Capítulo 12

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POV. Diana Castillo

Agora era fatal
Que o faz-de-conta
terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que
não tem mais fim
Pois você sumiu
no mundo sem me avisar
E agora eu era
um louco a perguntar
O que é que a vida
vai fazer de mim?
João e Maria- Chico Buarte

   Faltava poucas horas para o pouso e decido observar a paisagem da janela do avião e vejo nuvens esparsas e com uma variedade de formas, com sua textura bastante semelhante ao um algodão e o sol que de longe brilhava no horizonte. A imagem ali é de tranquilidade e paz de espírito, esse sentimento maravilhoso que simplesmente passava por cima de toda tristeza, mágoa e rancor.

   Chegando ao terminal, sinto que o motor foi desligado e todos se levantam pegando suas bagagens e saindo para pegar o resto de seus objetos na esteira do aeroporto para partir na sua jornada, não encontraria mais ninguém, mas fiz questão de observar um pouco de cada pessoa, até um homem elegante esbarrar em mim e me fazer cair com tudo no chão.

— Desculpe-me, estava totalmente distraído. — Ele fala ajudando-me a levantar.

— Sem problema, também estava desatenta. — Dirijo a atenção a ele e recebo em troca um sorriso leve e encantador.

— Já que está tudo bem, vou indo. Adeus.

— Adeus.

   Ele volta a andar no meio da multidão e seu sobretudo marrom se movimenta à medida que ele se afastava.

Até seu caminhar é encantador.

⊱∽∽∽∽∽⊰✾⊱∽∽∽∽∽⊰

   Quando chegamos ao hotel, minha mãe sai para a palestra e fala que voltaria logo em seguida para se arrumar e irmos para festa. A babá que contratamos para tomar conta do Théo só chegaria quando estivéssemos quase saindo do salão principal do prédio para o salão.

   Deito na cama gigantesca e macia do hotel, enquanto Théo andava e explorava cada cantinho do lugar.

— Você não está cansado?— Ele balança a cabeça negando. — Por que eu estou acabada. — Falo sentado e cruzando as pernas.

— Não, Di. Aqui é tão legal! E tem uma piscina! Podemos ir na piscina. — Ele fala subindo na cama e cruzando suas perninhas, tentando me imitar.

— Amanhã iremos, prometo. Mas vamos descansar um pouquinho.

— Só se você me contar uma historinha. — Ele fala me lançando um sorriso arteiro.

— Seu pequeno chantagista. — Falo me me jogando para perto dele para fazer casquinha.

— Não..... Di, para.... Por favor. — Ele fala entre gargalhada.

   Levantando e vou para o canto do quarto, onde minha bolsa de viagem se encontra, me agacho para procurar um livro que trouxe, faço uma pequena bagunça para achar, já que ele se encontrava no fundo da bolsa.

— Não quero mais a historinha. — Ele fala se deitando e encarando o teto. — Quero uma música! A do João e Maria.

— Você não cansa dessa música? — Pergunto e ele fala que não movimentando somente a cabeça. —Só se você cantar também. - Falo largando a bolsa e me levanto.

— Mas é difíciu. — Cruzo os braços e me sento na cama. — Tá bommmm. — Ele fala lançando as mãos para o lado e batendo na cama logo em seguida.

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