Vinte e nove ✓

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Fanfic de hoje 7/20

Obra original de umas das minhas autoras predileta JulieteBs





O dia estava quente, tendo os raios de sol enfurecidos, fazendo a pele chegar a arder caso alguém ficasse mais do que dois minutos exposto a eles. No centro da cidade havia carro para todos os lados, pessoas transitando pelas faixas de pedestre; um ruído infernal de todas aquelas vozes; pessoas se esbarrando ocasionalmente. Priscilla, definitivamente, odiava cidade grande.

O calor fez a garota enxugar uma pequena camada de suor que havia em sua testa. Ela havia passado as duas últimas horas na fila do banco, unicamente para pagar o boleto da compra da peça de seu caminhão e lá dentro o ar condicionado à impediu de morrer frita.

Priscilla caminhou mais alguns passos e parou em um semáforo esperando o sinal ficar verde para os pedestres. Excomungou até os prédios, que não possuíam vida, ao sentir um tranco em seu corpo. Olhou para o lado apenas para ver um garoto engravatado, provavelmente atrasado para a rotina chata em algum escritório, mas seus olhos paralisaram em um ponto fixo antes de voltarem a olhar para a faixa.

Em um dos carros parados na rua vertical com aquela, consequência do sinal estar parado para eles, a figura pequena e delicada de Natálie se encontrava. Não dentro do carro, senão limpando as vidraças do veículo.

Seu coração disparou e o sinal abriu para ela passar, abrindo também para o carro onde Natálie estava, já que era do outro lado. A maior não se importou em atravessar faixa ou qualquer coisa semelhante, apenas assobiou alto, tendo vários rostos virando-se para ela, mas ela unicamente notava um: O da garota que virou o pescoço e estava prestes a voltar a olhar para a frente, mas a imagem de Priscilla a prendeu. Ela abriu o sorriso que mais iluminou o ano de Priscilla ao ver que realmente era ela. O olhar de Natálie foi surpreso e ela ergueu seus olhos para o chapéu na cabeça de Priscilla, sorrindo maliciosamente, porém com un toque de doçura que fazia o coração de Lauren duplicar a velocidade de batimentos por segundo.

A menor colocou o pequeno rodo, o borrifador e sua flanela em um cantinho ali, ao lado de Cristal, que agora usava sua nova coleira, e se aproximou de Priscilla. Natálie parecia meio abatida, como se tivesse dormido pouco e ainda usava a mesma roupa de dois dias atrás. Em seus olhos havia pequenas olheiras, mas isso não fez dela menos bonita, apenas mais cansada.

-- Hey... -- Ah, aquela voz! Priscilla pensou que jamais voltaria a ouvir aquela doce melodia. -- Você comprou um. -- Ela disse apontando para o chapéu de Priscilla e a maior assentiu, ainda sem reação.

-- Eu precisava de um novo. -- Priscilla disse, vendo que Natálie ainda usava o boné que ela lhe havia presenteado. -- Você já almoçou? -- Natálie negou e Priscilla assentiu. -- Gostaria de ir almoçar comigo?

-- Eu, huh, não sei. -- A garota disse e Priscilla suspirou.

-- Certo. -- A maior disse, mexendo inquieta em seu chapéu.

-- Esta noite ainda estará aqui? Eu vou ficar aqui até umas seis horas, lá para esse horário eu já terei conseguido dinheiro para almoçar e então poderíamos ir jantar. -- Priscilla franziu o cenho.

-- Não vai almoçar comigo porque não tem o dinheiro? -- Priscilla perguntou e Natálie assentiu, olhando para Cristal. -- Não seja tola. Eu te convidei para almoçar, então eu pagarei.

-- Eu não gosto de abusar. -- Natálie disse fitando as orbes verdes. -- Você já me bancou a viagem inteira...

-- Naty, eu quero muito saber o que fez nesses dois dias e, hm, quero que almoce comigo. Por favor? -- Natálie piscou desconcertada antes de responder.

-- Só se eu ganhar um abraço.
-- Ela queria pedir um beijo, mas as coisas haviam sido casuais, não? E se Priscilla não a quisesse mais?

-- Essa não é uma missão impossível, eu acho. -- Priscilla brincou sorrindo abertamente e Natálie suspirou embasbacada.

-- Gata, eu posso ter vindo no seu caminhão, mas foi no seu sorriso que eu viajei. -- Priscilla gargalhou ao ouvir aquilo e logo envolveu Natálie em seus braços, em um abraço apertado.

-- Você tem sorte de ser bonita, porque suas cantadas são horríveis. -- Priscilla disse, sentindo Natálie inalar seu cheiro antes de se afastar.

-- Não ofenda a minha cantada. Ela foi exclusivamente para você. -- Natálie brincou e Priscilla assentiu, rindo. A menor caminhou até onde estava e pegou suas coisas, indo até Priscilla novamente. -- Cristal, vem! -- Ela gritou e a gata correu em sua direção. Priscilla estranhou Natálie estar com o saquinho de lingeries ali e a ração de Cristal também, mas optou por não dizer nada.

Não foram à um lugar muito longe, algumas quadras dali no máximo. Cristal ficou parada do lado de fora, deitando-se na sombra de uma mesa vazia quando Natálie disse que ela não poderia entrar. As garotas adentraram o lugar e se sentaram ao lado de uma grande janela, dali poderiam ver Cristal. Fizeram seus pedidos e esperaram.

-- Por que ainda está aqui? Não era para ter partido esta manhã? -- Natálie perguntou, virando-se para Priscilla. Ela havia se sentado ao lado da garota e não à sua frente como deveria.

-- Não vai acreditar na minha sorte... -- Priscilla disse, retirando o chapéu preto de sua cabeça exatamente como Natálie fez e o colocando na cadeira da frente. Natálie se virou para ficar de frente para Priscilla e a maior copiou seu gesto. -- Meu caminhão quebrou. Encomendei uma peça, mas só vai chegar em dez dias. -- Explicou. -- E você, conseguiu visitar o túmulo da sua mãe? -- Natálie abaixou a cabeça no mesmo momento e assentiu. -- Hey... Desculpe tocar nesse assunto, Natálie. Não fique triste. -- Priscilla disse, tocando em seu queixo para que a garota lhe olhasse.

-- Não se preocupe, estou bem. -- Natálie disse sorrindo fraco.

-- Por que carrega as suas coisas consigo? -- Priscilla finalmente perguntou. -- Onde está ficando, Naty?

-- Eu meio que não estou ficando em lugar nenhum. -- Ela disse envergonhada.

-- Por que  me olhou desse jeito? -- Priscilla perguntou ao ver Natálie lhe fitar e fechar rapidamente os olhos, negando com a cabeça.

-- Não te olhei de jeito nenhum.

-- Olhou sim. Por quê? -- Natálie respirou fundo e, com olhos cansados, fitou Priscilla.

-- Por que eu menti para você, Priscilla.




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O que será que ela mentiu? Aí aí ai. 😚❤

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝐔𝐧𝐜𝐞𝐫𝐭𝐚𝐢 𝐍𝐞𝐝 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora