Trinta e três ✓

885 50 4
                                    

Fanfic de hoje 7/20

Obra original de umas das minhas autoras predileta JulieteBs





A manhã estava fresca, os raios de sol ainda não ardiam e o vento soprava a pele como um doce beijo de bom dia vindo da mãe natureza. Os pássaros gorjeavam audivelmente e no céu não havia uma nuvem sequer; completamente azul.

Na noite anterior dormiram separadas, tomadas por um imenso desejo de estarem juntas, mas nada falaram. Foi só no meio da noite que Natálie deslizou para perto de Priscilla, abraçando-a por trás e formando uma conchinha.

-- Então comprou o chapéu porque lembrou de mim? -- Natálie perguntou. Estavam na frente da casa onde estavam ficando, haviam acabado de chegar do shopping da cidade, com várias bolsas nas mãos e Natálie havia perguntado a Priscilla por que ela havia comprado um chapéu daquele.

-- Sim. -- Priscilla respondeu honestamente, vendo Natálie se virar para ela e sorrir. -- Fiquei muito ridícula com ele? -- Priscilla perguntou em expectativa. Natálie suspirou e colocou as sacolas no chão, levando as suas duas mãos até a barriga de Priscilla, apoiando-as na região.

-- Você ficou sexy. -- Natálie confessou, vendo um meio sorriso nascer nos lábios de Priscilla. A menor se inclinou e Priscilla fez o mesmo, escovando seus lábios nos de Natálie e fechando seus olhos ao sentir seu coração disparar.

-- Adorei o chapéu em você, vizinha. -- A voz já conhecida por Natálie a fez se afastar um pouco de Priscilla, vendo a mesma se virar para Anne. -- Ele ficou melhor em você do que ficava em mim.

Natálie deu um breve aceno com a cabeça para Anne antes de se abaixar, pegar as sacolas e adentrar a casa sem jamais voltar a olhar para Priscilla.

-- Obrigada, Anne. Com licença. -- Priscilla disse aborrecida, seguindo Natálie. -- Naty? -- Priscilla perguntou assim que adentrou o quarto. Deixou as sacolas sobre a cama, mas não viu sinal de Natálie. Para sua sorte, o ranger da porta dos fundos, que precisava de óleo em suas dobradiças, chamou sua atenção, fazendo-a ir até lá.

Ao passar pela porta, Priscilla encontrou Natálie sentada nos degraus de madeira; a garota admirava as árvores e desfrutava da sensação do vento esbarrando em sua pele.

-- Por que entrou assim? -- Priscilla perguntou, se sentando ao lado da menor.

-- Eu só não quis atrapalhar nada. -- Natálie disse tristemente e Priscilla franziu o cenho.

-- Natálie, você nunca atrapalha nada na minha vida. -- Natálie sorriu fraco para Priscilla antes de voltar a falar.

-- Você tem algum interesse por ela? -- Perguntou realmente ansiosa pela resposta.

-- Por que acha isso? -- Natálie deu de ombros.

-- Sei lá. Ela é toda bonitona. Foi por isso que comprou o chapéu? Para ter motivo para falar com ela? -- O tom de Natálie não era acusador, era realmente curioso. Ela precisava saber se Priscilla se interessava por Anne.

-- Comprei o chapéu para ter, de certa forma, um pouquinho mais de você comigo. -- Priscilla confessou, vendo Natálie lhe olhar de soslaio. -- Eu não me interesso por ela, Natálie.

-- Por quê? Ela é linda.

-- Eu poderia dizer que é porque ficarei aqui pouco tempo, mas não é por isso. Eu não gosto de sexo casual e já te falei isso. Você é a minha exceção nisso  -- Priscilla disse, vendo Natálie lhe fitar. -- E, bem, ela não é você.

Natálie se sentia especial quando Priscilla falava assim; dava a entender que com Natálie não era só sexo casual, mas isso seria ridículo demais de se imaginar, pensou Natálie, Priscilla transou com ela mesmo sabendo que ela iria embora em poucos dias.

Seu tolo coração insistia em pregar peças, pois ela via um brilho diferente nos olhos de Priscilla. Seria possível Priscilla também ter se apaixonado por ela da mesma forma que ela se apaixonar por Priscilla?

-- Naty... Planeta Terra chamando uma morena linda dos olhos cor avelã. -- Priscilla disse brincando e Natálie sorriu ao sair de seus devaneios.

-- Boboca. -- Natálie disse, vendo Priscilla retirar o chapéu e colocar ao lado delas. A mão direita da menor, automaticamente, foi para os cabelos de Priscilla, arrumar alguns fios desordenados, mas logo ela escorregou para o rosto
de Priscilla, em uma carícia calma. Priscilla não resistiu e se inclinou, vendo Natálie fazer o mesmo e encarar intensamente seus olhos verdes.

Como se Priscilla tivesse entendido o recado, ela fechou o espaço das duas, tocando finalmente seus lábios nos de Natálie. A menor deslizou sua mão do rosto de Priscilla para a nuca e Priscilla a puxou para seu colo, não com malícia, senão com saudade. Tinha aquela necessidade de ter o corpo de Natálie o mais próximo possível do seu. Haviam se passado três dias sem isso, mas parecia uma eternidade, ainda mais por terem pensado que jamais provariam de tal sensação novamente.

As línguas se encontraram sem pressa, como se cada segundo fosse mágico, e de fato era. Natálie passou seus braços aos redor do pescoço de Priscilla enquanto a maior abraçava o corpo sobre si. Terminaram o beijo com um longo suspiro de Natálie, que mordiscou a beira do lábio de Priscilla e começou a farejar seu rosto, inalando cada centímetro de sua pele.

-- Oh, céus! Senti tanta saudade disso. -- Natálie murmurou ainda de olhos fechados, dando um selinho em Priscilla e acariciando sua nuca.

-- Eu também senti. -- Priscilla disse, vendo as orbes acastanhadas se abrirem lentamente. -- Pensei que nunca mais voltaria a te ver. -- Priscilla murmurou, encostando sua testa na de Natálie.

-- Eu pensei o mesmo, mas aí eu ouvi um assobio e quando olhei para trás nem acreditei no que via. -- Natálie disse, como se estivesse consultando sua memória. -- Céus, estava mais linda do que nunca.

-- Não fala assim que eu fico fraca. -- Priscilla brincou, sentindo Natálie afundar seu rosto no pescoço dela e sorrir contra sua pele.

-- Você me deixa fraca só de respirar o mesmo ar que eu.
-- Natálie disse, depositando um doce beijo na pele do ombro de Priscilla e logo se reclinou, voltando a fitar Priscilla. -- Então sou a exceção do seu casual, hm? -- Natálie brincou rindo.

-- Não. Você é o casual e por isso é a exceção. -- Priscilla respondeu, vendo Natálie sorrir e tocar seus lábios novamente com os dela.

Ficaram ali por um longo tempo, trocando beijos e carícias como duas fiéis apaixonadas. Usavam o termo "CASUAL", não obstante, queriam ser bem mais do que isso. De fato, já eram, só não sabiam ainda.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝐔𝐧𝐜𝐞𝐫𝐭𝐚𝐢 𝐍𝐞𝐝 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora