pov Catra on
-Até segunda dona Razz! -me despedi
-Vai com deus querida! -minha chefe acenou
Peguei as chaves da moto num dos bolsos de minha mochila e saí do supermercado. Minha Pop 100 da Honda estava estacionada na primeira vaga à porta do estabelecimento.
Guardei a mochila no porta trecos, coloquei o capacete, dei partida e segui caminho até a Fright Zone.
O vento fazia meu cabelo rebelde se manter atrás de meus ombros, gostava dessa sensação que a velocidade me trazia. Fazia eu me sentir livre.
A Fright Zone, ou Zona do Medo, era território da Horda, uma das gangues mais temidas da cidade.
Quando completei 12 anos, Shanon Weaver me enxotou do orfanato, perdida pelas ruas, com medo e de cara fechada esbarrei em Scorpia. A dócil e inocente menina gostou de mim de cara, e ao saber da minha situação me convidou para sua casa.
Eu sempre fui desconfiada de tudo e todos, mas ela parecia ingênua e confiável então aceitei. Scorpia morava com os pais em um apartamento de um edifício ocupado pela Horda.
Os pais da garota eram generosos como ela e cuidaram de mim por aproximadamente um ano.
Tudo estava bom demais para ser verdade, uma noite, um dos mensageiros do "Mestre/Prime" da Horda bateu em nossa porta e deu a notícia de que os pais dela haviam morrido em um tiroteio. O mesmo sem dar nenhum detalhe apenas fez a proposta de que nós duas entrássemos no tráfico.
Era assim, órfãos na Fright Zone ou viravam traficantes que morriam cedo, ou iam para às ruas tentar a própria sorte.
No momento Scorpia não conseguiu fazer nada além de chorar, eu não me abalei, claro que fiquei triste com o destino do casal que me acolhera, mas como agradecimento decidi me manter firme, proteger e ajudar a filha deles. E ainda assim, foi muito estranho como tudo ocorreu, eu sabia que eles trabalhavam com o tráfico, mas não se envolviam com violência direta. Achei melhor não questionar, talvez a própria gangue os tivesse silenciado.
Disse para o mensageiro que não entraríamos no ramo, porém não abandonaríamos a Horda também. Nos mudaríamos para a casa da avó de Scorpia, e em troca da proteção da gangue, acolheríamos e ajudaríamos quem precisasse de refúgio.
E isso acabou se mostrando um ótimo negócio, pois até agora, nenhuma outra gangue se meteu conosco, e os únicos que buscaram o lugar para ficar foram Loonie, Kyle e Rogelio.
O céu já estava bem escuro quando estacionei na frente do Sussurro, o bar mais famoso da Zona do Medo. Entrei e fui até a mesa onde sempre ficávamos. Entrapta, Scorpia e Kyle estavam bebendo e conversando.
-Você ainda muito sumida Entrapta, só te vejo na escola e ainda poucas vezes! -Scorpia reclamou
-Ah estou muito ocupada... -a garota de cabelos roxos respondeu, percebi sua face um pouco corada e provoquei:
-Fodendo com Hordak?
-Catra! -Kyle me alertou com medo nos olhos
-Sim, surpresa Catra? -uma voz masculina disse atrás de mim
Me virei e dei de cara com o próprio. Soltei uma gargalhada e disse:
-Sabia que não eram só boatos. Vou pegar uma cerveja, mais alguém quer?
Ninguém pediu, então fui até o bar e pedi uma garrafa. Sinto que estou sendo observada, discretamente olho ao meu redor. Apenas pessoas conversando e bebendo.
O barman me passa a bebida, dou um gole e percebo uma figura alta entrando pela porta. Rabo de cavalo e topete. O que raios ela estava fazendo aqui?
Vou rapidamente até a entrada, seguro Adora pelo braço e a puxo para o banheiro, a iluminação vermelha era fraca, mas ainda consigo ver seus olhos azuis brilhando. Pergunto sem rodeios:
-O que você pensa que está fazendo aqui? Isso não é um barzinho para você ir com seus amigos ricos Adora. É território da Horda. Você pode se meter em encrenca ou acabar na vala!
-Eu só quero conversar Catra. Fiquei pensando no que você disse ontem à noite e procurei você por toda parte. Kyle me disse que estaria aqui hoje.
Ela parecia abalada, mas suas desculpas não serviriam de nada agora. Digo ríspida:
-Não tenho nada para falar com você Adora
A loira segurou minha mão e pediu:
-Por favor Catra, só quero saber como você está
-Eu estou bem, você não ve! To envolvida com uma gangue que pode me matar se eu fizer merda, trabalho quase todo dia e não tenho nem onde cair morta -explodo quebrando o contato de nossas mãos e cruzando os braços
-Como assim? E sua família?
Olhei incrédula para ela e soltei uma gargalhada, só podia ser brincadeira
-Que família Adora?
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kill our way to heaven
Fanfictionseparadas quando crianças, Catra e Adora se reencontram, e a conexão entre as duas se mostra mais forte do que nunca