☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝐔𝐧𝐜𝐞𝐫𝐭𝐚𝐢 𝐍𝐞𝐝 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧

Dezesseis ✓

Obra original de umas das minhas autoras preferida JulieteBs

Priscilla já estava há cerca de vinte minutos, aproximadamente, velando o sono de Natalie. A garota acordou mais cedo do que todas, como de costume, e passou por cima de Ally, indo escovar seus dentes e lavar seu rosto lá fora. Ainda chuviscava e por isso ela não demorou lá fora.

-- Bom dia, Pris! -- Ally acordou ao sentir o banco se remexer e disse ao ver sua irmã voltar para o caminhão.

-- Dia! -- Ela respondeu com a mesma seriedade de todas as manhãs. Guardou sua escova de dentes e voltou para o lado de Natalie.

-- Estou morrendo de fome.
-- Allyson disse se sentando no banco. Falou um pouco alto demais, o que acabou despertando Natalie. Os olhos castanhos se abriram assustados, mas ao encontrar aquelas esferas esverdeadas vidradas nela um sorriso nasceu em seus lábios.

-- Bom dia, Pris. -- A garota disse docemente e levemente rouca e no rosto de Priscilla se formou um meio sorriso.

-- Bom dia, Naty. -- Ally franziu o cenho e olhou confusa para sua irmã. Que carambolas foi aquela? Cadê o "dia!" Seco e sem humor de todas as manhãs? -- Dormiu bem?

-- Uhum. -- A garota respondeu, lembrando-se de ter enterrado seu rosto no pescoço de Priscilla durante boa parte da noite e dormido inalando o cheiro da pele da garota.

-- Você está bem? -- Priscilla perguntou ao ver a garota tossir e então notou que ela estava com o nariz levemente avermelhado. Sua mão tocou a testa de Natalie e então bufou irritada ao sentir a temperatura da garota. -- Eu sabia que aquela chuva não te faria bem.

-- Eu estou bem. -- Natalie falou se aconchegando mais em si própria.

-- Está com frio? Com sede? Fome? Precisa do quê? -- Priscilla perguntou e novamente Ally arqueou uma sobrancelha.

-- Eu estou bem. Não se preocupe, bobona. -- Natalie disse, segurando a mão de Priscilla que estava em sua testa e entrelaçando com a sua.

-- Você ter saído naquela chuva ontem foi culpa minha. Então me preocupo sim. -- Priscilla disse, puxando a coberta de Ally e colocando gentilmente sobre o corpo de Natalie.

-- Mandou Natalie te ajudar a desatolar o caminhão? -- Ally perguntou confusa e Natalie riu, tossindo junto.

-- Ao que parece meu caminhão não quer desatolar, Ally. É uma espécie de feitiço. -- Natalie disse rindo e logo negou com a cabeça quando Ally franziu o cenho.

-- Coma algo, Naty. -- Priscilla pediu e Natalie fechou os olhos, sentindo sua cabeça doer.

-- Eu vou chamar as meninas para comer, falando nisso. Assim a gente não se atrasa em sair. -- Ally disse, abrindo a porta do caminhão e olhando o céu nublado. Correu para a porta traseira para não se molhar com os leves pingos de chuva.

-- Deita aqui comigo um pouquinho? -- Natalie perguntou fazendo dengo.

-- Elas estão prestes a voltar. -- Priscilla disse.

-- Estou com frio. -- Natalie disse colocando um lindo biquinho para enfeitar seus lábios e Priscilla sorriu.

-- Te dei o cobertor, madame. -- Priscilla disse franzindo os olhos e rindo.

-- Mas calor corporal é mais eficiente. -- Disse e Priscilla riu novamente, se deitando ao lado de Natalie, finalmente. Os bracinhos finos da menor circundaram o corpo de Priscilla e ela enterrou o rosto no pescoço da maior. Pris ficou afagando os cabelos de Natalie em silêncio, até ouvir Natalie fungar e soltar uma risada baixinha.

-- Do que ri? -- Priscilla perguntou.

-- Eu estava me lembrando da sua cara de bravinha ontem. -- Natalie respondeu, levando uma mão até os botões da frente da camisa que Priscilla usava e brincando com eles. -- Pris, eu tenho uma dúvida.

-- E qual seria?

-- Eu ainda vou poder te beijar ou aquilo foi só mais um momento de fraqueza? -- Priscilla riu e olhou para a garota, que ergueu a cabeça para vê-la melhor e aspirou ruidosamente pelo nariz.

-- Eu acho que você pegou um belo de um resfriado. -- Priscilla disse sorrindo. -- Vamos tratar de cuidar de você primeiro e depois você pode me dar quantos beijos você quiser, hm?

-- Droga! Só temos menos de seis dias para isso. -- Natalie reclamou e voltou a enterrar o rosto no pescoço da maior. Priscilla se arrepiou ao sentir o suave beijo que Natalie depositou um pouco abaixo de seu maxilar.

-- Então trate de comer as coisas que eu pedir e tomar o que eu te der. -- Priscilla disse e sentiu Natalie assentir com a cabeça.

-- Ainda estou com frio. -- Natalie reclamou baixinho e Priscilla passou seu outro braço ao redor do pequeno corpo, tendo as duas mãos acariciando Natalie. Uma afagava os cabelos, enquanto a outra acariciava as costas.

Quando as garotas voltaram para a frente do caminhão Priscilla silenciou elas com um pedido mudo, pois Natalie havia pegado no sono em seus braços.

-- Ally, fica aqui atrás com ela para mim? Preciso dirigir. -- Priscilla murmurou e Ally assentiu.

-- Posso escovar os dentes antes ou...?

-- Claro! Faça as suas coisas e coma, não precisamos de mais ninguém doente aqui. -- Priscilla disse e Ally assentiu.

-- E você não vai comer? -- Regina perguntou baixinho para Priscilla.

-- Não. Vou ficar aqui com ela. -- emma sentiu uma extrema vontade de zombar de Priscilla, mas não se atreveu. Sabia que sua irmã era séria demais em relação à sua vida amorosa e não queria deixar ela de péssimo humor tão cedo.

-- Tomara que ela melhore logo. -- emma disse e Priscilla aquiesceu.

-- Claro que ela vai melhorar, vou passar na farmácia da próxima cidade e se ela não melhorar com o remédio eu a levarei no hospital.

-- Isso não vai atrasar toda a sua viagem? -- emma perguntou, se controlando muito para sua pergunta não soar de forma sugestiva.

-- Vai. -- Priscilla respondeu séria e Regina deu um meio sorriso, mas nada mais disseram.

Assim que Ally voltou e comeu Priscilla se livrou do toque de Natalie e voltou a tocar sua testa. A expressão séria e preocupada no rosto de Priscilla fez as meninas lhe olharem com anseio, vendo ela entortar a boca e bufar.

-- A febre está aumentando. -- Disse, deslizando a mão da testa para o rosto da garota.

-- Pode ir dirigir que eu fico aqui com ela. -- Ally disse gentilmente e Priscilla assentiu um pouco contrariada. A mulher se inclinou e tocou seus lábios na testa da garota adormecida de um jeito protetor.

-- Você vai ficar bem, Naty. -- Sussurrou e então pulou para a frente, ligando o caminhão e começando a dirigir, mas a cada segundo seus olhos iam para o retrovisor, vendo a figura adormecida na boléia.

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Cheguei hehe. Tá aí um capítulo, obrigada por esta votando e comentando .

Até a próxima.😚