Harry POV
Acordar com o pequeno ser em meus braços foi simplesmente a melhor sensação que já tive, sentir a pele macia que ficava descoberta pelo doce pijama de dinossauros encostando na minha... Era o paraíso em forma de toque.
Eu nunca senti nada parecido por ninguém como eu sinto por Louis, eu não namorei muito durante a minha vida, tive apenas três namorados durante a minha vida, todos não passaram de seis meses de namoro, mas eu não sentia por eles um pingo do que eu sinto pelo Tomlinson.Por mais que não estejamos namorando, existe uma sensação de que pertenço a ele há décadas, preciso tocar, cuidar e falar com ele a maior parte do tempo, para garantir que ele é real, que não é apenas um sonho sobre o paraíso.
Eu acordei primeiro e decidi fazer uma surpresa, eu amava deixá-lo surpreso, ver seus olhinhos azuis arregalados e brilhantes, suas bochechas fofinhas tomando uma cor rosada, esse menino é o pecado na terra.
Preparei panquecas com calda de caramelo, fazendo seu chá favorito também, ele merecia o mundo todinho para ele e me doia saber que ele não pensava o mesmo.
Quando se cresce em um lar opressor a gente se sente pressionado a ser da mesma forma, além de não ser como é nos dito que é errado, também precisamos oprimir quem é diferente e esse é um dos maiores fatores que fazem a nossa sociedade ser tão preconceituosa, pois quem é preconceituoso não se contenta em apenas odiar, ele precisa espalhar.
Louis cresceu num ambiente exatamente assim, pais e irmãos oprimindo... Mas ele surpreendentemente é muito mais forte que isso, eu o admiro demais. É fato que a cada momento que passo com ele mais eu me apaixono. Sim, eu estou apaixonado por ele. Apaixonado por cada detalhe, cada pensamento, cada mania dele, eu estou ferrado.
Enquanto preparo as panquecas vejo meu ursinho descendo as escadas, esfregando os olhos, já vestido com suas roupas quentinhas.
"Bom dia, Lou." Beijei sua bochecha quando ele veio espiar o que eu estava fazendo.
"Bom dia, Hazz." Ele colocou o dedo dentro da calda, experimentando. "Você quer me engordar." Gemeu em falso descontentamento.
"Pegue um prato, vou te servir." Apontei para o armário dos pratos.
Ele foi saltitando como uma criança feliz e eu só pude rir da cena. "Não pule com prato de vidro na mão." Coloquei três panquecas com bastante calda no prato e entreguei, logo me servindo tbm.Sentamos de frente para janela virada para o mar.
"Harry, será que deve existir outro Harry e outro Louis em alguma dimensão?" Eu amava suas perguntas aleatórias.
"Eu aposto que sim, deve existir vários Harry e Louis perdidos pelas dimensões. Em algum lugar nós estamos casados morando num lugar tropical e com dois filhos."
"E a gente se conhece desde pequeno, nossos pais são inimigos e vivemos um amor proibido." Eu ri de sua teoria.
"Em outro universo homens podem engravidar e você vai estar com um lindo bebezinho nosso na sua barriga." Suspirei com a cena que eu imaginei, mas o Tomlinson teve uma crise de risos.
"Como eu vou parir?" Perguntou realmente confuso.
"Cesária, ué." Recolhi nossos pratos com cautela para não quebrar. Logo voltando a sentar com ele, passando meus braços por seu tronco.
"Deve existir um universo onde somos quase igual crepúsculo, mas somos dois vampiros ou um vampiro e um lobisomem." Eu ri me imaginando como um lobo.
"Imagina eu todo peludo virando um lobo e uivando, você pálido com veias aparecendo." Nós rimos muito imaginando a cena.
"A nossa realidade pode não ser perfeita, mas eu prefiro ela, sinceramente acho que em qualquer dimensão se estivermos juntos... Tanto faz." Meu coração falhou uma batida, eu desejava com todas as minhas forças que ele sentisse o mesmo que eu.
