Twenty one: congratulations, Ceci!

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“ We were built to last, we were built like that. Baby take my hand, dive this romance. We could burn and crash, we could take a chance. Holdin' nothin' back, like it's our last dance ”

— Dua Lipa: Last Dance ♡

Ceci

2h16

Acordei ofegante e assustada. O que é estranho, levando em consideração que não tive pesadelo, estava dormindo bem demais e não estou escutando ninguém planejando minha morte. Até as batidas preocupantes de meu coração me assustavam. Céus, eu preciso voltar a dormir. Virei para o lado e me cobri dos pés ao pescoço. Estava frio o suficiente, esse horário também é conhecido como inverno noturno na minha cabeça, para que eu pudesse voltar a dormir tranquilamente, quem sabe até sonhar com um futuro brilhante. Mas não foi isso que aconteceu e durante o que pareceu horas, não consegui pregar os olhos. Minha primeira idéia foi tomar um copo de leite quentinho com um pouco do pó de canela estilo sossega-leão mas não funcionou. Andei pela pela cozinha e pela sala, até parei na janela para admitir a Lua cheia que iluminava o céu quase cinza. Voltei para o quarto, a escuridão parecia um monstro tentando me assombrar e voltei para a cama mais rápido do que a Taylor Swift indo curtir as fotos do instagram do Joe Alwyn.

Mais uma tentativa de pregar os olhos em vão me deixou tão frustrada que apertei os olhos com força e esvaziei minha mente, pronta para mergulhar no mais profundo sono. Mas quando eu estava quase conseguindo, me condenei mentalmente por nunca por a droga do celular no silencioso. Os vocais agudos da Mila em I Only Told The Moon soou pelo quarto como uma sirene. Ou talvez eu só estivesse puta da vida por ter meu quase sono interrompido. Ignorei, mas isso não foi o suficiente para que o barulho parasse. Quem quer que fosse, estava conseguindo me deixar profundamente irritada. Aquela sensação dolorosa não abandonava meu peito. Suspirei. Cerca de sete minutos depois, o silêncio preencheu meu quarto (obrigada Jesus) mas o sono havia ido embora de uma vez. E quando ouvi passos rápidos do lado de fora, bem, isso não me ajudou a ficar mais tranquila. Levantei e tentei ser o mas discreta possível ao ir espiar na janela. Uma figura loira, assustada e tensa entrou em meu campo de visão. Dois segundos depois, eu estava abrindo a porta da frente e me deparando com uma Emma ofegante e pálida. Quase fantasmagórica. E no segundo seguinte, nossos corpos estavam unidos em um abraço caloroso. Relaxei imediatamente, soltando o ar que nem sabia que estava prendendo.

— Por favor, me diga que está bem, meu amor? — a urgência em sua voz fez meu coração disparar.

— Tô melhor agora e isso nem é uma cantada. — ela riu, o que aliviou a minha agitação cardíaca.

— O que aconteceu? Você não me chamou, mas eu tive um... — ela parecia estar tentando encontrar a palavra certa.

— Bad feeling? — sugeri. Ela fez que sim. — Eu também senti. Foi o laço que te trouxe aqui?

— Sim e não. Não porque só tive um bad feeling e sim porque a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que você estava em apuros. — ela tentou não parecer tão preocupada, mas eu a conhecia bem. Havia algo a mais.

— Sempre me salvando. — envolvi minhas mãos ao redor do seu pescoço e a trouxe para mais perto, numa súbita necessidade de senti-la e encarar aqueles olhinhos verdes. Ela colocou uma mecha atrás da minha orelha e selou nossos lábios em um beijo delicado. Eu conseguia sentir seu amor por mim no fundo da minha alma em cada beijo, suspiro e toque. E cada vez que nossos olhos se encontravam, eu me sentia em casa. — Fica um pouco comigo? — pedi, manhosa. Ela me encarou, perdida em meu olhar, antes de responder:

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