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-Quero lhe dar isto!-ofereceu ele dois aneis aninhado em uma caixinha.-Estes aneiz representam um compromisso entre nós.

-Nunca usei nada assim!-sussurrei.

-Se não quiser usar eu vou entender. . .

-Não, eu quero, quero muito!-estendi a mão pra ele e ele pegou a outra, com um sorriso e brilho no olhar fiquei hipnotizada olhando aquele brilho enquanto ele colocava o anel em meu dedo.

-Agora você coloca no meu dedo esse aqui!

Foi um ato simples, mas com um significado grandioso. Nossa noite foi incrível, descobri muitas coisas sobre Davi como gosto por livros de fantasia, músicas que jamais ouvi e agora gosto de todas, alimentos de sua preferência, ele me contou um pouco de sua infância e dividiu sua frustração com o abandono do pai.

-Acho que já falei de mais sobre mim. . .-ele hesitou.-Queria saber um pouco mais sobre você!

-É justo -falei abraçando os joelhos enquanto fitava a torre.-Se minha história não fosse tão perturbadora!

Meu sorriso mal passou de uma tentativa inútil de levantar os lábios.

-A história . . . do tigre. . .

-Como sabe?!-disparei com meu coração acelerado com a lembrança.

-Então é verdade!-confirmou ele.

-Não sei o que lhe contaram. . .

-Bom eu acho você fantástica se quer saber.

Dei um sorriso amargo.

-Sou uma assassina Davi, o que há de tão fantástico nisso?

-Sua força. . .

-Vem do medo!-o olhei.-Era matar ou morrer, dois seres famigerados a espreita de quem sobreviveria, aquele animal era inocente, tanto quanto cada corça cujo tive que abater e depois bater com a ponta dos dedos. . . treinando até a maioria dos meus dedos quebrarem antes de eu conseguir penetrar sua carne com as mãos como se fossem lâminas.-suspirei.-O tigre foi o mais triste de minha vida, jamais esquecerei aqueles olhos sem vida depois de sufocá-lo até sua vida se esvair.

-Pode me contar?

-Jamais conte ao meu irmão!

-Acho que ele já sabe uma parte da história!-confessou ele.

-Fazem dois anos eu já conseguia quebrar ossos, já conseguia arrancar o couro de uma corça com os dentes!-passei o dedão sobre meu canino o raspando e lhe mostrei o corte pequeno com sangue, chupei o dedo e o pressionei com a outra mão. Davi estalou os olhos e desviei o olhar novamente.- Consigo perfurar pele e carne com minhas mãos, quebrar ossos com as palmas das mãos ou joelhos, já quebrei homens com o dobro do meu tamanho. Então, papai me deu uma tarefa, sobreviver, ele me levou a uma fazenda, onde. . .  me disse que se eu sobrevivesse a fome, ao frio e ao predador mais forte eu seria merecedora de seu orgulho.

-E você não teve medo?

-Tive, muito, mas. . . eu queria que ele se orgulha-se de mim, então assim que fui solta naquela área, comecei a fazer o reconhecimento daquela área. A primeira vez que me deparei com aqueles olhos amarelos com um contorno verde o tigre fugiu tanto quanto eu, ele ainda não estava com fome aquele dia, mas então a primeira noite passei acordada ouvindo qualquer barulho, mas cochilei quando o sol saiu e o tigre afiou as unhas em baixo da árvore levei um susto porque fui fraca e me permiti aquele cochilo.-Olhei pra ele para ver se o estava perturbando.

-Continua por favor!

Suspirei.

-Ele começou a subir ele olhava em meus olhos enquanto subia a adrenalina fluiu em minhas veias esperei ele estar entre os galhos grossos para eu conseguir me jogar da árvore e consegui correr como nunca, ele vou só 2 minutos mais lento do que eu e assim passamos o dia de gato e rato, me escondi em uma árvore mais fina e densa de folhagens, pra minha sorte  haviam 3 mangas maduras nela, o que saciou minha sede e fome naquela hora, passei a noite ali, pela manhã o tigre começou a me caçar outra vez, e eu sabia que era hora de parar de me esconder, ou eu virava o predador ou o banquete dele.

Comecei a visualizar tudo, veio como uma enxurrada de imagens.

-. . . desci da árvore e ele me viu, sedento e faminto, primeiro ele rugiu de onde estava, para me persuadir a correr, mas eu olhei em seus olhos, olhos puros e límpidos, primeiro ele hesitou, parecia pensar " devo estar alucinando ou o café da manhã ta vindo pra minha boca?"- sorri e olhei para Davi que estava com a boca entreaberta, passei os dedos em seu queixo e ele fechou a boca e piscou algumas vezes.

-Então?

-Não esperei que ele desse o primeiro passo, comecei a correr na direção dele, o tigre se abaixou e rugiu furioso pra mim então como eu havia calculado ele saltou, escorreguei por baixo dele e quando ele caiu com as quatro patas no chão eu pulei em cima dele, enlacei ele com minhas pernas, e com uma chave de braço e segurei, minha vida dependia do tempo que eu aguentaria, se eu afrouxasse um pouquinho que fosse eu já era, aguentei a queimação no meu corpo, até ele desabar no chão engasgado e até depois disso. . . meus braços praticamente soldaram em volta daquele pescoço e eu só conseguira pedir perdão. . . perdão. . . perdão. . .  mais um inocente a minha lista, tigres não matam por gosto, matam pra se alimentar e eu o matei para provar . . .

-Matou para sobreviver!

-Não importa, vou merecer cada segundo que passar no inferno quando eu morrer.

-Não meu amor. . .-Davi passou a mão limpando as lágrimas que eu não percebi escorrer por meu rosto.-Você é inocente . . .

-Não seja condescendente comigo Davi.

Davi beijou minha bochecha.

-Pelo menos ele disse que se orgulhava?

-Não. . . quando ele me encontrou eu estava abraçada ao tigre chorando com a cara enterrada em seu peito, ele não morreu sem lutar -sorri ao passar a mão por minha coxa.-Ele rasgou a carne da minha perna atravessando até perto do joelho, me da sua mão.

Peguei a mão dele colocando-a por debaixo da saia do vestido e pressionei seus dedos para que ele sentisse os cortes interiores.

-Mas não há nada em sua pele?

-Não, eles usavam ácido com esfoliantes toda a noite até minha pele se regenerar, coça pra caramba, se não fosse por isso eu teria tantas cicatrizes que deixaria Jasper Hale no chinelo.-brinquei.

Davi ficou com a mão em meu joelho e voltou com a mão, lá estava aquela eletricidade com adrenalina misturado.

-Ele. . . me chamou de patética -continuei.-Que eu poderia ter feito muito melhor, então, depois de eu me curar bem ele me jogou em uma jaula menor com um leopardo, e fiz o que ele queria que eu fizesse, abracei o felino como se eu fosse um, o estrago foi pior tanto pra mim quanto pra ele, mas não quero falar sobre isso.

-Onde ele te machucou?

-Abriu minhas costas de ponta a ponta, mas então agora é sua vez de me contar alguma coisa sobre você.

BreakOnde histórias criam vida. Descubra agora