habits of my heart || rafa silva [pt]

"amor"

- Adeus, casal! - Inês disse, acenando-lhes da porta da sua casa. - Avisem quando chegarem!

O casal concordou, acenando-lhe novamente, antes de seguir viagem. Eva tinha surpreendido o jogador do Sport Lisboa e Benfica com um fim de semana no Algarve, só os dois, o imenso mar, sol e tranquilidade. Após um almoço de grupo na casa de Inês, era para lá que agora rumavam.

A viagem revelou-se longa e cansativa, com tempo para pausas para café e para sestas - de ambos, graças à insistência de Eva em trocarem de lugar no caminho. Chegaram a Vilamoura já ao final da tarde, o que fez com que optassem por se instalar no hotel, tomar um banho e pedir o jantar pelo serviço de quartos, ao invés de saírem novamente. 

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Rafa acordou com a morena a espalhar beijos pelo seu rosto, o que o fez sorrir, ainda de olhos fechados. Ele passou o braço ao redor da cintura dela, apertando-a contra si e retribuindo o carinho, arrancando-lhe gargalhadas.

- Amor! - ela disse, arrastando a palavra, num pedido implícito para que ele parasse, ainda no meio de risos.

O futebolista parou de repente, olhando-a atentamente e virando-os na cama. Apoiado nos braços, ele debruçou-se sobre ela apenas o suficiente para que os seus lábios se tocassem levemente.

- Repete. - nos seus lábios pairava um sorriso, que logo Eva replicou, arqueando a sobrancelha.

Ela aproximou ainda mais os seus rostos, dando-lhe um rápido beijo e logo depois acedendo ao seu pedido, repetindo pausadamente a palavra, como se a estivesse a saborear. As duas sílabas pareciam mel na boca da morena e Rafa jurava ser capaz de ficar ali o dia todo, apenas a ouvi-la repeti-la outra e outra vez. Lutando contra essa vontade, ele voltou a deitar-se ao seu lado e puxou-a para si, deixando um breve beijo nos seus lábios, antes de se preparar mentalmente para abandonar os lençóis.

- Vamos aproveitar o nosso dia?

Ainda que a custo, os dois acabaram por se levantar e, depois de um duche rápido, dirigir ao salão de refeições do hotel, onde tomaram o pequeno-almoço. Depois, resolveram aproveitar o resto da manhã à beira da piscina, pouco preocupados com os olhares curiosos à sua volta, optando por ignorá-los e desfrutar do sol e da companhia e carinho um do outro.

O restante fim de semana não foi muito diferente, variando entre a praia, a piscina, jantares e passeios a dois, com o casal a aproveitar todas as oportunidades que tinha para namorar e relaxar, sem se preocuparem com o mundo exterior. Era a primeira vez, em muito tempo, que os dois se sentiam tão tranquilos e, na última noite, os dois desejavam apenas que o retorno às suas rotinas não quebrasse o pequeno casulo de amor que ali tinham criado.

- Não quero estragar isto outra vez...

O casal estava já deitado, com Rafa a envolver Eva contra o seu peito quando ela falou, baixinho. Instintivamente, o jogador de futebol parou o carinho que estava a fazer nos seus cabelos, hábito que tinha criado desde a primeira noite que passaram juntos.

- Ei... O que é que estás para aí a dizer?

Delicadamente, ele afastou os seus corpos o suficiente para a conseguir olhar nos olhos, provocando também a interrupção dos desenhos que o indicador dela traçava no seu peito. Pela primeira vez naquelas trinta e seis horas, Eva não lhe parecia feliz e as suas sobrancelhas estavam ligeiramente franzidas com a apreensão. Rafa levou as suas mãos ao rosto da amada, segurando-o com ternura mas, simultaneamente, com firmeza e segurança.

- Eu não me vou separar de ti. Nunca mais.

Ele falava devagar, com clareza e convicção, sempre sem tirar os seus olhos dos dela. Queria que ela compreendesse a verdade nas suas palavras, que a interiorizasse para não mais esquecer. E Eva sabia que ele estava a dizer a verdade, conseguia vê-lo nos seus olhos e senti-lo no seu toque. Estava tudo bem. Estavam juntos. Ainda assim, o futebolista continuou:

- Ouve, eu sei que já fizemos muita asneira um com o outro. Sei que já nos afastámos muitas mais vezes do que deveríamos. Mas não vai acontecer outra vez. Eva Duarte, eu não volto a sair do teu lado. Mesmo que não me queiras aqui, eu vou cá estar. Eu amo-te, e isso não vai a lado nenhum, entendes?

Incapaz de encontrar as palavras certas para lhe responder, a morena juntou os seus lábios e colou os seus corpos. Os dois perderam-se então no corpo um do outro, por entre os lençóis, repetindo novamente juras de amor.

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Pouco passava do meio dia quando os dois abandonaram o hotel, de mãos dadas e ainda envolvidos num casulo de amor. Antes de abandonarem, também, Vilamoura, onde partilharam um almoço antes de seguir viagem de volta para as suas vidas quotidianas. Rafa assumiu o volante do carro da namorada, já que apenas seguiria viagem até Lisboa, onde ela o deixaria em casa e rumaria de novo ao norte. 

- Volta rápido para mim... - o futebolista murmurou, depois de deixar um beijo nos lábios da amada, já depois de pararem à porta da sua casa.

- Assim que puder estou aqui, nem vais dar pela minha falta. - ela prometeu. 

Eva ofereceu-se então para ajudar o avançado com a bagagem, proposta que ele negou, tirando rapidamente a mala do carro dela e pousando-a junto à sua porta de entrada. Notando o semblante mais desanimado da morena, não hesitou em puxá-la para um abraço apertado, aproveitando a proximidade para deixar um beijo demorado nos seus cabelos.

- Avisa-me quando chegares a casa, sim? - ela acenou, esticando depois o seu rosto na sua direção, num silencioso pedido por um beijo, que foi rapidamente acedido por Rafa.

Não querendo alongar por muito a despedida, por saberem o quão dolorosa era para ambos, Eva murmurou um "até já", oferecendo-lhe o seu melhor sorriso e um beijo curto e começou a dirigir-se de novo para o carro. Ao pousar a mão no puxador da porta, ouviu-o chamar por ela, levando-a a parar os seus movimentos e a olhar para trás.

- Namoras comigo? - ele disse, relativamente alto, não evitando um largo sorriso logo de seguida.