Dois ✓

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Mas uma Obra original da minha autora preferida  JulieteBs
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Priscila estava preparada para subir a serra, já que se encontrava no litoral, quando seus olhos captaram a figura de uma garota magricela, dona de belas curvas e cabelos castanhos. Era, decerto, muito atraente, porém trazia consigo um dos olhos arroxeado e os lábios um pouco cortados. A garota, assim que viu o caminhão se aproximar, esticou o dedo na estrada de forma desesperada.

"Não ligue, não pare!" Priscila pensava consigo mesma. "Outra pessoa dará carona para ela."

E pensando assim Priscila passou direto com o caminhão, numa velocidade tão lenta que pôde ver pelo retrovisor que a garota, ao ver que o caminhão passou por ela, encolheu os ombros e se jogou no canto da pista, com a expressão desolada.

Priscila sentiu seu coração se comprimir e no mesmo instante freiou bruscamente. Deu ré com o caminhão, vendo Ally ser a primeira a colocar a cabeça para fora da cortina.

-- O que houve? -- A loira baixinha perguntou.

-- Nada que te interesse. Volte para seu pornô.

-- Hey, eu não estava vendo pornô.
-- Priscila olhou severamente para Ally, que bufou derrotada. -- A culpa é da Emma. Eu queria ver filme de ação. -- Priscila riu baixinho e assentiu, parando e desligando o caminhão.

-- Fique aqui. Eu já volto! -- Pediu, abrindo a porta do caminhão preto e vermelho e descendo logo em seguida; fechou a porta para logo dar a volta no caminhão. O movimento ali era quase zero e por isso pôde dar ré sem problema nenhum.

Se aproximou da garota, quem levantou rapidamente, espalmando o traseiro em busca de limpar o local que havia tocado o chão.

-- Olá. -- A garota disse envergonhada. -- Obrigada por parar. Estou aqui há cerca de seis horas e não consegui que ninguém me notasse.

-- Para onde está indo? -- Priscila perguntou, analisando o vestido azul claro esvoaçante e a blusa fina de frio amarrada em sua cintura, totalmente desproporcional a algo que as garotas riquinhas e mimadas usariam.

-- San Diego, mas qualquer lugar que me deixar mais para lá eu já agradeço. -- A moça respondeu.

-- O que houve com seu rosto?
-- Priscila perguntou.

-- Fui assaltada. Levaram meu carro e meu celular; por sorte levo meu dinheiro com Cristal.

-- Cristal? -- A pergunta saiu junto com as sobrancelhas franzidas.

-- Minha gata. -- Natalie disse, tendo um miado sendo proferido no mesmo instante por uma enorme bola de pelos felpudos, branca, que se esfregava na perna de Priscila de maneira toda entregue. -- Parece que ela gostou de você.

-- Não posso levar esse animal em meu caminhão. Sinto muito! -- Priscila disse solenemente.

-- Ela não é barulhenta e não sujará seu caminhão. Ela sabe esperar para fazer suas necessidades.
-- A garota acrescentou. -- Por favor, preciso de uma carona. -- Priscila bufou diante de seu coração mole e assentiu.

-- Tudo bem, mas se ela incomodar terei que colocá-las na rua em busca de outra carona.

-- Obrigada. -- Natalie disse agradecendo levemente eufórica.
-- Muito obrigada mesmo. -- Disse, acompanhando Priscila até o caminhão. A maior abriu a porta de seu caminhão e esticou a mão, em sinal de gentileza para Natalie subir. A garota pegou sua gata e subiu no caminhão. Priscila fechou a porta e deu a volta, e quando entrou no caminhão três pares de olhos estavam focados na garota.

-- Ela viajará conosco. -- Priscila disse, ligando o caminhão.

-- Oh meu Deus, o que houve com você? -- Ally perguntou, ouvindo Naty repetir o que havia dito a ela.

-- Quem é essa lindeza aqui? -- Emma perguntou, acariciando o pelo macio do animal branco, que logo começou a ronronar.

-- Essa é a Cristal. -- Naty disse sorrindo. A gata, que trazia uma coleira rosa em seu pescoço, se deitou ao pé de sua dona no caminhão, se estirando no chão do veículo e dormindo alguns minutos depois.

-- Não acha que levar dinheiro na coleira de um gato é uma tremenda estupidez? E se ela fugir ou algo assim? -- Priscila questionou séria.

-- Bem, ela está comigo há três anos e é adestrada. Não creio que fugiria. -- A moça explicou. -- E só deixo quando viajamos. Parece que essa tremenda estupidez poupou meu dinheiro de ser roubado. -- Diante do silêncio da mulher a garota também se silenciou.

-- Como se chama? -- Emma perguntou.

-- Natalie Smith. -- Respondeu-lhe com um sorriso simpático no rosto.

-- Bem, sou Emma, esta é a minha namorada Regina, esta é a minha irmã Ally e aquela ali você já conheceu. -- Ela disse da boléia. Ally abriu de vez a cortina do lugar para se acomodar melhor no assento.

-- Na verdade eu não sei seu nome. -- Naty confessou, olhando para a motorista que mantinha seus olhos na estrada e agia como se não estivesse ouvindo a conversa.

-- Mal educada como sempre. -- Emma zombou. -- Aquela é minha outra irmã, Priscila. -- Os olhos curiosos da garota percorreram Priscila. Usava um boné, uma camisa listrada roxa aberta e por baixo dela uma camisa simples branca. Sua calça jeans acentuava suas curvas e isso Naty havia reparado do lado de fora do caminhão.

-- É um prazer, garotas. -- Ela disse baixinho. -- Sinto muito incomodar e realmente agradeço pela carona.

-- Para onde está indo? -- Regina perguntou.

-- San Diego, mas qualquer lugar que me deixarem no caminho já está melhor do que aonde eu estava.

-- Bem, Naty, aparentemente você deu sorte. Estamos indo para lá. Não é, Priscila? -- Emma perguntou animada. A garota ao volante apenas fez um breve aceno com a cabeça e nada mais disse. -- Ela não transa e por isso é tão seca assim, não ligue! -- Sussurrou, fazendo Naty rir baixinho.

-- Está com fome? -- Priscila perguntou do nada, fazendo a garota corar antes de assentir.
-- Há quanto tempo não come?

-- Umas oito horas, talvez. -- Disse em uma careta.

-- Eu já teria morrido. -- Emma disse espantada pela informação.

-- Pegue algo de útil, sem ser essas bobeiras e dê para Naty comer. -- Priscila pediu e Emma abriu um isopor que estava ao lado delas, retirando dois sanduíches e a serviu com um copo descartável com refrigerante. Naty aceitou de bom grado, agradecendo mais uma vez e sorriu disfarçadamente. Pelo menos a garota havia ouvido seu nome e não se esquecido dele.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝐔𝐧𝐜𝐞𝐫𝐭𝐚𝐢 𝐍𝐞𝐝 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora