Capítulo 8 - Toscana

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Às sete horas da manhã, meu celular tocou. Era Julieta.

- Lili, meu primo vai precisar ir mais cedo para a casa dos meus tios. Ele sai em meia hora.

Levantei correndo, troquei de roupa, tomei café da manhã rápido e peguei minha mala. Desci e esperei o primo no saguão do hotel. Estava segurando o vasinho de violeta quando Julieta chegou:

- Que lindas violetas!

- Comprei para sua tia, como um agradecimento por me receber. Será que ela vai gostar?

- Garanto que sim! É uma das flores preferidas dela. E você vai se apaixonar pela Toscana. É um dos lugares mais lindos do mundo.

- Eu vi um filme que mostra muitas paisagens de lá. Realmente parece um lugar mágico.

- "Sob o Sol da Toscana"? Adoro esse filme. Já vi umas cinquenta vezes.

- Esse mesmo. É apaixonante.

Nesse momento, um carro parou na frente do hotel.

- Meu primo chegou. Deixa eu te apresentar.

Qual não foi a minha surpresa quando descobri que o primo de Julieta era Luigi, o homem lindo do metrô e da livraria. Meu coração acelerou.

- Lili, esse é Luigi, meu primo. Luigi, esta é Lidia, sua linda e encantadora companheira de viagem!

- Olá! Que prazer revê-la!

- Igualmente.

Apertei-lhe a mão, ruborizando ligeiramente.

- Vocês se conheciam?

- Nos esbarramos, literalmente, na livraria.

- Que coincidência! Só pode ser obra do destino.

Julieta percebeu que corei.

- Vão! A viagem é longa. Aproveitem bastante e não se comportem!

Entrou no hotel rindo. Senti-me um pouco envergonhada, porém achei a situação divertida. Julieta era uma das pessoas com espírito mais vivo que havia conhecido na vida, incrível como ela conseguia achar e tornar tudo interessante e divertido. Luigi guardou minha mala, entramos no carro e partimos. Era uma viagem longa mesmo. Segundo o que Julieta falou, com trânsito bom levaríamos cerca de duas horas para chegar lá. Provavelmente mais.

- Desculpe ter antecipado o horário da viagem, mas preciso organizar alguns papeis da empresa quando chegar lá, de preferência antes do almoço.

- Não tem problema.

- E essas violetas? São lindas.

- São para sua mãe, por me receber sem sequer me conhecer. Foi muito gentil da parte de vocês.

- Imagina. É um prazer receber visitas. E Julieta te recomendou muito bem. Mamãe está ansiosa e Nonna também.

- Nonna?

- Minha avó.

- Nenhuma pressão então.

Ele riu. Ficamos em silêncio por alguns minutos, ambos um pouco encabulados e sem saber muito como puxar assunto. Felizmente, ele recomeçou a falar:

- Então você é a amiga misteriosa da Julieta.

- Misteriosa?

- Ela fez um suspense enorme quando falou que eu iria levar uma amiga dela.

- Como assim, suspense?

- Disse que era uma pessoa muito especial e que precisava ver mais da Itália do que apenas Roma. Mencionou algo sobre uma história difícil.

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