Era final de semana, um lindo dia de sábado com a combinação perfeita; O céu azul sendo iluminado pelo sol e o frio acompanhado pelo vento gelado.
Todos pareciam estar de casal a minha volta, até os elementos do clima. Estava sozinha, na farmácia, pois agora teria de trocar meu remédio de ansiedade para um com mais miligramas e adquirir um antidepressivo.
Após o funeral de Joe, achei que iria me sentir bem e leve. Me despedi dele, o perdoei tentando tirar todas as mágoas e ira, o que de fato consegui.
Foi muito efetivo e, nos primeiros dias fez sentido. Mas fui me afundando aos poucos, em um vazio e na melancolia que era a pior parte, a cada dia aumentava mais me tirando o prazer de fazer as coisas mais simples do dia a dia.
Billie percebeu o meu estado emocional e o quanto isso estava me afetando em meus afazeres diários.
A mesma marcou uma consulta experimental com seu terapeuta. De lá fui para o psicólogo e depois para a psiquiatra.
Hoje foi o meu primeiro dia na psiquiatra e como os espero me pergunto porque nunca a procurei antes, não necessariamente uma/um psiquiatra, mas um terapeuta ou psicólogo. Ia ser tão leve.
Comprei meus remédios e assim que estava saindo da drogaria meu celular toca.
O tirei do bolso da calça jeans clara que usará; "Amor ❤". Sorrio imediatamente.
— Fale coração. — Atendo.
— Falo bebê. Como foi a consulta? — Pergunta.
— Foi normal, ela disse praticamente a mesma coisa que a psicóloga. Disse que virei paciente dela no momento certo. Mudei meu ansiolítico e tive que comprar um antidepressivo. — Explico resumidamente atravessando a rua com atenção.
— Meus parabéns. Tens sido uma paciente exemplar, agora irei fazer você tomar seus remédios direitinho. — Me parabeniza alertando ao mesmo tempo.
— Obrigada babá e sim eu irei tomar os meus remédios certinho. — Reviro os olhos rindo em seguida.
— Sabe o que eu acho? — Questiona.
— O que você acha amor? — Indago.
— Acho que você deveria vir dormir aqui na minha casa esse final de semana. — Convida.
— Será que eu deveria mesmo? — Finjo estar pensativa.
— Deveria muito, vir me dar carinho, me dar amor, me dar dedada. — Brinca rindo.
— Okay ô "me dar dedada". Vou passar em casa 'pra pegar umas coisas e vou 'pra aí. — Concordo.
— Passo 'pra te pegar às 18h. Beijo bebê. — Se despede.
— Beijos Bil. — Desligo e devolvo o celular para o bolso da jeans.
Ainda tinha bastante tempo então voltei para casa andando. Andei por aproximadamente meia hora, cheguei em meu prédio, cumprimentei o porteiro e subi até o meu apartamento.
Peguei uma das minhas mochilas livres e fiz uma mini mala afinal seria só o final de sábado e o domingo.
Fiquei mexendo no celular até o interfone tocar e ser avisada que Billie estava me esperando.
Desço rapidamente.
[...]
— Oi Billie — Digo assim que abro a porta do carro e entro no mesmo.
— Vulgo amor da sua vida. — Brinca retirando o cinto de segurança e pegando a mochila de minhas mãos a colocando no banco de trás.
— Sim, vulgo o amor da minha vida inteira. — Dou risada e selo nossos lábios.
Esse selar logo vira um beijo. Beijo esse, quente. Não havíamos mais transado depois daquela manhã.
Aconteceu muita coisa, muito rápido que nem pensávamos nisso. Mas agora? Agora todo tempo é pouco.
Encerro o beijo assim que sinto suas mãos apertarem os meus seios.
— Vamos Billie, aqui não é o lugar. — Falo rindo quando vejo sua expressão de decepção.
— Pegou seus remédios? — Indaga.
— Sim. — Confirmo.
— Seu uniforme 'pra segunda-feira? — Indaga novamente.
— Não? — Acaba soando como uma pergunta.
— Pega lá. — Diz.
Após sair do carro e pegar meu uniforme volto apressada e seguimos para a casa de Billie.
O caminho foi lento, muito trânsito naquele horário. Mas abafamos tudo isso com muita música.
[...]
— Conheça meu luxuoso apartamento. — Diz irônica.
Não era nada luxuoso, era simples e bonito, bem decorado com móveis harmoniosos.
— E essa é a minha filhinha, Pepper. — Diz Billie apontando a cadela que vinha correndo em minha direção.
Ela não me pulou, mas sim me cheirou animada.
E ver que ela tinha um cachorro me fez entender o porque de nunca passar tanto tempo assim longe do apartamento.
— Esse é o amor da sua mamãe, trate ela bem e seja educada. — Intima a cadela se abaixando na altura dela.
Pepper a olhou com as orelhas em pé e em seguida pulou em mim me lambendo.
— Isso mesmo. Essa foi a educação que te dei. — Sorri se levantando.
Depois do momento fofura e intimação. Billie fez um tour. Era um apartamento compacto, mas grande, talvez seja pelos móveis.
Sala e cozinha juntas divididas pela bancada que seria e é a mesa de jantar, havia uma varanda na sala de estar. Corredor pequeno que levava a três cômodos, dois quartos e um banheiro. Além de haver uma porta nesse corredor que era onde ficava as máquinas de lavar.
Billie ainda disse que o dividia com o seu irmão. Finneas dormia no quarto maior com suíte e ela no menor sem suíte e onde ela fazia também de escritório para a loja.
Mas agora ele tinha se mudado e morava junto com Cláudia, sua namorada.
Então ela trasformou o quarto maior para o seu e deixou o menor como o escritório.
Em um geral era muito parecido com o meu, apesar de ter um cômodo a mais e ter uma planta um pouco diferenciada. E é óbvio que a decoração e os móveis também mudavam tudo.
— Esse é o meu quarto em primeira mão 'pra você bebê. — Brinca sorrindo e abre a porta ligando a luz.
A luz era vermelha. Dando um ar sensual para o local. Sorrio adentrando o mesmo, tudo limpo e arrumado assim como a casa inteira. Billie era muito organizada, tirando a parte do closet, mas de resto.
Olho para sua cômoda e lá haviam várias bonequinhas japonesas. Estavam seminuas mostrando os peitos grandes e o corpo bonito.
— Já bateu siririca olhando 'pra elas? — Questiono rindo.
— Não, são minhas bonequinhas, seria um absurdo. — Ri.
— Achei que eu fosse sua bonequinha.— Provoco enrolando uma mecha de cabelo na ponta do dedo.
— Você é o meu bebê, é diferente. — Diz andando em minha direção.
Apenas sorrio andando para trás até bater contra a porta. Sou prensada na mesma por Billie.
— Estava morrendo de saudades de você. Desse jeito. — Assume entre os selares molhados em meu pescoço.
— Qual jeito? — Me faço de desentendida.
Mesmo que meu corpo tenha reagindo a aquele simples contato, pois, estávamos necessitadas.
— Vou te mostrar. — Diz e me encara deixando nossas bocas próximas.
Billie pega minha mão esquerda e leva para dentro de sua calça de moletom. E, após uns segundos para dentro da calcinha que usará.
Deixo um suspiro escapar junto ao seu gemido baixo. Estava encharcada.
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"A visa for Europe, please" • Billie Eilish
FanfictionMaya estava presa no aeroporto há exatas três horas para conseguir um visto e finalmente estar pronta para sua tão esperada viagem romântica à Europa. Nunca pensou, ou sequer imaginou, que desejaria tanto reviver esse momento - mesmo com as três ho...