Não contei para Billie sobre minha descoberta. Não é como se não quisesse que ela soubesse, até quero, mas sei que irá ficar chateada.
Todo esse papo de assédio. Não ia prestar queixa a um morto, Billie iria ficar excessivamente preocupada e cuidadosa.
O que não é algo ruim, amo essa parte nela. Mas sinceramente? Sou suficiente, não quero pensar, nem falar sobre. Quero viver.
Esfregar na cara de Joe, seja lá onde ele esteja, que estou na melhor época da minha vida.
[...]
Meus planos estavam nas festas de final de ano. Queria passar o Natal na casa dos meus pais, levar Billie até eles. Afinal, ela é a minha noiva.
Óbvio que não chegaria lá de surpresa com uma mulher dizendo que estava prestes a me casar com ela.
Eu sabia da minha sexualidade, meus amigos sabiam mas meus pais e parentes próximos não. Estava esperando o momento certo, que seria esse chamado independência.
O momento certo era saber que nunca mais precisaria voltar para a casa deles depois de compartilhar isso. E fiz certo, foi a decisão mais correta que tomei, minha mãe ficou chocada.
Tive que contar por telefone, como iria aparecer com Billie em casa do nada. O que importa é que apesar da surpresa minha mãe me apoiou e disse que seria ótimo conhece-la, meu pai por outro lado, me xingou e me deserdou, se é que tem algo para deserdar.
Resumindo não irei passar com eles nesse final de ano, já os pais de Billie pelo contrário, foram incrivelmente gentis. Iríamos para a casa deles, em Los Angeles.
Não estava nervosa, pelo contrário nunca estive tão calma para fazer algo como isso. Billie era simpática e calorosa, com certeza não herdou essas qualidades do nada. Estava até ansiosa para conhece-los.
[...]
Durante nossas quatro horas trancadas em um carro em movimento. Billie me contou das tradições de Natal que a sua família tinha, que no intervalo de uma semana entre as festas natalinas e de ano novo eles costumavam esquiar e criar memórias familiares juntos, já que os mesmo estavam meio dispersos pelo estado da Califórnia, longe uns dos outros.
Quando chegamos em Los Angeles, ela me mostrou seus lugares favoritos da cidade como em um tour, o que nos fez chegar na casa dos seus pais um pouco atrasadas para o jantar.
— Achei que não viriam mais! — Diz a mulher de meia idade assim que abre a porta e nos vê.
— Desculpa mãe, estava mostrando a cidade 'pra Maya. — Billie fala a abraçando ainda na porta de entrada.
Agora eu entendi o porquê de Finneas e Billie serem tão bonitos. Ela era radiante.
— Sou Maggie muito prazer, estava muito animada 'pra te conhecer. — Sorri me abraçando e retribuo imediatamente.
— Maya, mas a senhora já deve me conhecer. — Me apresento rindo.
— Não tanto quanto deveria. Mas você mesma pode me contar. — Fala sorridente. — Ah me chame de Maggie, senhora me deixa deprimida. — Dá risada. — Entrem, está frio. Finneas e Claudia acabaram de chegar.
Depois de entrarmos e nos apresentarmos uns aos outros, como comumente, sentamos na sala na beira da lareira bebendo vinho. Era tão familiar, me sentia tão acolhida, era uma sensação de que ali era o lugar onde deveria estar.
— Como se conheceram? — Indaga Maggie.
— Fui resolver um problema no meu visto e Billie me ajudou. — Digo a fazendo ri incrédula.
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"A visa for Europe, please" • Billie Eilish
FanfictionMaya estava presa no aeroporto há exatas três horas para conseguir um visto e finalmente estar pronta para sua tão esperada viagem romântica à Europa. Nunca pensou, ou sequer imaginou, que desejaria tanto reviver esse momento - mesmo com as três ho...