acontecer.
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PLOF PLOF PLOF PLOF PLOF
PLOF PLOF PLOF PLOF PLOF
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A loira finalmente encerra o castigo, colocando a colher sob a mesa e respirando fundo logo em seguida.
Ela me olha durante alguns segundos antes que eu concorde levemente. Já é o suficiente. Lilith assente devagar com a cabeça e então ajuda meu filho a levantar. Seu rosto está ensopado em lágrimas.
— Você aprendeu a lição? – Pergunta fazendo ele lhe olhar nos olhos.
— Sim... – Responde ele baixinho.
Lilith concorda com a cabeça, dando um beijo na cabeça do garoto e em seguida terminando de tirar sua calça.
— Muito bem, agora ficará o bumbum de fora para que ele possa respirar um pouco. Não irá querer vestir nada que fique colando em sua pele. – Avalia ela com calma enquanto faz com que Ariel se sente em seu colo.
— Lilith...
— Shh, você irá comer.
Diz ela puxando o prato para perto e pegando uma colher. Então ela irá mesmo cumprir o que disse...
Ariel me olha com os olhos arregalados.
— Papai diz para ela que eu sei comer sozinho...
— Ela já havia te advertido sobre isso meu amor. – Respondo com certa dó. Mas não é algo ruim.. Ele só não está acostumado.
Pelo visto as coisas estão mudando por aqui... Lilith está tentando ser a mãe que nunca foi para nosso filho. Eu só espero que isso seja algo bom.
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Entre sombras e luz
FanfictionEle apareceu na porta da minha casa em uma noite qualquer. Seus olhos castanhos. Alguns cortes deixavam-se ver por todo o seu torso. A pele suja de um líquido viscoso e vermelho. Sangue. Ele estava sozinho, carregando apenas dor e ressentimento...