Capítulo 17

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Imagine dias passando rapidamente... Meses começando e terminando em um piscar de olhos.

— Como foi a seletiva? – Perguntou Alfonso, de bocha cheia, sorri ao imaginá-lo naquela cena, que antes talvez eu detestasse.

— Quase desmaiei de nervoso, foram os dez minutos mais longos da minha vida, e não é exagero. – Respondi colocando o telefone no viva voz, eu precisava arrumar o quarto antes que minha mãe me colocasse pra fora de casa.

— Desculpa não ter acompanhado, quebrei outra promessa. – Suspirou pesadamente.

Ficamos em silêncio...

— Não tem problema, afinal não é a última... você terá outra oportunidade de me aplaudir. – Finalizei com uma gargalhada.

— Sinto sua falta...todo dia... – Confessou com o tom arrastado.

*

Meses depois...

— Alfonso, você não faz ideia de como ela é linda, não consigo parar de chorar. – Murmurei ao telefone, com a mão livre toquei a parede de vidro que me separava das incubadoras. Luna choramingava baixinho, as bochechas rosadas denunciavam o quanto estava irritada com aquela luz sobre si.

— Por favor, tire fotos de todos os ângulos possíveis, e diga que a amo. – Respondeu com a voz embargada.

— Ela tem os seus olhos. – Constatei em meio sorriso.

*

— Acabou pra mim, como vou participar da seletiva com esse maldito tornozelo? – As lágrimas escorriam sobre meu rosto, estava em total desespero.

— Calma, garota... fica calma, é uma torção, isso é absolutamente normal. – Me tranquilizou do outro lado da linha. – Repouso e compressa de gelo por três dias, é suficiente.

— Fala isso para o meu instrutor, por ele eu não saia de dentro das sapatilhas. – Bufei derrotada.

— Você não é uma máquina, por Deus... ele tem que entender. – Devolveu irritado.

— Preciso descarregar o estresse, antes que enlouqueça. Vamos fazer aquilo de novo. – Instiguei.

— Você está sozinha? – Perguntou entrando no jogo.

— Sozinha e só de calcinha. – Provoquei.

*

— Eu te odeio, não me liga nunca mais. – Bradei.

— EU NÃO SAI COM A LILY GAROTA. – Voltou a dizer.

— E porque ela está na foto junto com você?

— Porque somos da mesma turma, e saímos com a TURMA. – Frisou. – Quando vai parar com esse ciúme besta? Não tenho nada com ela. E não é junto comigo, tem meia dúzia de pessoas entre nós…por favor, não começa.

— Agora sou besta? – Questionei.

— Anahí...eu não disse isso. – Rosnou.

*

—Você está bêbado? São três horas da madrugada. – Cocei o olho entre bocejos.

—Qual a possibilidade de você descobrir que medicina é sua real vocação? – Finalizou com um soluço.

— Na mesma proporção que tenho de virar uma sereia. Vai dormir Alfonso.

O Preço de um SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora