I had a dream...

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Na segunda, dois dias após o aniversário de Jack, marquei de me encontrar com Joe e devolver todas as suas coisas.

E como dito, o encontrei e entreguei tudo que pertencia à ele. O mesmo disse algo sobre eu nunca mais querer vê-lo novamente.

Apenas amenizei a situação, dizendo que apesar de não termos dado certo como casal, pelos nossos erros e também porque o que tem que ser, tem que ser e não adianta. É o que é. Mas que antes de termos algo, éramos amigos e que não precisávamos ficar de mal. Ou com raiva um do outro.

Não tem como apagar o passado então não vou ficar me remoendo por ele.

[...]

Desde o dia que Billie dormiu aqui e que transamos pela primeira vez as coisas mudaram. Não que nossa transa influenciasse nisso, mas não podia passar despercebida também.

Nós nos viamos sempre, ela tinha um carro, e me buscava às 8h em ponto. Me deixava no trabalho e ia para o seu, depois almoçavamos juntas e depois a mesma me deixava em casa.

Billie tinha uma loja virtual, chamada Blohsh, e comprar seu carro foi graças a essa loja, palavras da Eilish.

E ainda por causa da loja, não tínhamos muito tempo juntas. Já que Billie trabalhava o dia todo então dedicava-se a noite e, as vezes, na parte da madrugada para resolver pendências, responder e-mails e enviar pedidos.

Eram coisas fáceis, mas detalhistas, e detalhes levam tempo.

Por isso depois daquela noite, não dormimos mais juntas.

[...]

Eram um pouco mais de 1h da manhã. Estava revisando matérias da faculdade, fazendo resumos das mesmas e grifando partes de alguns livros que usaria na semana de provas com post-it.

Estava focada em escrever para terminar logo e enfim poder desfrutar da minha boa e confortável cama.

Mas fui interrompida pelo toque do meu celular. O nome de Billie, vulgo, "Amor ❤" brilhava no ecrã e isso me fez sorrir boba.

Rapidamente peguei o mesmo e atendi.

- Oi amor, tudo bem? - Digo assim que atendo.

- Maya? - Era a voz de um homem e isso me deixou aflita.

Algo estava errado.

- Sim eu, quem é? - Indago preocupada.

- Finneas, irmão da Billie. Ela foi 'pra São Francisco. - Diz tenso.

- O que? Por quê? - Disparo.

- Billie foi 'pra Golden Gate, em São Francisco. Ela se atirou da ponte, e enfim, não sei o que dizer, é a minha irmã. Achei justo te avisar, ela falava tanto de você quando nós nos encontrávamos. - Escuto um fungado seu junto com um soluço.

Estava em choque. Era piada? Alguém estava brincando comigo? Por quê?

- Não encontraram o corpo dela, é muito fundo. Mas tivemos testemunhas que viram ela sentada na ponte e outras que viram algo boiar na água mais cedo. Não imagina o quanto me destrói falar isso, ela era tudo 'pra mim. - Desaba.

- Eu... vou... vou ter que desligar. - Falo e desligo.

Fico estática na cadeira olhando para o nada, tentando absorver tudo o que foi dito.

Golden Gate? Por quê? Sou estudante de psicologia sei que ela deve ter tido seus motivos, até porque ninguém tira a sua vida a troco de nada.

Nunca mais vou vê-la em vida. Isso é um absurdo, não ter mais o seu sorriso ou o som da sua risada. Os olhos marcantes e curiosos. Suas conversas aleatórias ou seus gritos dados a cinco centímetros de distância de alguém.

"A visa for Europe, please" • Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora