Alfonso
Talvez não tivesse noção sobre o que acabara de proferir, enquanto nossos corpos permaneciam grudados como um ímã, mas foram palavras que soaram em meu peito, que agora carregava um aperto incontrolável. Anahí ergueu os olhos até os meus, e me encarou por um breve momento, de certo para digerir o que ouvira.
— Você vai pra Stanford. – Respondeu desvencilhando as pernas do meu quadril.
— Eu sei, garota...eu sei, é o meu sonho...tenho me esforçado pra isso. Mas não consigo imaginar deixar você aqui, essa ideia me apavora. – Confessei derrotado.
— Alfonso, olha pra mim. – Levou as duas mãos até meu rosto para fitá-la. – Não deixe que ninguém lhe impeça de correr atrás dos seus sonhos, mesmo que essa pessoa seja eu. Por Deus, jure pra mim que nunca vai se colocar em segundo plano. – Pediu aflita, a testa franzida e os olhos opacos denunciavam a angústia que dividimos naquele momento. – Me prometa.
— Você não sente nada? Diz pra mim que nada mudou aí dentro? – Perguntei colando os lábios em sua testa.
— Não é sobre o que sinto, é sobre quem você quer ser, sobre seus planos, e objetivos. Não me faça carregar uma culpa maior do que posso suportar. Nós somos maiores que isso, temos tanto o que viver, não desista antes de começar.
— Pra você parece tão fácil...- Ponderei ressentido. – Mas droga, estou tão confuso com tudo isso.
— Por favor não pense em mim, pense em você, na vida que você quer levar daqui pra frente, nas suas escolhas...vou te apoiar em todas elas. Eu estou aqui.
Me afastei dela o máximo que consegui, apoiei as mãos na parede e logo em seguida a cabeça. Eu sabia que estava certa, mas nem por isso deixava de ser difícil. Mais difícil ainda administrar todos os sentimentos que surgiam, calar todas as palavras que precisava dizer, e principalmente admitir que naquele lugar, o único estupidamente apaixonado era eu. Porque mesmo que eu tenha buscado diversos significados para o que nutria, não havia palavra que definisse melhor, mesmo que não aceitasse e brigasse contra isso todos os dias.
Senti as mãos pequenas tateando meu peito, então Anahí encostou a cabeça em minhas costas, aproximando nossos corpos com um abraço.
— Isso não significa que não vou sentir sua falta, céus...vou sentir falta até das nossas brigas. Mas por favor prometa pra mim...- Repetiu.
— Prometo. – Murmurei, não tão certo do que dizia.
— Eu quero que você seja feliz, independente de qualquer coisa. – Emendou girando meu corpo de frente a ela. – E se vestir um jaleco branco o resto da vida for o primeiro passo, é assim que quero vê-lo, mesmo que eu prefira a cor azul. – Emendou divertida antes de selar nossos lábios demoradamente.
Enlacei-a pela cintura nos aproximando mais uma vez, busquei sua língua doce que me inebriava e a encontrei quente e solicita. Anahi levou uma das mãos até meu rosto e a outra até minha nuca, os dedos finos acariciavam-me ali e por um momento me senti consolado com a ideia de que teríamos que nos despedir daqui a poucos dias. Separamos nossos lábios quando a respiração ficou difícil, e mantemos os olhos fechados por alguns minutos, até que se normalizasse.
Vestimos nossas roupas a muito custo, quase desistindo quando Anahí me pediu ajuda com os sapatos e iniciamos outra rodada de beijos e provocações, mas decidimos voltar por conta do horário, já deveriam ter notado nossa falta.
Deixamos o casebre, e Anahí tagarelava sem parar, uma hora sobre o medo de animais peçonhentos, depois, sobre minha nota para os passos de ballet, e por fim, reclamava do distanciamento sem motivo aparente de Sophia.
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O Preço de um Sonho
FanfictionPlié... Demi Plié... Grand Plié ... O que te move? Para onde você quer ir? Qual seu objetivo? O que te faz feliz? Ou melhor, o que você faz para alcançar a própria felicidade? Não escolhemos os próprios sonhos, eles nos escolhem. Acredite no seu so...