☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝐔𝐧𝐜𝐞𝐫𝐭𝐚𝐢 𝐍𝐞𝐝 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧

Vinte e cinco ✓

[Fantic do dia  6/2020]

Obra original de umas das minhas autoras preferidas  JulieteBs

-- Priscilla... -- Natálie gritou em meio a risos quando sentiu Priscilla levantá-la no meio da rua e rodopiá-la no ar. -- Me põe no chão. -- Ela pediu, soltando um gritinho quando Priscilla fingiu que iria derrubá-la.

-- Desculpe, é que foi gol, Naty. -- Ela disse, descendo Natálie e a abraçando animada. Depois que saíram do restaurante viram uma aglomeração na praça e Emma, como sempre festeira, teve que ir ver do que se tratava. A seleção de seu país jogava e a lanchonete da frente distribuiu mesas e cadeiras por toda a praça, servindo as pessoas. Elas tomaram seus assentos por ali e pediram uma cerveja, mas quando saiu gol todas já estavam altas demais. Certamente dormiriam na cidade, Priscilla não estava em condições de dirigir.

-- Eu prefiro comemorar de outro jeito esse gol. -- Natálie falou sorrindo.

--  E como?

-- Não sei se tenho permissão de te beijar na frente das suas irmãs. -- Natálie sussurrou e Priscilla sorriu.

-- Elas fingem que não veem, não sei por qual razão. -- Priscilla disse rindo. -- Mas você tem permissão de me beijar quando e onde quiser.  -- Sussurrou.

-- Vou manter isso em mente. -- Natálie disse se inclinando e tocando seus lábios nos de Priscilla. O beijo não demorou muito porque o lugar estava lotado e elas não queriam dar um show ao vivo, por isso se sentaram. Priscilla na cadeira e Natálie em seu colo.

-- A Ally vai sobrar esta noite. -- Emma disse, fazendo as garotas lhe olharem.

-- Não vou. Cristal dormirá comigo. -- Ela disse determinada e Natálie sorriu.

-- Promete cuidar do meu bebê pela noite? -- Natálie perguntou em um bocejo e Ally sorriu.

-- Só se você prometer cuidar do meu.

-- Hey, eu não sou bebê. -- Priscilla protestou.

-- Você e Emma sempre serão meus bebês. -- A loirinha disse orgulhosa, desviando sua atenção para a televisão.

-- Eu não entendo por que não passam a bola para o cara com o apito. -- Natálie falou e várias cabeças se viraram em sua direção, inclusive de pessoas desconhecidas. Natalie corou e se virou de lado, enterrando sua cabeça na curva do pescoço de Priscilla. -- Eu não entendo de futebol, oras. Pris, diz para eles não me olharem. -- Ela disse envergonhada e Priscilla riu.

-- O cara do apito é o juiz do jogo, Naty. -- Priscilla disse pacientemente, acariciando as costas da menor. -- Ele não joga. Só está ali para garantir que ninguém irá infringir as leis do jogo.

-- Oh! -- A menor disse, mas não adiantava, ela não gostava de futebol e, por esta razão, adormeceu no colo de Priscilla alguns minutos depois.

[...]

O par de olhos castanhos se abriu confuso. Naty se assustou por alguns instantes ao ver que estava  na cama, mas sorriu mais tranquila ao ver sozinha sair do banheiro.

-- Hey... Dormi enquanto você tomava banho. -- Natálie disse e Priscilla riu.

-- Você está uma dorminhoca hoje. -- Priscilla disse, engatinhando na cama e dando um selinho em Natálie. Estavam em um hotel próximo a onde deixaram o caminhão, buscaram Cristal e fizeram o cadastro. Natálie foi a primeira a tomar banho e acabou dando um cochilo quando viu que a maior demorava demais.

-- A culpa é do vinho. Sempre me dá sono. -- Natálie disse se aconchegando no corpo de Priscilla.

-- Desculpe ter te acordado.

-- Não se desculpe. Gosto de dormir sabendo que estou com você. -- Natálie disse ainda sonolenta, sentindo o vento frio adentrar as frestas da janela e se arrepiou. -- Hoje está mais friozinho do que nos últimos dias.

-- Quer que eu peça outro cobertor? -- Priscilla perguntou e Natálie negou.

-- Só me abraça que o frio vai embora. -- Pediu e Priscilla acatou, circundando um braço em volta da menor, que estava deitada sobre se teu peito.

O silêncio se instaurou e quando o sono estava, finalmente, chegando para Priscilla Natálie voltou a falar.

-- Você ficou falando só de mim e de coisas aleatórias e acabei de perceber que você não me falou nada sobre a sua vida.

-- Não tenho muito o que falar. Eu, Emma e Ally fomos adotadas ainda muito pequenas. Minha mãe adotiva morreu quando eu era bem nova e meu pai era um homem maravilhoso, descontraído, divertido, brincalhão e doce. -- A voz saiu nostálgica. -- Seu jeito me lembra dele.

-- Sinto muito que ele tenha partido. -- Natálie disse, depositando um beijo na clavícula de Priscilla.

-- Eu também. -- Priscilla disse em um suspiro.

-- Pris, faz carinho? -- Natálie pediu de olhos fechados. -- Você sempre faz e agora não está fazendo. -- Natálie disse com a voz um pouco mais dengosa. Priscilla assentiu e levou sua mão ao couro cabeludo de Natálie, acariciando a região. -- Eu estou triste... -- Natálie confessou em um sussurro.

-- O que você tem, morena? -- Priscilla perguntou.

-- Não sei. Talvez tenha sido o álcool, mas uma sensação de vazio me preencheu. -- Ela disse baixinho. -- Eu nunca tive ninguém que prestasse a atenção em mim e agora que... -- Natálie suspirou e negou com a cabeça. -- Não dê ouvidos ao que eu digo.

-- Hey, eu sempre darei ouvidos ao que você diz. Me diz uma coisa... E seu pai, onde está?

-- Em algum lugar do mundo. Talvez em baixo da terra, não sei. Não conheci.

-- Mas foi registrada?

-- Sim, o Smith é dele, mas realmente não quis procurar. Não me interessa buscar alguém que me abandonou ainda criança.

-- Entendi. -- Priscilla disse. O silêncio voltou a se instalar no ambiente e logo a risadinha de Natálie se fez presente.

-- Pris?

-- Sim?

-- Aquele seu livro é sobre o quê? -- Priscilla riu e negou com a cabeça.

-- Durma Natálie. -- E essa foi a válvula para fazer a garota erguer o corpo e lhe fitar.

-- Diz, por favor? Eu prometi não mexer mais nas suas coisas ou invadir o seu espaço, mas sou muito curiosa e vou morrer se você não contar. -- Priscilla riu ao ouvir o drama da menor.

-- Certo. É romance.

-- E qual parte te excitou?

-- Como? -- Priscilla perguntou confusa.

-- Você estava, bem... Não que eu seja uma pervertida, mas você estava sem sutiã naquela outra noite e eu vi seus seios enrijecidos. Você também se remexia inquieta.

-- Certo. É um romance erótico, tudo bem? Gosto de estórias assim. -- Priscilla confessou, dando-sepor vencida.

-- Depois me diz o nome? Quero ler também.

-- Digo. -- E, ao se sentir menos agitada, Natálie voltou a se deitar.

-- Pris? -- Priscilla riu e assentiu, já sabendo o que a garota iria pedir. Voltou a afundar suas mãos nos cabelos sedosos de Natálie. -- Boa noite, Pris.

-- Boa noite, Naty.

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Dois capítulos em um dia. . 😚❤