Trinta e sete ✓

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Obra original de uma das minhas autoras preferidas  JulieteBs




Os fortes raios de sol atingiram em cheio a cama onde Natálie dormia, fazendo-a reclamar ainda sonolenta. Estava calor e não havia, de fato, um ar condicionado ou um ventilador. Como viu que não conseguiria dormir, ela se levantou e verificou as horas na mesinha de canto: Quase meio dia. Seus olhos se esbugalharam; como havia dormido tanto?

A garota se espreguiçou e vestiu sua calcinha que estava jogada no chão e a camiseta branca de Priscilla para então ir escovar seus dentes. Onde Priscilla haveria ido e por que não a acordara? Já havia percebido que odiava acordar sozinha, ainda mais após uma noite inteira de sexo com sua namorada.

Assim que terminou sua higiene bucal ela migrou para a cozinha; queria tomar um banho e com certeza tomaria, mas antes comeria algo; sentia-se faminta.

-- Bom dia, garotas! -- Natálie disse, bocejando e abrindo a geladeira.

-- Bom dia, Natálie! -- Emma cumprimentou. -- Ouch, Gina. Isso dói. -- Reclamou. Regina fazia tranças em seu cabelo enquanto Ally assistia.

-- Bom dia, Naty. -- Regina disse. --Não mexa a cabeça que não doe. -- A branquinha replicou.

-- Naty... Gozou bastante a noite?
-- Ally perguntou rindo, fazendo Natálie lhe olhar confusa.

-- Por que acha que Priscilla e eu transamos?

-- Bem, a Priscilla é um pouco barulhenta e ontem a gente só ouvia as respirações ofegantes lá do meu quarto, ou seja, foi você que deu. -- Ally disse rindo.

-- Ficaram ouvindo na parede?
-- Natálie perguntou incrédula.

-- Não, a cama batia na parede e a casa estava silenciosa, aí deu para ouvir bem. -- Emma disse rindo.

-- E vocês duas foram até o quarto da Ally para quê? -- Natálie perguntou semi-cerrando os olhos.

-- Assistir filme. -- Regina respondeu prontamente. -- Mas diz logo antes que a Priscilla volte, ela odeia falar dessas coisas.

-- Dizer o quê? -- Natálie perguntou, despejando cereal em um prato e logo em seguida o leite.

-- Transaram muito?

-- Muito. Muito mesmo! -- Natálie disse, finalmente, rindo e mordendo os lábios. Ally bateu palminhas animada e levou uma mão ao queixo, olhando para Natálie.

-- Não fez nada com ela nenhuma vez? -- Emma zombou. -- Estou chocada.

-- Não zombe. -- Natálie disse.
-- Não temos isso de passiva ou ativa. Apenas... deixamos fluir.
-- Natálie disse.

-- Então só deu? -- Emma insistiu ainda zombando.

-- Também transamos no banheiro, ok? -- Natálie deu-se por vencida.

-- Sabia que aquela passiva tinha dado. -- Emma gritou rindo.

-- Não vejo problema nenhum em dar. Não se põe rótulos nesse tipo de coisa. -- A voz solene de Priscilla se fez presente, fazendo o silêncio se instaurar. A mulher trajava um short jeans desbotado curto, que desenhava sua curvas, uma camisa de botão xadrez, azul e preta, uma bota preta e o chapéu preto que havia comprado de Anne. Natálie suspirou embasbacada. Que pedaço de mulher!

-- Onde esteve, Pris? -- Natálie perguntou, se virando na cadeira para receber o beijo de bom dia de Priscilla.

-- A peça do caminhão chegou mais cedo. -- Ela disse dando um selinho em Natálie. -- Em dois dias já poderemos partir.

-- Até que enfim. Estou adorando estar por aqui, inclusive o sexo delicioso que estou tendo, mas já tenho saudades das minhas flores. -- Ally disse, fazendo Natálie lhe fitar.

-- Flores?

-- Sim, tenho uma floricultura, não te disse? -- Natálie negou e Ally assentiu. -- Deixei nas mãos do meu funcionário, o Troy, mas já sinto falta daquelas flores.

