Narrado por Ayla:
Levar um tiro dói, e muito, mas ia doer mais perder ele. O que sinto por Ryan não é deste mundo, não tem como ser deste mundo, faz dias que o conheço e já passamos por tantas coisas. Agora estou aqui no hospital louca pra conhecer minha irmã. Meu pai está recebendo o informativo sobre o ocorrido. Sai dali direto ao quarto da minha madrasta.
Jade estava babando no bebê, sorri ao vê-la.
-Oi!-sussurrou Jade.
Mary estava dormindo. Fui até Jade e ela me entregou a bebê, estava dormindo.
-Oi irmãzinha?!
Ela sorriu pra mim. Meu coração transbordou e comecei a chorar do nada, só por um sorriso.
-É emocionante né?-sussurrou Jade.
-É, é sim!
Dei um beijinho em sua testa e acariciei sua cabecinha com minha bochecha, ela tem um cheirinho bom. Ryan e meu pai entraram no quarto.
-Como você está?-perguntou Ryan me abraçando por trás com uma mão e puxando um pouquinho a coberta para ver o rosto da minha irmã.-Caramba ela é a sua cara!
-Linda né!-falei.
-Com certeza!-disse ele.-Seu braço?
-Está bem, ta com uma anestesia local, tiraram a bala, deram ela pra mim quer ver?
-Depois!
-Quer pegar ela?
-Tenho que treinar né?!
Ele vez um ninho com os braços e eu a coloquei ali, beijei sua bochechinha. Mary acordou e abriu os braços pra mim, a abracei emocionada.
-Deu tudo certo?-sussurrou ela em meu ouvido.
-Deu sim!
-O que ouve com seu braço?-disse ela quando me afastei e ela viu o curativo.
-Uma bala atravessou meu caminho!-falei dando de ombros.
-Mentira!-disse Ryan.-Ela se jogou na frente da bala pra me proteger!
Ryan levou a bebê até Mary que a pegou e deu um beijo no rosto de Ryan.
-Você tem sorte de ter ela!
-Muita!
-Qual o nome dela?-perguntei.
-Eu ainda não sei, estava esperando vocês voltar pra me ajudar!
-Edith!-falei.
Ryan me olhou.
-Edith?
-É o nome de uma grande cientista e é um anjo da guarda incrível!-falei.
-Gostei de Edith!-disse Mary.
-Oi Edith!-falei e ela sorriu.
-Acho que ela amou!-disse Mary.
Ryan se emocionou, e tentou disfarçar de todas as maneiras possíveis, ninguém além de mim percebeu isso. Não dei esse nome a minha irmã pra deixar Ryan feliz, eu dei esse nome porque de alguma forma eu quero que minha sogra saiba que mesmo sem a conhecer eu a amo e quero que ela viva de alguma forma em minha vida.
. . .
Meu pai ficou no hospital com Mary e nós fomos pra casa dele, contamos todo o ocorrido, encomendamos pizza e depois fomos dormir, aninhei-me no corpo quente de Ryan e ele me abraçou.
Eu não conseguia dormir por mais cansada que eu estivesse. São quase 5 da manhã.
-Sabe o que eu descobri?-sussurrou ele.
-O quê?
-Que você também não consegue dormir!
Rimos.
-Estou brincando!-disse ele.-Descobri que o Amor nos faz pensar primeiro no outro e não em si, eu daria minha vida pela sua, se você precisasse de um coração eu morreria pra te dar o meu, e ver você se meter na frente de uma bala que estava direcionada pro meu peito. . .
-Eu te amo Ryan, de alguma forma, que sinceramente creio não ser desta vida!
-Tenho certeza disso, não fui um cara muito legal que te mereça nesta vida!
-Eu não quis dizer isso, apenas não tivemos a chance. . .
-Independente do que nos uniu, eu não quero me separar de você nunca nesta vida e nem na outra, por favor tenha paciência comigo, me molde, ajude-me a ser alguém que te mereça!
-Ah isso pode deixar comigo!-falei o fazendo rir.
. . .
Aproveitamos bem aquela semana em Paris com nossos amigos, fomos ao apartamento de Londres.
-Eu quero que venha morar aqui comigo. . .-murmurou ele.
-E se eu não quiser?
-Fico morando com você até debaixo da ponte se você quiser.
-Aceito!-falei.
-Ok, qual ponte você prefere?
-Não seu bobo, eu venho, vamos. . . dar uma chance e tirar um tempo pra nós.
-Sério?
-Muito sério senhor Ryan Conradh!
-Que bom futura senhora Ayla Conradh!
-Gostei, combina com meu nome!
Ele pegou minha mão e girou-me, eu ri e ele começou a danças mais desengonçado do que eu.
-Quero ser feliz!
- Uma vez eu li que não existe ser feliz, E sim estar feliz.
- Então quero estar feliz o tempo todo!-disse ele beijando-me.