Capítulo 2: Passiva e agressiva

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— Estamos atrasadas? Espero que não, não estamos, não podemos nos atrasar. Anda Alex!

Kara caminhava em direção ao elevador da Obsidian com sua irmã em seus calcanhares. Ela se arrepende profundamente de ter esquecido seu relógio de pulso em casa.

— Calma, Kah, estamos no horário, desde quando você se preocupa tanto com atrasos?

Alex segue sua irmã até o elevador, com a mais nova apertando o botão de imediato e com certa urgência antes mesmo dela entrar. Seria uma longa tarde. Ao menos o elevador social estava vazio.

— Você não estava na última reunião para ver o olhar destruidor de Lena Luthor quando a senhorita Rojas se atrasou dois minutos. Eu juro, ela parecia o demônio.

— E não foi você quem teve que aturar a Juíza Grant quase mordendo a jugular de quem não juntou a papelada certa nos processos. Deus sabe como aquela mulher ama burocracia. Acho que estamos quites com os nossos demônios.

A porta do elevador abriu e a mais jovem congelou no lugar. Andrea Rojas estava em frente a sala conversando com sua CFO, da qual Kara lembrava das reuniões anteriores, usando uma blusa de gola alta e uma saia lápis que fazia seus quadris serem deliciosamente contornados.

Kara se questionou por um momento se sua camisa de botões azul não era miserável demais para aquele encontro. Isso a fez fechar o botão do seu blazer. As lembranças da noite de sexta também vieram com força em sua mente: as pernas de Andrea desnudas, a boca molhada em desejo, como Lena a olhou. Se não fosse por Alex a puxando pela mão, talvez ela gastasse minutos naquele transe de pensamentos.

— Boa tarde, srta. Rojas, srta. Lane. – A mais velha das Danvers iniciou os cumprimentos sendo seguida pela mais nova.

A primeira a responder é a CEO:

— Boa tarde, senhoritas, que prazer. Eu preciso falar com você rapidinho antes da reunião, tudo bem? — Andrea tem um sorrisinho no canto dos lábios ao apontar para Kara. As palmas das suas mãos suam ao perceber.

— Sem problemas, nós vamos entrar para aguardar os demais. Alexandra? – Lucy Lane chamou a ruiva que concordou, deixando as demais do lado de fora.

Kara estava paralisada, daquele sorriso nada de bom poderia vir, ou ela estava em uma enrascada tremenda, ou estava prestes a entrar em uma. Seja qual fosse a opção, não parecia negociável a sua resposta.

Andrea tocou o braço da advogada delicadamente e guiou para o final do curto corredor.

— Temos algum problema, srta. Rojas?

Kara transpirava preocupação. Sua mente vagava sobre todas as chances de ser uma chamada de atenção por sua ida repentina até o apartamento de Lena, ou pior, por sua saída totalmente desesperada de lá. E se Andrea não gostou do que viu? Se ela estava prestes a cortar qualquer possibilidade de aquilo se repetir? A mera expectativa a explodia de ansiedade.

Porque sim, Kara queria que aquilo se repetisse. Apesar da pressa em sair pela urgência dos prazos, a jovem advogada não conseguiu fechar os olhos naquela noite pensando em todo o curto momento que teve com as duas. Ela buscava entender como chegou até ali, como seria se não tivesse de ir embora, um mar de instantes a afogando.

Óbvio, nenhuma dessas angustias foram compartilhadas. Alex a mataria sem pena por estar brincando com suas duas maiores clientes, mesmo que a cena toda tivesse sido uma provável armação da latina a sua frente.

— Problema nenhum, Danvers. Eu apenas queria marcar um jantar de negócios com a senhorita na quarta, para agradecer por seu trabalho, bem como debatermos alguns pontos legais. Gostaria de tirar algumas dúvidas sobre os nossos contratos. Você estaria disponível?

Contrato de Risco [SuperRojasCorp]Onde histórias criam vida. Descubra agora