-- Das flores ou do regador?
-- Emma sugeriu rindo e Ally franziu os olhos.

-- Idiota! Eu e Troy nunca transamos.

-- E não está precisando de mais gente para trabalhar? -- Natálie perguntou. -- Sou multi-funcional, só preciso de uma chance.
-- Natálie disse.

-- Na verdade estou, mas pensei que gostaria de trabalhar com a Priscilla. -- Ally disse confusa e Priscilla coçou a nuca.

-- Eu ainda não tinha falado com ela disso. -- Priscilla disse, fazendo Natálie lhe fitar.

-- Hm... Então minha namorada tem algo a me dizer? -- Natálie disse sorrindo e as três arregalaram os olhos. Emma engasgou.

-- Namorada? -- Perguntaram em uníssono. Priscilla ajeitou seu chapéu na cabeça e Natálie sorriu.

-- É. Meio que começamos a namorar ontem a noite. -- Priscilla disse, sabendo que o tão famoso falatório das garotas começaria.

Após responder a enxurrada de perguntas, Priscilla voltou-se para Natálie. A garota usava apenas sua camiseta branca da noite passada e Priscilla tinha certeza que usava apenas calcinha por debaixo dela.

-- Então, eu sou péssima com contas. -- Priscilla disse, entrelaçando seus dedos com os de Natálie. Natálie ainda estava sentada, já havia terminado seu cereal, porém Priscilla continuou em pé ao seu lado. -- E seria legal se você se encarregasse de checar a mercadoria e se o pedido está certo. O salário é bom e você nem precisa viajar comigo caso não queira. -- Priscilla explicou. -- Eu pago para pessoas aleatórias fazerem esse serviço a cada vez que viajo e se quiser o emprego é seu. -- Natálie abriu a boca incrédula antes de sorrir.

-- Jura?

-- Sim. -- Priscilla replicou. -- Eu sei o quanto fica desconfortável quando eu que pago tudo. Eu não me importaria com isso, mas percebi que se incomoda. -- Priscilla suspirou e baixou o tom de voz. Queria apenas que Natálie a ouvisse. -- Isso não tem nada a ver com a gente, Naty. Se um dia terminarmos, e eu realmente espero que isso nunca aconteça, mas se acontecer saiba que o emprego ainda será seu. Você pode alugar algo para você, pagar seus estudos se quiser estudar, qualquer coisa.

-- Não ligaria se eu quisesse estudar? -- Natálie perguntou.

-- Claro que não. Eu morreria de saudades, mas não quero interferir em nada do que goste ou queira fazer. -- Falou sinceramente. -- Eu já disse, Naty, eu só quero o seu bem.

-- Linda! -- Natálie sussurrou, dando um selinho demorado em Priscilla.

-- As viagens variam de cinco à vinte e cinco dias, isso depende para onde eu vá. Só precisa chegar a mercadoria no dia que eu partir.

-- Obrigada, amor. -- Natálie murmurou, envolvendo seus braços ao redor de sua namorada e deitando sua cabeça em seu peito. -- Mas vou preferir viajar com você por enquanto. A saudade não me deixa ficar longe. -- Três suspiros ecoaram do outro lado do balcão e Priscilla revirou os olhos, mas ignorou.

Ignorou somente porque ela também suspirou. Natálie a havia chamado de "AMOR" e dessa vez não fora durante uma transa.

-- Certo, mas se no futuro desejar fazer algo que goste não hesite em fazer.

-- Prometo. -- Natálie sussurrou, sentindo Priscilla se inclinar e depositar mais um beijo em seus lábios. Os três suspiros voltaram
a ecoar, fazendo Natálie não aguentar e rir.

A sensação de família estava lá de novo e se dependesse dela jamais deixaria isso se perder.




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I'm into it🎶

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝐔𝐧𝐜𝐞𝐫𝐭𝐚𝐢 𝐍𝐞𝐝 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐧𝐚𝐭𝐢𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora