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"Louis, eu acho que estou apaixonado." Niall sequer me deu bom dia. Eu ri do jeito estérico do loiro.

"Bom dia também, mas por quem?" Niall só falava comigo.

"Ele é um aluno novo também, seu nome é Josh, ele é meu futuro marido, eu tenho certeza, eu fui a uma tárologa e ela disse que minha vida ia começar a dar certo no amor." O irlandês chegava a estar vermelho de tanta alegria. "Agora vou pedir o número dele, não posso perder tempo né?"

"Calma, respira!" Eu me sentia feliz por Niall, mas preocupado também, ele estava se precipitando demais.

"Eu vou lá falar com ele, me deseje boa sorte." Horan ajeitou seu cabelo e saiu em direção as escadas. Deus, só espero que ele não quebre a cara.

Eu me sentia estranho hoje, alguma sensação estranha percorria minhas veias, fazendo meu corpo ficar como se estivesse preparado para um ataque a qualquer momento.

Não tinha motivos para tal sentimentos, ou melhor, tinha de sobra, mas preferia ignorar. Apesar de estar me descobrindo e talvez me apaixonando pela primeira vez, eu estava em uma grande guerra comigo mesmo, por mais que na teoria eu esteja me libertando há algo dentro de mim que me separa das outras pessoas, parece que eu não pertenço a esse mundo, um mundo onde as pessoas podem ser quem elas são, é que de fato esse lugar é apenas teórico, não existe isso de ser quem você é, na prática ao menos.

É fato que nada te impede legalmente, pelo menos no meu país, mas socialmente falando... A coisa toda muda de figura, vivemos numa sociedade construída em cima de conceitos sobre moral baseados no cristianismo, ainda mais na Inglaterra, um país que louva a monarquia por ser um exemplo de elegância e moralidade e esquece que eles são apenas figuras históricas, não atingem diretamente na nossa vida, nós que os sustentamos, apenas para sorrirem e acenar.

A sexualidade é sim um tabu enorme nos dias de hoje, algumas pessoas crêem que é besteira e é tudo sobre querer transar com alguém do mesmo sexo, é sobre pecar para afrontar a sociedade. Hiper sexualizam as relações LGBT, esquecem que é sobre AMOR, é sobre sentimentos, é sobre desafiar o que nos foi imposto a vida toda para poder amar quem nos faz feliz.

Perdido em meus pensamentos, fui andando lentamente até meu armário, guardando meus livros e cadernos.
Hoje a floricultura não abrirá, na verdade... A cidade toda está maluca por causa do feriado de aniversário da cidade, vendemos muitas flores para decoração de casas e do desfile de comemoração. Harry e eu combinamos de sair para algum lugar, mas ele estava fazendo surpresa sobre isso, apenas me disse para colocar algumas roupas quentinhas na mochila. Fazia um frio de bater queixo, então eu acho que falou isso apenas por precaução.

Meus pais andam brigando e isso piora toda vez que eu estou em casa, mas começa a cessar quando eu chego perto, eles parecem querer censurar nomes e falar diretamente da situação.

Eu mal coloquei meu pé para fora da escola e já tive uma surpresa; Johannah.
Eu não entendia porque as coisas ficavam tão diferentes quando a madrinha de Harry me via, ela me olhava com um brilho nos olhos, mas sempre que eu tentava falar com ela, a mesma fugia.

"Olá, Louis, tudo bem?" A mulher se aproximou, com os olhos levemente marejados.

"Olá, senhora, estou bem e você?" Apertei sua mão quentinha.

"Estou bem, acho que você sabe porque estou aqui..." Não, definitivamente eu não sabia.

"Me desculpe, mas não." Respondi sincero.

"Eu agi como uma doida com você, vim me desculpar, não sou assim... Você é um garoto muito especial e faz muito bem para meu afilhado." Ela sorriu levemente, me abraçando. Um abraço quentinho e quase materno.

Soft as flowers (L.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora