Narrado por Ayla;
Depois da noite mágica, e da manhã mais gostosa, fomos pra casa do meu pai. Quem nos recebeu foi ele, entramos e minha madrasta veio nos cumprimentar, a barriga era tão grande que eu mal consegui lhe dar um abraço como cumprimento, Ryan foi simpático com os dois.
-Quer ver o quartinho da sua irmã?-perguntou-me Mary.
Ryan apertou minha mão e me deu um beijo na bochecha.
-Vai lá meu amor, eu fico conversando com seu pai.
-Tá bem!
Subi as escadas com ela.
-Já escolheram um nome?
-Ainda não, eu quero ver o rostinho dela primeiro!
Ela abriu a porta e um quarto de princesa estava completo, tinha 10x mais roupas do que eu tinha no meu armário. Brinquedos e coisas que ela nem iria aproveitar.
-O que achou?
-É lindo!-menti.
-Mas?
-Mas nada, é lindo mesmo, só olha eu sei que é sua primeira filha e. . . Esquece eu não tenho que me meter, só aceitar e amar!
-Pode falar!-disse ela pegando minha mão.-Achou um exagero não foi?!
-É que na verdade é muita coisa pra um bebê. . . Não me leve a mal.
-Não, tudo bem, eu também achei, mas só vi depois que montei o quarto.
-Mas é lindo igual!
-Quer ver as fotos da ultrassom?
-Quero!
. . .-Ayla eu queria te pedir perdão. . .
-Não precisa Mary. . .
-Preciso sim, você gostava de mim, e eu te traí!
-Traiu a minha mãe!
-Não, seus pais já não estavam vivendo como casal desde que sua mãe começou a trabalhar. . .
-Ela precisava sair de casa, ela era uma escrava do lar!
-Agora é uma escrava do trabalho, ela procura sempre uma fuga, mas ela se dedica tando que termina escrava das coisas, aposto que você mal a vê.
-Ela gosta do que faz!
Ela pegou minha mão, e olhou em meus olhos.
-Pensa Ayla, sei que seu amor por ela é incondicional, nem quero que mude isso, mas pare pra pensar agora que você tem a quem amar, se fosse seu namorado, trabalhando dia e noite, te vendo apenas na hora de dormir, como se sentiria?
Ok ela tem razão quanto a isso, não posso negar, desviei os olhos.
-Tem razão, mas não apaga o que ele fez!
-Ele já tinha falado com sua mãe, Ayla, ela não quis ouvir.
-Ela perdoou vocês, mas eu não consigo. . .
-Queria que você não tivesse essa magoa, queria que minha filha convive-se com a irmã mais velha, que ela se espelha-se em você.
Sorri em pensar nela correndo atrás de mim.
-Eu vou tentar ser uma boa irmã!
-Ela chutou, quer sentir?
-Quero!
Coloquei a mão na barriga enorme e a movimentação na barriga dela me lembrava de filmes com alienígenas, sorri com o pensamento.
-//-
Narrado por Ryan:
Desconfortável, essa palavra definia Ayla, estou tentando ser mais descontraído possível pra melhorar a situação, ela ainda não me contou o que ouve pra ela se sentir assim em relação a ele.
Ayla subiu com a madrasta e eu fiquei com meu sogro na sala. É até engraçado pensar assim, até uma semana atrás eu nem sonhava em namorar agora to aqui com o pai da garota da minha vida.
-Minha Lalá nunca vai me perdoar!-disse ele enchendo um copo com wisk e gelo.-Quer um?
-Não, obrigado!
-Uma cerveja?
-Pode ser!
Ele foi ao bar que ficava na sala e pegou uma long neck, sentou na poltrona de frente pra mim.
-Ela te contou?
-Não!
-Mary era minha secretária. Eu e a mãe de Ayla já não tínhamos mais um casamento, estávamos juntos por tá, pois mal nos víamos, e eu já estava preparado pra pedir o divórcio assim que eu e Mary começamos a nos relacionar, mas eu enrolei e Ayla terminou me pegando com Mary no escritório!
-Então ela se sente traída por você!-concluí.
-Sim, com razão, eu não a julgo, mas já tem mais de um ano e ela não consegue me perdoar, não sei mais o que fazer, ela é minha garotinha!
-Ela está tentando, mas a memória ainda está fresca na mente dela, tanto que eu a ouvi dizer que quando você liga pra ela tudo volta em sua mente, então dá mais um tempo pra ela!
-Isso está me matando por dentro!
-Sinto muito por tudo isso!
-Você parece ser um bom garoto!
-Estou tentando ser!
-Nunca a traía garoto, já viu como ela é!
-Não tenho essa intenção!
-Como se conheceram?
-Na escola, sabe quando você nunca viu aquela pessoa na vida, mas quando olha pra ela pensa,"é ela", e sua vida vira de cabeça pra baixo.
-Garoto você está realmente apaixonado por ela!
-Acho que é mais do que isso!
-Amor?
-Talvez além!
-Quantos anos você tem?
-18!
Ayla desceu antes do interrogatório continuar. Ela parecia um pouco melhor, desceu mais sorridente.
-Precisamos ir, temos um pequeno tur pra planejar!-disse Ayla.
-Tur?
-Sim, assim que minha irmã nascer, vamos conhecer um pouquinho da Europa né meu amor?!
-Sim, estamos pensando em talvez estudar por aqui, então vamos dar uma olhada nas universidades.-falei.
Ayla sorriu, sentou no braço do sofá e colocou os braços na minha volta.
-Talvez em Londres quem sabe, assim poderia visitar minha irmã mais seguido!
-Isso ia ser incrível!-disse Mary.
-Podem procurar um apartamento, eu posso alugar pra vocês. . .
-Não precisa meu sogro, tenho como nos sustentar!
-Seus pais s. . .
-Minha mãe me deixou uma fortuna de herança quando ela foi. . .faleceu.
-Sinto muito por sua perda!-disse Mary.
-Está tudo bem!-falei.
-Por que não vão de trem, em menos de duas horas e meia tão lá.
-Não sabia que dava pra ir de trem!-falei.
-Podem ir e voltar no mesmo dia.-disse meu sogro.
-Podemos ir amanhã de manhã então!-disse Ayla.
-Vamos sim, agora poderíamos dar uma volta pra conhecer Paris!-falei.
-Adoraria!
Nos despedimos e ao sair noto um cara estranho do outro lado da rua olhando pra casa, saímos a pé, coloquei meu braço pela cintura da Ayla e ela no meu.