"Isso é verdade." Beijei seus lábios com ternura, podendo provar a doçura de quem sempre invadia meus pensamentos o tempo todo. "Louis." Interrompi o beijo. "Eu quero te chamar para um encontro, algo bem clichê, um jantar em um lugar especial, no final da noite andar de mãos dadas pelo calçadão e nos beijar em frente ao mar." Eu já tinha tudo planejado. "Aceita?" Ele sorriu e segurou minha mão.
"Sabe, às vezes me vem a dúvida se eu devo continuar com o que nós temos ou se eu devo ser o que meus pais querem e viver uma vida sem conflitos, me casar com alguma garota que eu não amo. O que adianta uma vida pacata e conformista se eu vou ser triste e sofrer por um prazo prolongado, é melhor enfrentar e ter uma vida feliz. E você é simplesmente incrível, Harry. É claro que eu aceito, eu faço qualquer coisa se for com você." Eu me derreti ali, o puxando para meu colo e o beijando com força, eu precisava mostrar tudo que eu estava sentindo. Minhas mãos ficavam maiores perto do seu corpo pequeno e curvilíneo, invadi seu suéter sentindo a pele quente e macia contra meus dedos, ele puxava meus cabelos, como se tentássemos fundir nossos átomos com tanta proximidade.
Eu decidi ter coragem o suficiente para ousar e descer minhas mãos até sua bunda que me chamou atenção desde a primeira vez que o vi, apertei com as duas mãos aquela parte farta do seu corpo e ele gemeu, eu sabia que precisamos ir devagar então desacelerei o ritmo.
Ele continuou no meu colo, mas agora estávamos calmos e ele apenas deitado em meu peito. Ambos com respiração ofegante, que aos poucos cessaram.
Seus olhos brilhantes se fixaram nos meus e um sorrisinho se formou naquele rosto tão lindo, eu lhe deu um selinho e sorri olhando meu menino em meus braços tão corado.
"Eu não quero ir embora amanhã..." Ele resmungou.
"Muito menos eu, mas infelizmente a vida volta ao normal amanhã." Suspirei cansado. Aqui era nosso paraíso particular, nossa bolha de amor apenas aumentou durante esses dois dias.
"Merda..." Ri de seu xingamento.
"Mas nós temos uma longa tarde juntos, acho que devemos aproveitar para jogar algumas coisas." Ele me olhou confuso.
"Que tipo de jogo, hum?"
"Podemos começar com Twister." Ele riu alto com minha sugestão.
"Você vai se arrepender, eu sou o homem elástico." Se gabou, eu amo quando ele fica confiante, parece que algo acende em mim.
"Vamos lá, garotão." Fui buscar os jogos
(...)
Depois de muita pizza e jogos e de perder feio para Louis quatro vezes no Twister, nós arrumados as coisas e embarcamos.
"Eu vou sentir tanta falta desse lugar." Disse colocando o cinto.
"Nós podemos vir quando quisermos, babe." Sorri.
E assim seguimos o caminho, falando besteiras que só tinham sentido na nossa cabeça e cantando músicas dos anos 80.
Sua presença era como um entorpecente e eu estava viciado em estar com ele.
"Meus pais vão me matar quando eu chegar em casa..." Eu não gostava de falar sobre os pais dele, até porque minha história com eles era longa demais e foi um baque na minha vida tudo de ruim que eles me fizeram, foi grande atraso nos meus planos de vida.
"Eu não vou deixar eles fazerem isso, quer que eu espere fora da sua casa? Se eles tentarem algo contra você eu corro e te salvo."
"Não precisa hazzy."
(...)
Eu larguei Louis em casa com o coração na mão, algo me dizia que as coisas não estavam bem, dentro de mim uma espécie de agonia rugia alto, me dizendo para voltar e pegar meu menino daquele ninho de cobras.
"Filho, você está bem?" Minha mãe soou preocupada, eu não pude deixar de sorrir... Dona Anne era sempre tão sensitivas.
"Na verdade n-" meu celular tocou "oi?"
Era do hospital.
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Soft as flowers (L.S)
FanficPara Louis Tomlinson aquela realidade e aquele cotidiano que vivia não parecia ser o mundo, muito menos aquilo que ele queria para a sua vida. Então, decidiu sair da "caverna", mas como sair da "caverna" quando se é filho de um pastor rigoroso e de...