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Narrado por Ryan:

Sai do bar me sentindo mal, fui dar uma volta na praia, fiquei um tempo lá até o frio me correr, cheguei em casa e vejo o carro do meu pai ainda na garagem.

-Fala sério!

Entrei devagar e escuto barulho no escritório da minha mãe. Escancarei a porta.

-O que faz ai?

-Procurando uma coisa importante!

-Não tem nada pra você ai, minha mãe odiava que mexessem nas coisas dela!

-Sua mãe está morta!-disse ele sem me olhar.

-Por sua culpa!

-Não tem provas disso!-ele passou a mão em cima da mesa da escrivaninha e parti pra cima dele.

Ele me deu um soco quê me jogou contra a parede, a campainha tocou insistente.

-Merda!-disse meu pai.-Terminamos isso depois!

Ele desceu as escadas e eu segui atrás dele. A campainha seguiu tocando. Ele abriu a porta e meu coração quase parou.

. . .

Narrado por Ayla;

Pietra me deixou em frente da casa, faltam uns 3 minutos pro horário que a cartomante me deu, comecei a andar de um lado pro outro na frente da casa, o que eu falo ou faço? Ouvi o som de coisas quebrando e corri sem pensar, apertei a campainha. Eu sou louca só pode, toquei de novo, e deixei meu dedo na campainha, e se realmente não sonhei, e se eu vou salvar a vida de alguém mesmo. . .

Um senhor abriu a porta.

-Pois não?!-perguntou ele.

-Ayla?!-disse Ryan atrás dele. Meu coração quase saiu pela boca.

-O-Oi. . . Amor!

-Oi!-disse ele se aproximando.

-O que ouve com você?!-perguntei com o medo instalado em meu peito, fui até ele e o beijei no rosto.

-Quem é você?-perguntou o senhor fechando a porta e se voltando pra mim.

-Sou a namorada do Ryan!-falei com um frio na barriga.

O que eu to fazendo.

-Ah, ele me falou que tinha uma namorada, mas não acreditei!

-Sou Ayla!-falei estendendo a mão pra ele, que parecia relutar em aceitar meu cumprimento, mas o fez.

-Brad, pai de Ryan!

-É um prazer conhecê-lo!-Só que não.-Desculpa incomodar eu não sabia que o senhor estava em casa, é que eu sai mais cedo do trabalho e vim ver se você queria sair comigo.-falei me virando pra Ryan que não atinava a nada.

-Ca-Claro amor!-disse ele voltando a si.-Vou pegar o outro capacete.

Ele subiu as escadas e olhei para aquele homem mal encarado.

-Vocês brigaram.-deduzi ao ver o rosto dele machucado também.

-Não é da sua conta garota!

-Uau!-falei com ironia.-Só pra constar, se ele é meu namorado isso é super da minha conta!

-Olha aqui . . .

-Vamos meu amor?!-disse Ryan.-Quero te levar num lugar que você vai amar!

-Sendo com você é claro que vou gostar.

Ele pegou minha mão.

-Até mais sogrão!-falei sem o olhar.

Ryan entrou na garagem e pegou um capacete pra mim e o dele, achei que ele tivesse ido pegar o capacete lá em cima, saímos em silêncio dali. Sinceramente estou pasma comigo mesma, o que deu em mim, o que aconteceu hoje foi surreal, espero acordar logo e ser um sonho, só isso. Ele me levou a praia do centro que é iluminada pelas casas. Ao estacionar, ele tirou o capacete e eu não consegui descer da moto, fiquei ali abraçada a ele, Ryan suspirou, passou as mãos nas minhas que estavam na frente de sua barriga.

-Obrigado!-disse ele.-Não sei o que ouve, mas de certo modo. . . Você me salvou!

Eu não consegui responder, não sabia o que dizer e menos ainda o que estava acontecendo, de repente me deu vontade de chorar.

-Ei?! Ayla?!

Ele soltou meus braços e desceu da moto, tirou o meu capacete e cobri o rosto com as mãos, ele me puxou da moto e me abraçou enquanto eu chorava, minhas lágrimas não vão aliviar a confusão em minha mente, mas preciso por pra fora de algum jeito. Sua mão acariciava meu cabelo e minha nuca.

-Eu não sei lidar com isso!-sussurrei sem pensar.

-Olha, não precisa, não se force a fazer algo que não quer. . .

-Eu. . . Não tive escolha!

-Claro que tem escolha, eu jamais te forçaria. . .

-Não é você!

-Então não entendo?!

Como ele seria o amor da minha vida se eu me irrito com ele com tanta facilidade, eu não sinto amor por ele.

-Ayla, quer ir pra casa?

"Não" -soou dentro da minha cabeça.

-Não!

-Você não parece bem.

-Eu estou bem! -mentira.

-Então por que está irritada?

-Eu não to!

Ele foi sorrir e o lábio se abriu e sangrou.

-Au!

-Vem comigo, vamos lá em casa, vou limpar seu sangramento!

Fui até a moto e subi, Ryan suspirou e subiu na moto me levando até em casa, desci frustrada e abri a porta, olhei pra ele e não tinha descido da moto ainda.

-Vem!-falei.

Ele entrou e o levei até a cozinha, o sentei da banqueta e peguei a maleta de primeiro socorros. Peguei uma gaze e água oxigenada pra limpar o sangue.

-Au, isso arde!-ele me segurou pela cintura.

-Fica quieto!

Segurei a queixo dele e limpei em volta, depois voltei minha atenção pro corte, suas mãos apertavam um pouco minha cintura em quanto o limpava, puxei o lábio pra olhar o estrago por dentro e ele me esmagou.

-Deixa eu ver?

-Isso dói!-choramingou.

-Preciso ver se precisa dar pontos!

Ele revirou os olhos lacrimejados e eu bufei. O encarei, aqueles olhos cor de chocolate, minhas pernas começaram a tremer.

-Você tem os olhos iguais. . . -sussurrei.

Ele me olhou desconfiado, levantando uma sobrancelha e afloxou as mãos.

-Filha?-disse minha mãe parada na porta da cozinha.

BreakOnde histórias criam vida. Descubra agora