Capítulo 14

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Pov. Diana Castillo

— Mãe, Dina chegou. — Théo chega correndo do quarto até mim, agarrando minhas pernas.

— Isso tudo é saudade?   —Falo me abaixando para abraçá-lo.

 — Onde você estava?  — Minha mãe sai da cozinha limpando com a mão o avental sujo de farinha.

 — Encontrando um amigo.—  Ou namorado, ai que confusão, resmungo baixo enquanto seus olhos me estudavam por completo, me fazendo corar.

 — Miguel?  — Seus olhos queimavam minha pele, me fazendo baixar meus olhos para não encará-la, não podia contar sobre meu emocionante encontro desastroso.

 — Digamos que sim. Preciso tomar um banho.  — Falo, indo na direção do banheiro, mas paro bruscamente.  — Pera, como a senhora sabe? — Pergunto semicerrando os olhos.

 — Ele é a única pessoa que você conhece aqui, é meio que óbvio.  — Ela fala dando de ombros.

 — E desde quando a senhora cozinha?  

 — É uma antiga paixão, eu fazia curso antes de me casar com seu pai.  — Ela falando dando um sorriso de orelha a orelha e seus olhos brilham ao recordar do seu marido.

— Tem algo que a senhora não é boa? — Pergunto e vejo sua expressão de felicidade se esvair.

— Ser uma boa mãe. — A tristeza assumiu as suas feições, mas logo ela se recompôs e voltou para a cozinha.

  Entro na banheiro um pouco desnorteada por causa do ocorrido, descobri que não sabia nada sobre minha mãe direito e que a culpa não é minha, quero me abrir totalmente com ela, mas para isso preciso que seja sincera comigo, quero descobrir a verdade, quero descobrir o motivo daquele ódio gratuito de quando eu era pequena. E para completar a situação ainda não sei se Miguel estava brincando sobre aceitar meu suposto pedido de namoro. Eu queria encontrá-lo, mas não daquele jeito.

Eu sou uma vergonha para mim mesma, oh céus por que eu bebi tanto!?

   Deixo a água fazer seu trabalho: me limpar e relaxar. Mas relaxamento era a única coisa que eu não teria, as cenas repassavam repetidamente na minha cabeça, não conseguia para de escutar  aquele áudio constrangedor na minha cabeça, repetia milhares e milhares de vezes.

 Você quer namorar comigo?

Mas o pior não foi a pergunta e sim a resposta, não esperava aquela reação do futuro chefe da famosa empresa automobilística do Canadá. Aquele 'sim' mexeu comigo de uma forma tão intensa e assustadora, aquele não é o mesmo Miguel de antigamente, eu nem o conheço mais, seus gostos devem ter mudado. Será que ele ainda gosta de assistir vídeos de Rock Climbing? Ou de comer pudim? Será que ele ainda assiste pokémon? Será que ele ainda tem enxaqueca ao comer chocolate? São tantas perguntas, sem nenhuma resposta.

   Escuto meu celular vibrar sem parar na bancada da pia do banheiro e sou obrigada a sair do banho para pegá-lo, me enrolei no roupão e me encosto na parede do banheiro ao lado da janela que estava coberta pela persiana preta, onde deixava o ambiente mais harmonioso, já que os móveis eram claro e tinha uma ampla iluminação.

Número desconhecido 2 ligações

Número desconhecido [09:38 AM]

— Está me ignorando?

— Como ousar fazer isso com seu namorado?

Eu [09:38 AM]

Você está louco? —

À Sua EsperaOnde histórias criam vida. Descubra agora