Capítulo 17

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Pov. Miguel Castro

   Abro os olhos lentamente já que a claridade fazia meus olhos doerem, Diana continua dormindo com a cabeça no meu peito, seu cabelo esparramado pelo meu braço me fazia ter uma sensação maravilhosa, me fazendo abrir um sorriso, coloco sua cabeça no travesseiro e vou saindo lentamente da cama. A observo por um tempo, seu cabelo cacheado caia um pouco no seu rosto, me fazendo tirá-lo e colocá-lo atrás de sua orelha, ela se remexe um pouco mas não acorda, seu rosto sereno me encantava.

   Caminho pelo seu quarto e fecho a cortina que estava aberta, um objeto reluzente brilhava na mesa do abajur: o relicário. Ela ainda o tinha, toco nele e vejo nossa foto na época de adolescente e do outro lado tinha uma foto dela com Théo.

   Vou no seu banheiro e molho meu rosto, tudo na casa dela era tão arrumado e ela mora sozinha com Théo. Saio do banheiro e a ela continua dormindo, vejo o urso marrom, com cachecol vermelho e preto sentado na cômoda e dou outro sorriso, ela não jogou fora nada que dei.

Como pode ser tão maravilhosa?

   As 5 horas da manhã o sol brilhava timidamente depois da noite chuvosa, o clima estava perfeito para uma caminhada e Diana ainda continuava dormindo então ela não perceberia meu sumiço repentino.

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   O alarme apita no horário de sempre, eu tinha exatamente uma hora para chegar na faculdade, então me apresso para me arrumar e sair de casa.  Visto um vestido azul estilo ciganinha com amarração na cintura, coloco o relicário no meu pescoço e desço correndo.

— Opa, opa, onde a senhorita pensa que vai? — Miguel fala ligando o liquidificador.

— Ainda trabalho, ou você se esqueceu que sustento essa casa com o dinheiro do meu salário? — Digo

— Ai que cheiro estranho, né? — Ele fala fungando. — Ah, é o cheiro bom do deboche.

— Se a gente comparar quem é mais debochado, você ganha. — Falo colocando minha sapatilha azul marinho com detalhe no salto.

— Não sei não, acho que o juiz dessa competição não gosta de mim.

— Pena que o juiz não quer saber e está atrasado para a faculdade.

— Toma pelo menos o suco e eu te levo

   Ele me entrega um copo de suco de beterraba, tomo um gole e sinto o gosto adocicado da cenoura e gosto cítrico da laranja. Só agora percebo que ele estava sem camisa, o suor escorria pelo seu abdômen nu e eu observo o lento movimento do escorrer do suor.

— Gostou da visão? — Volto a encarar seus olhos maliciosos.

— Já vi melhores. — Termino o meu suco e o entrego. — Arrume a casa. — Falo abrindo a porta.

— Te vejo no almoço? — Ele pergunta me levando até seu carro.

— Vou almoçar com um amigo, não se preocupe.

— Amigo? Não pode mudar para amanhã? — Ele fala fazendo biquinho.

— Não, não posso. Não vou parar minha vida por você. —  Reviro os olhos. — E Rodrigo é meu melhor amigo e ele está precisando de mim.

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