(Play na música e boa leitura)
8 anos depois...
Estações, elas vão mudar
A vida vai fazer você crescer
Os sonhos vão fazer você chorar
Tudo é temporário
Tudo vai passar
O amor nunca morrerá
Oito anos, oito mil oitocentos e cinquenta e quatro quilômetros de distância. E uma mágoa latente de oito vidas. Talvez o amor não fosse um sentimento bom, ambos sabiam que doía. Jovens demais para administrar o sentimento avassalador. Imaturos o suficiente para se destruírem.
Luzes, holofotes, aplausos, prêmios.
Diploma, plantões, pacientes.
Sonhos.
Saudade.
O inverno chegou... as folhas caíam para renovar a estação... o calor voltou a esquentar a pele. Velas foram sopradas, datas comemoradas, os traços mudaram, se transformaram. Mas dentro deles algo continuou intacto. Guardado a sete-chaves, jogado no calabouço do esquecimento, como se fosse possível esquecer....
Quando seu sonho destrói outro, até que ponto você se torna culpado?
Crepúsculos, alvoradas
Vivendo o sonho, observando as folhas
Mudando as estações
Algumas noites eu penso em você
Revivendo o passado, desejando que tivesse durado
Desejando e sonhando
A vida fluía como as águas de um riacho, desviava vez ou outra para encontrar seu curso. Assim como alguns preferem viver sem grandes emoções, outros não seguram dentro de si a ânsia pelo desafio. Da mesma forma que a calmaria da nascente buscava o turbilhão da força de um rio. Sentir a adrenalina e a emoção extravasar pelos poros para uns pode ser vital, assim como é para Anahí, que desaguou em alto mar.
Ela rodopiava em cima das sapatilhas de ponta com uma maestria jamais vista na Rússia. Desafiava a gravidade flexionando os joelhos antes de um salto, e o pouso era suave, leve, gracioso. A música clássica embalava as três rotações antes de ser alcançada por seu parceiro em solo. Aplausos, muitos aplausos. Todos se colocavam de pé diante de Anastásia, o novo nome adotado pela adolescente aventureira de San Diego, e agora bailaria principal do Teatro Bolshoi.
Eu sei que
Pássaros voam em direções diferentes
Eu espero te ver novamente
Anahí desviava dos colegas de profissão com um sorriso torto, o esgotamento físico que a tomava depois das apresentações era visível. Assim ninguém se opunha os diversos nãos proferidos quando a chamavam para comemorar o sucesso de bilheteria. Dentro da coxia, sentada em frente ao espelho, desfazia o penteado que deixava seus fios perfeitos, e só livre do coque é que caiam com ondas largas sobre os ombros, a cor agora fora substituída por um tom mais escuro, que contrastava com a pele pálida, resultado do inverno severo de Moscou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Preço de um Sonho
FanfictionPlié... Demi Plié... Grand Plié ... O que te move? Para onde você quer ir? Qual seu objetivo? O que te faz feliz? Ou melhor, o que você faz para alcançar a própria felicidade? Não escolhemos os próprios sonhos, eles nos escolhem. Acredite no seu so...