Uma nova visão

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Fora dito e feito, logo com os raios quentes do sol pela grande janela de vidro eu acordei de um sono nem tão bom. Virei-me ao lado oposto da cama vendo-a vazia, agarrei os lençóis ao meu corpo cobrindo meu rosto pelo qual lágrimas grossas rolaram intensamente, eu sabia que aconteceria e aceitei a dor de não vê-lo mas aquilo doía tanto.
Seu cheiro estava empreguinado nos cobertores sobre a cama macia assim como mantinha-se presente em todo o quarto, as roupas novas estavam ao canto da grande cama de casal, passadas e dobradas cuidadosamente. Era decepcionante lembrar-se da noite anterior e saber que havia sido a última, a vontade de chorar aumentava a cada segundo que lembrava de seus beijos, de olhar para aqueles lençóis e lembrar-me de ter dormido sobre eles com o moreno ao qual eu havia entregado meu coração e mesmo que quisesse não conseguiria tê-lo.
Com a pouca energia que possuía levantei-me vestindo as roupas que ali estavam, em meio as coisas que ainda mantinham-se no chão recolhi o restante do que usava ontem e entre tudo não consegui achar nem minha calcinha e nem minha meia calça ais quais ele havia rasgado. Sai do quarto indo a seu escritório que estava vazio, as escadarias esperavam-me para que dali, eu nunca mais voltasse. Desci-as dando de encontro com uma empregada a qual entregou-me minha bolsa junto do dinheiro de messes que o moreno havia acumulado, não que ele não pagasse-me em dia, pelo contrário, mas ele havia deixado para trás a tempos e isso dizia-me que esse fim iria chegar de qualquer forma. Eu apenas não conseguia aceita-lo bem, meu consciente dizia-me o fim mas eu teimava em dizer que não havia acabado dessa forma, e mesmo iludindo-me dizendo que não, já era tarde. Ele havia deixado-me.

Prosseguir até aquela porta branca fora uma guerra interna, não queria sair daquela casa, queria espera-lo para apenas dizer um adeus, queria espera-lo chegar para ir em bora tendo ao menos a ilusão de beijar-lhe os lábios novamente como uma despedida mas não o faria, afinal ele não voltaria. Eu sabia desde o começo que não deveria, sabia desde o momento em que menti para si em minha tola adolescência em busca de novas experiências, sabia que não deveria tê-lo deixado adentrar meu coração, sabia que não deveria ter me apegado, sabia que isso tudo um dia teria um fim mas eu neguei. Empurrei meus problemas com a barriga deixando-os de lado e hoje sofro com as consequências, não que sejam ruins mas não eram as melhores que eu poderia ter.
Sai pela porta com a cabeça erguida contendo a imensa vontade de chorar enquanto sentia meu coração rachar e meu mundo desabar, a respiração já era pesada pela insistência de conter as lágrimas. O mundo parecia não ser o mesmo, saber que tudo havia acabado fora um baque tão grande que nem ao menos eu conseguia entender o motivo de tudo aquilo ter acontecido, como eu queria voltar no tempo e ter feito tudo diferente, de preferência não tê-lo conhecido como havia ocorrido em minha adolescência. Não ter entregado-me ao desejo carnal e pela sua sedução e troca de olhares, como arrependia-me de não ter sido melhor, de não ser aquela que hoje ele irá desposar.

Sempre achei-me racional a assuntos relacionados a sentimentos mas hoje vejo que estava totalmente enganada, sempre que abria a porta para tentar o vento fechava-a com uma batida forte, era frustrante saber que aqueles que amei não eram capazes de amar-me. Céus, como é possível minha vida amorosa ser tão horrível ao ponto de sofrer por dois homens da mesma família, com o mesmo sobrenome que assombra minha mente e meus sonhos, tornando-os pecaminosos e impuros. Eu não era a mais pura mas ainda sim tentava-os evitar, nunca fui de guardar mágoas mais estava tornando-se impossível. Meu coração clamava por um consolo, um ombro amigo ao qual eu choraria e diria o que acontecia mas eu não estava tendo e aquilo fazia-me agonizar internamente em uma discussão severa com meus pensamentos que lembrava-me a cada segundo do moreno de cabelos compridos e bagunçados.
A caminhada pela calçada parecia mais uma corrida sem que conseguisse progredir, a buzina de um automóvel trouxe-me a realidade amarga e desgostosa. A janela do passageiro abriu e naquele momento avistei outro moreno de olhos escuros e expressão de pesar, ele sabia o que ocorria e sabia da ida de seu tio.

ㅡ Sakura..

Seu olhar de pena e compaixão fez com que meu coração chorasse, minhas lágrimas desceram acompanhadas por soluços constantes. A porta fora aberta e sem pensar duas vezes entrei no carro de Itachi que me amparou deixando-me molhar seu terno com as gotículas salgadas que não paravam de jorrar por meus olhos, o abraço do moreno era acolhedor proporcionando aconchego e carinho. A mão quente acariciava meus cabelos enquanto a outra mantinha-me presa a seu abraço avassalador, sentia-me tão vulnerável e naquele momento quem mantinha-me protegida era o sobrinho do homem ao qual havia viajado pela madrugada de hoje deixando-me em sua cama com, ainda que poucas, esperanças de que permanecesse ali.

ㅡ Ele deixou-me, Itachi.

Eu sabia seu nome, assim como sabia onde trabalhava e como era seu jeito, nunca imaginária estar nos braços do Uchiha mais velho entre ambos irmãos. Eu sabia que Sasuke não prestava desde quando coloquei meus pés na sala de aula da grande universidade de Konoha, assim também como sabia da fama de Madara e não fora o suficiente para conseguir tomar uma única decisão correta em minha miserável vida.
No momento em que mais preciso Itachi esteve aqui para me consolar, e eu não esperava por isso. De início eu apenas julguei-o como um cliente ao qual eu não queria envolver-me por causa de seu tio, mas mesmo não tendo o contrato assinado ou tendo-o como um amigo ele esteve aqui.

ㅡ Acalme-se, rosada.

Aquele sorriso ladino ao qual eu nunca havia reparado, seus olhos fixados aos meus fizeram-me perder-se neles por um longo momento até sentir seu toque suave e sutil sobre minha pele limpando os resquícios de lágrimas que teimavam em escorrerem por minhas bochechas, não posso negar que Itachi possuía uma beleza única, diferente da de seu irmão e tio. O mesmo era sereno e tranquilo ao mesmo tempo que amoroso e charmoso, com um jeito galanteador e educado predominando a beleza em seus traços masculinos, de fato, tudo que ambos os outros Uchihas que entraram na minha vida não tinham. E naquele momento eu vi o moreno de cabelo comprido e lindos traços aos lados de seu nariz de uma forma diferente, com olhos diferentes, eu havia notado-o em meio a minha dor e angústia.

ㅡㄴ🎋ㄱㅡ

Amores, essa semana ta tendo postagens de "My Sugar Daddy" pelo fato de que irei pular o mês de fevereiro com postagens. Talvez adiantarei todas as histórias que estão tendo atualizações frequentes mas eu ainda estou pensando em fazer, era só isso mesmo.
Beijinhos.
Obrigado pela leitura e votos!
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Sugar Daddy - ɴᴀ̃ᴏ ʀᴇᴠɪsᴀᴅᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora