Domingo

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A preocupação dominava seu peito com ferocidade mas não poderia correr até sua amada para lhe reconfortar ou prestar quaisquer assistência, mesmo que seu coração lhe dissesse para tal. Após receber a ligação de Itachi, não conseguiu conter o sorriso afinal, o caminho para o coração de Sakura estava livre de outro homem.
As coisas ultimamente estavam tranqüilas e torcia fortemente para que continuassem, fugir a cada semana de um país para o outro estava fora de cogitação e o orçamento não estava tão barato para bancar Konan e sua vida de madame. Não via a hora de livrar-se da mulher de cabelos roxos e reconquista a que dominava seu coração, seus sonhos, sua vida.

O domingo havia chegado com rapidez, nem deu-se conta de quando acordou sozinho sobre a cama que sua suposta mulher insistia em dividir. Espreguiçou-se com vontade enquanto lembrava-se de suas palavras, buscaria seus filhos logo pela manhã para ter um tempo com eles, para lhes explicar o que deveria ser explicado, para tomar seu lugar como pai naquela família, para conquistar o coração de seus filhos para enfim ter novamente em seus braços a mãe deles. Com a maior pressa do mundo arrumou-se como nunca havia arrumado-se, deixou o café de lado pois estava sem fome e quando por fim rumou a seu destino pensou em como iria ser com os meninos, será que iriam aceita-lo? Que iriam chama-lo de pai? Céus, estava perdido!
Quando por fim o HB20 preto parou frente ao apartamento onde a mulher residia a ansiedade dominou seu corpo com avidez fazendo-o sentir-se nervoso, coisa que nunca o fizera sentir. Era fato que desde o nascimento de sua filha já não era mais o mesmo homem, ao menos não com as crianças e em relação a elas. Com a coragem recente que havia adquirido pensando em seus filhos, deu leves batidas na porta de madeira a qual fora aberta por um mulher loira de olhos azuis como um vasto oceano.

ㅡ Madara Uchiha? ㅡ Questionou com uma pequena fresta da porta entreaberta, respirando profundamente esperando a resposta do homem que apenas lhe afirmou com um movimento positivo. ㅡ Sakura está dormindo, evite barulhos e espere enquanto acordo os meninos. Entre e sinta-se a vontade, irei preparar um café logo mais.
ㅡ Apenas buscarei as crianças, levarei-os para comer. ㅡ Disse indiferente para a loira que lhe olhava com certo desânimo e desgosto, talvez soubesse da situação e não lhe atenderia com sorrisos por todo o sofrimento da Haruno. ㅡ Peço que avise Sakura para que não se preocupe, ao final do dia os trarei de volta em segurança.

A mulher apenas deu de ombros demonstrando sua indiferença nas palavras do homem, era fato que a Yamanaka não lhe digeria isso desde quando abandonou sua amiga a tempos atrás. Fora a loira quem ouviu as lamúrias de Sakura, e por muitas vezes secou suas lágrimas enquanto a consolou por noites e hoje este homem voltava e destruía novamente toda a vida que dificilmente a mulher havia construído, como o destino era injusto e doloroso. O Uchiha mantinha-se inquieto na sala de estar onde havia sido deixado, a outra havia adentrado por um corredor e desaparecido entre as portas que haviam nele, não que fosse um homem de curiosidades mas no momento buscava com os olhos a suposta suíte onde o casal recém separado dividia a cama - coisa que o incomodava apenas em pensar -.
Com hesitação caminhou vagarosamente até a última porta do corredor onde seu instinto insistia em dizer ser o cômodo que procurava, e de fato era. Exalou fortemente o ar e soltou com pesar, tocou a maçaneta de ferro e girou-a enquanto empurrava a porta com vagaresa para não assustar a mulher que dormia tranqüila sobre a cama de casal. Seus cabelos róseos estavam maiores do que quando a conheceu, as antigas pontas cacheadas hoje eram lisas e mal cortadas, era evidente seu desleixo com a aparência. Aproximou-se da cama e frente ao dorso feminino abaixou-se sobre os joelhos ficando a altura da silhueta que mantinha-se encolhida sobre o macio colchão, a mão aproximou-se do rosto pálido e com as costas dos dedos delineou a pele feminina com suavidade e ternura causando-na um arrepio e um sussurro que ao chegar a seus ouvidos não lhe agradou nem um pouco.

ㅡ Itachi...

ㅡXㅡ

A loira buscava pelo homem por todos os cantos da sala, pensou até mesmo que ele houvesse decidido ir em bora e não as incomodar, como torcia para de fato ser isso. Quando por fim virou-se frente ao corredor dos quartos observou a feição desgostosa e pouco amigável do homem que fechava a porta da suíte, céus o que ele estava fazendo lá?

ㅡ O que fazia? ㅡ Questionou quando por fim o Uchiha parou ao seu lado.
ㅡ Nada que seja do seu interesse. ㅡ Rosnou passando pela mulher sem olha-la, caminhou até frente a porta da residência e dessa vez se direcionou a Yamanaka que olhava-o com dúvida. ㅡ Onde estão meus filhos?
ㅡ Estão se arrumando, já estão vindo.

Antes mesmo de mais alguma palavra ser dita duas figuras pequeninas surgiram pela porta do corredor, as mãozinhas coçavam os olhos sonolentos enquanto os cabelos estavam bagunçados. Um sorriso cativante formou-se nos lábios pequeninos, estavam felizes por finalmente conhecerem seu verdadeiro pai, apesar de considerarem Itachi seu super herói e pai postiço sentiam-se felizes de conhecerem aquele que sempre ouviu falar pela boca de sua mãe.

ㅡ Papai! ㅡ Os pequenos gritaram em uníssono correndo aos braços do Uchiha que lhes sorria já com os braços abertos e joelhos no chão, quando por fim a distância fora finalizada um aperto denunciava o abraço repleto de carinho que aqueles pequenos lhe proporcionavam.

O coração de Madara encheu-se de afeto e compaixão, ele também era humano e possuía o direito de sentir os melhores sentimentos do mundo. Ino apenas observava com um sorriso ladino, talvez ela entendesse Itachi no final das contas. Ele nunca seria o que Madara é na vida da Haruno e não poderia propor a ela o que ele iria propor, apesar de seu amor ser puro e completamente honesto para com a rosada ainda não seria o mesmo que o de seu tio. Quando o abraço por fim havia chegado ao final, os pequenos correram em direção as pernas da loira que sorriu ao ser abraçada por dois pequenos meninos. Com uma despedida alegre e prometendo aos pequenos que cuidaria da mãe deles enquanto estivessem fora, os três saíram de mãos dadas para curtirem o domingo com seu verdadeiro pai.

Talvez você precise se dar uma nova chance, Sakura... ㅡ Sussurrou para si mesma enquanto via a silhueta alta caminhar juntamente com as crianças uma em cada lado de seu corpo.

Sugar Daddy - ɴᴀ̃ᴏ ʀᴇᴠɪsᴀᴅᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora