Sugar Daddy - ɴᴀ̃ᴏ ʀᴇᴠɪsᴀᴅᴏ

Senhorita Batman

Olhando pela janela respingada pelas gotículas da chuva que caia, suspirou cansada. A xícara funda em mãos era aquecida pelo chocolate quente que ali residia, o livro que estava sobre as pernas estava fechado incitando o findar de sua rotineira leitura. Sua vida estava tranquila como um dia nunca esteve, lembrava-se vagamente de sua época como Sugar Baby, era uma boa época se fora por na ponta do lápis mesmo com seus contras sendo maiores.

ㅡ Mamãe? ㅡ O pequenino menino de cabelos róseos a chamou, aparentava estar emburrado com alguma coisa ou era apenas a semelhança com os traços do pai. ㅡ Kioshi não quer me emprestar o Batman!
ㅡ Claro, mamãe! O Batman é como eu, forte e corajoso. Iroshi tem que ser o Robin!
ㅡ Kioshi, me dê esse Batman. ㅡ A Haruno pegou o pequeno bonequinho da mão do filho e o colocou sobre o livro que repousava em uma pequena mesa ao lado da poltrona frente a janela que sentava.

A mulher encarou os filhos sorridente e em um movimento rápido levantou-se do sofá pegando uma coberta fina ao lado para servir como uma capa, amarrou ao pescoço e falou em alto e bom som "Eu sou o Batman!" e ambos pequeninos iniciaram uma correria pela casa enquanto a Haruno os perseguia acusando-os de serem vilões malvados que estavam atacando Gothan. Passando pelo quarto dos pequeninos notou a máscara do morcego sobre a cama pegando-a e colocando sobre seu rosto, cuidadosamente caçou os pequeninos que estavam escondidos pela casa mas sempre que os achava eles a surpreendiam e desapareciam novamente.
Era costumeiro que brincasse pela casa com eles, após a partida de Itachi era apenas ela e os dois meninos, mesmo Ino insistindo em ajudá-la. Sakura era uma mulher marcada pela vida no entanto, entendia perfeitamente quando estava sendo um incômodo para alguém; coisa que Ino sempre a dizia não ser, a rosada sabia que estava atrapalhando a amiga afinal ela também tinha sua vida para cuidar, Ino tinha uma casa, um marido e um filho pouco mais novo que seus gêmeos nem tanto parecidos. Ela também tinha uma família para cuidar.

ㅡ Ainda irei encontrar vocês, seus vilõezinhos! ㅡ Falou alto para que escutassem, passando pela porta da sala ouviu batidas suaves na porta e não importando-se de ver quem era apenas abriu-a sorridente.

O sosrriso estampado lindamente nos lábios femininos morreram ao avistar o homem a sua frente, Madara estava ali, de pé frente a sua porta encarando-a. Por tantas vezes nesses últimos dias temeu encara-lo de frente que agora era obrigada a tal, havia esquecido das vindas dele aos domingos.

ㅡ Boa tarde, Sakura.
ㅡ Boa. ㅡ Não fez questão de responde-lo educadamente, estava receosa sobre o que poderia acontecer afinal de contas, ainda não estava preparada para uma conversa detalhada ou sequer uma aproximação. ㅡ Entre.

Assim como ela, ele não estava pronto para um verdadeiro reencontro, não sabia o que dizer muito menos o que faria na presença dela. No entanto, de alguma forma precisavam conversar mesmo que aquela conversa partisse do nada e fosse desconcertante, ele precisava esclarecer as coisas para ela e suplicar por mais uma oportunidade de estar presente na vida das pessoas mais importantes da sua vida. Adentrou a passos lentos e receosos a residência, ela caminhou para o quarto dos pequenos da forma que estava; com uma coberta sobre os ombros e uma máscara de Batman, ela deveria estar brincando com os pequeninos.

ㅡ Seus pestinhas, vou pegar vocês! ㅡ Saiu correndo corredor a fora atrás dos pequenos que correram de encontro ao Uchiha que os encarava sorridente, os pequenos abraçaram as pernas do homem quase o derrubando.
ㅡ Papai! Papai! ㅡ Disse eufórico o pequeno Iroshi apontando o dedinho indicador para a Haruno que sorria com as mãos sobre a cintura.
ㅡ O Batman quer nos pegar! Proteja os vilões mais malvados de Konoha! ㅡ Apontou o pequeno Kioshi enquanto escondia-se atrás do corpo masculino, Madara sorriu com a cena e aproximou-se com cuidado de Sakura.
ㅡ Não deixarei que pegue os vilões mais malvados de Konoha, senhorita Batman. ㅡ Encarou a Haruno com um sorriso ladino e estendeu a mão para a mulher que o encarava, a diferença de altura entre ambos era relevante afinal, Sakura para olha-lo nos olhos precisava erguer um pouco a cabeça.

A rosada olhou receosa para a mão do moreno e suspirou, encarou os pequeninos a olharem em expectativa e viu eles sorrirem amplamente para que aceitasse. Suspirou com pesar e sabendo que iria se arrepender futuramente sobre tal, faria pelas crianças que em um pedido mudo estavam desejando saber o final daquela cena infantil. Pôs sua mão sobre a do Uchiha que a segurou com cuidado, sua mão fora erguida com delicadeza e levada próxima aos lábios masculinos, ele depositou um suave beijo sobre o dorso da mão macia e a girou cuidadosamente sem perder o contato visual que mantinham. Apesar dos segundos, dos minutos, das horas, dos dias e dos anos eles ainda se encaravam da mesma forma, mesmo com o tempo os separando, com os problemas causados pela proximidade que sempre mantiveram ainda eram os mesmos e talvez nunca mudassem, ainda eram apaixonados um pelo outro como foram a cinco anos atrás. Fixados ao momento, estavam novamente próximos, as emoções vieram atona novamente, as perguntas invadiram o cérebro feminino e mesmo que desejasse despejar aquele turbilhão de frustração que sentia sobre ele, aquela não era a hora certa para isso. Sorriu minimamente para ele e soltou sua mão da dele, suspirou cansada e antes que pudesse se afastar fora impedida. Ele segurou o pulso pequeno entre os dedos com delicadeza e carinho, não seria bruto e machuca-la.

ㅡ Sakura, não vá. ㅡ A voz falhou, seu cérebro formulava palavras para dizer a ela no entanto mesmo estando na ponta de sua língua ele não conseguia as dizer. ㅡ Não vá embora como um dia eu fui, por favor.