Capítulo 13 - Despedidas

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Acordamos no dia seguinte com o sol nascendo, a chuva tinha passado e prometia ser um dia lindo. Tomamos banho juntos e voltamos para a cama. Aproveitamos cada minuto. Fizemos amor no chuveiro e depois na cama. Só então levantamos para comer. Depois do café, saímos para ver as plantações que eu ainda não tinha visto. Giovana disse que as plantas estariam exuberantes, pois depois da chuva forte elas ficavam sempre mais felizes, especialmente com o sol que estava fazendo. Segundo ela, aquilo renovava a energia delas, como se a água da chuva fosse um tônico para as plantas. Vimos o lago dos peixes novamente, um dos meus lugares preferidos, ao longe vimos a choupana, certamente meu lugar preferido da viagem inteira, e fomos para o outro lado, onde ficavam o pomar e a horta.

Havia algumas pessoas trabalhando lá. Luigi me apresentou a elas e elas me mostraram as plantações, eu até colhi algumas cenouras, tomates, pimentões, plantei sementes de girassol, que eles mantinham sempre ao redor da horta, comi uma maçã recém-colhida, vi flores de limoeiro e de repente eu estava decidida: não moraria mais na cidade. Precisava de chão, de árvores, de flores, frutas. Precisava desse ar. Se eu não pudesse voltar para a Itália, moraria no interior, mas não queria mais a poluição do ar, a poluição visual e sonora da cidade grande. Aquilo não servia mais para mim. Não me fazia falta. Não precisava de uma televisão, de um computador. Precisava de paz, de amor de verdade, de felicidade. É difícil conseguir essas coisas com tanto ruído da civilização moderna. Claro que isso poderia levar algum tempo para conseguir, mas eu ia conseguir e ia começar a mudança assim que chegasse em casa, fazendo uma faxina na minha vida.

Voltamos para o almoço. Giovana preparou pratos divinos. Como não se apaixonar por aquelas pessoas? Signor Pietro era um gigante gentil. Sempre com um sorriso nos lábios, sempre oferecendo alguma coisa, chegando com suas colheitas para a esposa cozinhar. Colocava os produtos no balcão e ia beijá-la. Depois voltava ao trabalho. Giovana era uma mulher forte, mas ao mesmo tempo muito delicada e observadora. Era visível que ela fazia tudo pela felicidade dos filhos. E cozinhava com mãos de fada, era fantástico. Nonna era uma senhora mágica. Ela vinha do mundo místico das fadas e bruxas, eu não tinha dúvida. Depois de visitar a fazenda do tio Lorenzo, pude perceber que o jardim dela era realmente diferente. E quando estive com ela no jardim foi possível sentir a energia do lugar. Ela fazia parte da terra, do ar, da água e do fogo. Era parte da vida daquele lugar. E Luigi era o fruto daquilo tudo. Não tinha como ele ser diferente do que era. Ele era gentil, educado, sensível, inteligente. Podia ser cabeça-dura como ele disse, mas isso não era propriamente um defeito se usado moderadamente. A única coisa que eu ainda não sabia era se ele tinha herdado os dotes culinários da mãe.

- Luigi, você cozinha também?

- Sim, claro! Preciso me virar em Roma.

- Antes de eu ir embora queria provar um prato seu.

- Em sua homenagem, bella, vou preparar pizza para você mais tarde.

- Perfeito!

Após o almoço, fiquei na cozinha com Mamma e Nonna, enquanto Luigi foi com o pai colher os ingredientes para o molho da pizza.

- Lidia, posso fazer uma pergunta particular?

- Claro, Giovana.

- Você está pronta para voltar?

- Como assim?

- Eu não sei os detalhes da sua história, mas quando Julieta falou conosco que você viria, ela disse que você teve uma história complicada e que estava viajando para recomeçar a vida.

Fiquei surpresa com o que ela disse e, ao mesmo tempo, lisonjeada com a preocupação. Tentei ser o mais sincera possível, embora eu mesma não tivesse pensado sobre isso.

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