Motivos de um despertar

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Talvez o amor esteja
à frente de teus olhos,
mas a falsa ilusão ofusca
a verdadeira felicidade.

- PanaPanda

.

Desde noite passada, meu consciente temeu, não só por meus pequenos mas sim por mim e Itachi que amávamos as crianças e não iriamos deixa-las. Eram meus filhos aos quais saíram de meu ventre, não abriria mão de cria-los até meu último dia de vida, não seria Madara a tira-los de mim, nem ninguém.
O sol já iluminava o céu junto os prédios e casas de Tóquio, era manhã e eu nem se quer havia pregado os olhos após o ocorrido com Iroshi. Deitada sobre a cama mantive-me inerte a qualquer coisa do mundo fora aquele apartamento ao qual vivíamos a mais de 2 anos, virei-me sobre o colchão tendo um moreno ao meu lado com a expressão serena enquanto os olhos mantinham-se fechados e os lábios finos mantinham-se semi-aberto com o suspirar. Admirar a beleza de Itachi havia tornado-se um hobby a qual eu sempre fazia-o, com delicadeza toquei sua bochecha e com o polegar toquei seus lábios fazendo um leve carinho sobre os mesmos aos quais formaram um sorriso. Senti o homem enlaçar minha cintura e ainda com os olhos fechados mantinha o sorriso encantador me hipnotizando, em um gesto espontâneo sorri também enquanto meu rosto queimava pela vergonha de tê-lo acordado.

ㅡ Bom dia, meu amor. _ Sua voz era rouca e carinhosa, vi seus olhos abrirem-se e as orbes escurar serem reveladas ainda sonolentas.
ㅡ Bom dia, gomen por tê-lo acordado. _ Desculpei-me fazendo um biquinho enquanto juntava as mãos olhando-o como um cachorrinho pidão.

Seus lábios tocaram os meus e um beijo calmo e apaixonado iniciou-se, nossas línguas disputavam por espaço ao qual a cada momento parecia mais faltar, o beijo tornava-se mais quente a cada segundo fazendo o Uchiha puxar minha cintura para si cada vez mais. Eu sabia o que ele queria e eu também estava querendo, não era o momento certo e nunca seria caso deixássemos para o tardar, crianças mudam vidas e tornam-as corridas cada dia mais além de tirar a privacidade por medo de sermos pegos e questionados.
O beijo cessou por falta de ar, nossas respirações estavam pesadas e os sorrisos brincavam em nossos lábios avermelhados pela intensidade e luxúria do ato passado, mantinhamos os olhares fixados observando ambas pupilas dilatadas, ansiosas por degustarem da visão um do outro. Respirei fundo repondo minhas forças e coragem para prosseguir aquilo, beijei-lhe a pontinha do nariz dando permissão para que continuasse, para que me amasse. Os beijos começaram de meu pescoço até meu queixo onde subiu deixando um selinho rápido sobre meus lábios, olhei-o atentamente para confirmar que estava recuando mas enganei-me profundamente ao vê-lo sentado pondo o cobertor sobre os ombros enquanto virava-se de frente para meu corpo deixando-me abaixo de si, sendo encurralada por seus braços na direção de meus ombros prendendo-me ali, prendendo-me aquele momento que estávamos tendo.

Por mais que fosse estranho e soasse constrangedor, Itachi e eu nunca passávamos dos beijos e carícias como abraços, freavamos a tempos em questões sexuais. Após o nascimento das crianças havíamos aproximado-se bastante mas nunca nada que ultrapassasse os limites que sem nem sequer prestar atenção tínhamos posto, ele sempre dava para trás recuando de algo que até então nunca contou-me e nunca fiz questão de pergunta-lo para não pressionar algo pessoal seu. Creio que seja pelos sentimentos que ainda tenho por seu tio e aquilo causava-lhe temor ou desconforto, nunca entendi ao certo e talvez nunca entenda.

ㅡ Sakura? _ Chamou-me carinhosamente enquanto ajoelhava-se entre minhas pernas. ㅡ Tens certeza?
ㅡ Sim Itachi, eu tenho absoluta certeza. _ Sorri sentando-me na cama, capturando seu rosto belo com minhas mãos puxando-o para um beijo quente, repleto de luxúria e desejo.

As mãos do homem percorreram do colchão macio da cama para minha cintura a qual apertou-a fortemente demonstrando um pouco do seu desejo, as hábeis mãos subiram pela curva de meu corpo levando consigo a camisola de seda branca que antes cobria-me. O tecido fino chegou a reta de meus seios aos quais antes que descobrissem-os segurei aos mãos do Uchiha parando o beijo olhando-lhe com tristeza e receio, meus lábios entre-abriaram para as palavras serem ditas mas nenhum som saía e naquele momento o desespero tomou-me conta.

ㅡ Itachi.. Eu não sou mais a mulher de antes, não tenho mais o mesmo corpo de antes e nem sou tão bonita quanto antes. _ Pausei com os olhos marejados, não queria uma rejeição muito menos que sentisse nojo em meus "defeitos". Após minha gravidez meu corpo mudou muito, minha barriga já não era completamente reta, meus seios não eram perfeitos como antes afinal, deram de mamar a duas crianças, e eu já não encontrava-me com a mesma beleza de quando ele conheceu-me.
ㅡ Não importa-me, és a mulher mais linda mesmo estando despenteada e com olheiras. _ Sorriu acariciando meu rosto com o polegar. ㅡ És a mulher bela com quem me casei à quatro anos atrás, e pouco importa-me tuas mudanças, continua perfeita como estás agora e sempre estará. Amo cada pedacinho de si, tanto de seu corpo como de seus gestos e ações, amo-te, Sakura.

Ouvi-lo declarar-se fora algo pelo qual eu não esperava, meus olhos marejaram-se mais e as lágrimas começaram a rolar sobre minhas bochechas. Não eram lágrimas de medo e nem de tristeza, mas sim de alegria, alegria aquela que eu já não sentia a muito tempo. Itachi e meus filhos havia tornado-se o motivo pelo qual acordava todas as manhãs com desejo de viver cada dia, sentir o amor do Uchiha fazia-me ama-lo cada segundo mais, estar consigo fazia-me esquecer de tudo de ruim que ocorrerá em meu passado e apenas focar no presente. O moreno com pequenas marcas aos lados do nariz estava fazendo com que eu me sinta viva novamente, e isso é algo tão bom.

Sugar Daddy - ɴᴀ̃ᴏ ʀᴇᴠɪsᴀᴅᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora