Epílogo

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3 meses depois

   Meu casamento foi simples, nada de extravagante. O inverno tinha passado, e o verde começava a surgir num tom vibrante e alegre, a beleza da extravagante primavera estava dando vida. Théo tinha feito cincos anos no mês passado e ele resolveu comemorar na escola, juntos com seus amigos.

   Minha vida começou a andar, eu já tinha enviado currículos para trabalhar no Canadá e ontem finalmente  recebi uma ligação para dar aulas, finalmente vou lecionar num lugar que sempre quis. Me levanto do sofá e caminho para frente do espelho e ajeito o vestido que começava a ficar abarrotado de tanto que eu andava e sentava.

   A visão que tinha mostrava uma versão diferente de mim, passo a mão no vestido longo rendado com um forro justo nude, o decote em "V" além de discreto, ainda valorizava meu colo. A bela tiara de flores pousava no meu cabelo solto, em meu rosto uma maquiagem marcada por um batom forte e os olhos neutros.

   Me sinto exausta, tenho passado tanto tempo com Théo que nem notei que precisava cuidar de mim mesma, eu estava submersa no seu mundo, cada passo, movimento ou tosse que ele dava me deixava aflita . A maquiagem escondia bem as olheiras negras que aparecem embaixo dos meus olhos.

   Meus lábios começaram um bocejo suave que logo se desfez em um sorriso, pois ele ainda estava aqui, comigo. Olho para a janela e o vejo brincando com Poppy sentado em seu colo balançando o rabo e lambendo a cara dele. Arya mantia uma conversa animada com sua mãe e seu noivo, enquanto Miguel conversava em uma rodinha com um senhor baixinho que tem um bigode estilo morsa, minha mãe e seus pais. Rodrigo e Phelipe não saiam de perto da mesa dos doces.

   Pego a carta com força pousando perto do meu coração e fecho os olhos.

— Vocês vão estar no momento mais importante da minha vida. —  Digo com se fosse uma oração, baixo e com convicção.

   Escuto o rangido na porta e abro os olhos.

—  Pronta? —  Minha mãe pergunta e dou um sorriso em resposta.

Ontem, à noite.

— Pronta? — Mamãe entra no quarto e fecha a porta rapidamente.

   Assinto com a cabeça, meu coração estava acelerado e minhas mãos suavam conforme me lembrava que dia era amanhã, marcas de unhas apareciam em minhas mão conforme eu apertava com força para amenizar minha ansiedade.

— Não sei que mania estranha é essa de vocês! — Ela fala fechando a janela. — Toda vez que estão pensando em algo vocês deixam as janelas abertas.

— Quem mais era assim? — Pergunto sentando na cama.

— Seu pai, Emanuel e até Théo! — Diz batendo a mão na testa. — Falando de seu pai, ele me mandou entregar isso para você.

— Mandou?  — Pergunto.

— Para ser mais exata, ele deixou. Achei um dia desse no cofre, junto com esse colar. — Ela diz me entregando a carta juntamente com um delicado colar com um pingente em forma de gota. — Sua vó me presenteou com este colar no meu casamento ela dizia que a esmeralda era conhecida como a pedra do amor.

— Você está me dando uma esmeralda? — Minha gagueira é tão acentuada que me deixa atônita.

— Sim. É uma herança de família.

— Mas é tão caro.

— E agora é seu. — Fala me abraçando. — Nervosa?

— Muito, mas estou tão feliz!

À Sua EsperaOnde histórias criam vida. Descubra agora