Capítulo 8

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Fico deitada mexendo no meu Instagram. Passo por várias fotos e vídeos de pessoas cantando, dançando, pulando, desenhos, animais, maquiagem e tudo mais, quando vejo uma foto que... Me traz lembranças não muito agradáveis. Uma foto do Taro, meu ex-Senpai. Na foto ele está em um parque, um que ele visitava frequentemente com a irmã dele. Na foto ele sorri, mas eu posso ver através de seus olhos que ele se sente triste. Isso... é minha culpa, eu não deveria ter matado aquelas pessoas. Eu sou um monstro. Eu sei disso, todos me falam. Continuo mexendo no meu Instagram, quando alguém bate na porta. Era o Megamo Saiko. Fico quieta aqui e ouço a conversa. Um tempo depois, Megamo sai e o sinal toca, logo depois ouvimos uma gritaria do lado de fora da enfermaria.
Mujo - Eu vou ver o que tá acontecendo. Já volto.

Megamo's P.O.V.

Akane Toriyasu, a assistente do Conselho Estudantil, veio me relatar sobre um acidente com dois alunos ontem assim que deu o horário do almoço. Pelo o que parece, os dois estão na enfermaria agora. Preciso resolver isso imediatamente. Primeiro preciso verificar de quem se trata. Vou até o local para ver o paradeiro dos indivíduos e recebo uma pequena surpresa quando vejo de quem se tratam. Ninguém mais ninguém menos que Ayano Aishi e Osoro Shidesu. Mas por que ela está aqui? Eles brigaram?
- Com licença Kina-Sama, vim ver o que houve e resolver problemas pendentes.
Mujo - Ah, claro. Por favor, sente-se, lhe explicarei tudo Saiko-san.
Depois de Contar Tudo o Que Aconteceu
- Entendo. Se me dá licença, preciso avisar do acontecido aos pais deles.
Mujo - Claro. Se precisar de alguma coisa estou a disposição.
Nossa. Que estranho. Ninguém se atreve a mexer com Osoro Shidesu, o grande delinquente de Sakura High School. Fiz uma nota mental para verificar o histórico escolar dela, mas por hora vou apenas relatar os acontecimentos ao diretor. Isso me cheira coisa estranha, e eu nunca erro um palpite. Também preciso ligar para o hospital para virem os levar, aliás, eles não pode ficar aqui na escola. Mesmo fracos e sem poder se mexer, eles estão livres para receber visitas.
Quem sabe eu não faço uma visita no hospital quando Ayano estiver um pouco melhor? Acho que é uma boa idéia. Aproveitarei para lhe entregar a matéria passada que ela perdeu, essa é a minha função a final de contas.
Mas uma pergunta está martelando na minha cabeça desde ontem... Por que estou pensando tanto nela? Nós nos esbarramos... várias vezes... ontem, e acabou que aconteceu uma coisa inusitada, um beijo. Esquecendo o beijo, não houve nada demais... eu acho. Mas por que eu me pego pensando nela de vez em quando? Não faz sentido. São sempre nas horas mais estranhas, tipo quando estou fazendo obrigações chatas do Conselho ou até mesmo quando ouço música. Realmente muito suspeito. Mais um motivo para a investigar.

Osano's P.O.V.

Chegou a hora do almoço e eu estou indo junto dos meninos os ver a Ayano. Tomara que ela esteja bem. Amao assou cupcakes em formato de gatinhos com carinhas fofas. Quando ele teve tempo para fazer isso? Vai saber. Estamos na porta da enfermaria, estou parado a olhando. Não estou com medo de bater, é apenas uma sensação estranha.
Kizano - Você sabe bater em portas não sabe? Ou será que é burro demais para fazer isso?
- Mas é claro que eu sei baka! Eu só estou... Ann...
Kizano - Se você não vai, eu faço a gentileza por você, aliás, eu sou Kizano Sunobu, o mais bondoso e generoso comparado a esses estrume de cavalo. - Nossa, isso foi muito bondoso Kizano - E cá entre nós, sou um príncipe renascentista comparado a todos esse plebeus. Posso fazer o trabalho lho de bater nessa mísera e imunda porta por você. - Quão generoso você é.
- Cala a boca Kizano - Quando minha mão iria bater na porta, a mesma abre, revelando um Mujo nos dizendo para falarmos mais baixo - Gomenasai (desculpa em japonês)
Mujo - Por favor, entrem. E falem baixo.
Todos entramos na sala ao mesmo tempo, e fomos ver Ayano juntos, porém Mujo barrou Amao por causa dos cupcakes que ele fez. Segundo ele, "aquilo iria fazer mal à paciente pelo alto teor de açúcar". De certa forma concordo, se ela piorar por causa disso eu mato o Odayaka. Paro diante dela e a cumprimento, e ela está acordada. Há um medidor de pressão em seu dedo. Odeio a ver assim, mas confesso que mesmo machucada, não deixa de ser linda. Não me contenho e lágrimas começam ameaçar a caírem. Não as seguro e, ali na frente de todos, começo a chorar baixo. Ela a me pergunta preocupada o motivo do choro, apenas respondo que estou preocupado com ela. Olho para os lados e os meninos também a observam, com certa pena, menos o Amao, ele ainda está tentando passar da barreira Mujo. Quando finalmente consegue, ele caminha até nos e ao ver Ayano, deixa sua cesta cair. Parece surpreso, ele já a conhecia? Impossível. Quando eles se conheceram?
Amao - A-Ay...ano? - Disse num sussurro
Ayano - Amao?
- Você a conhece?
Amao - Sim... Você não me disse que era ela. - A expressão de susto ainda estava explícita em seu rosto - Por quê? Como você deixou isso acontecer? - Não se conteve e começou a chorar também.
- Eu não sabia que você conhecia ela.
Ayano - Me desculpa por não ter falado com você antes Amao. Por que estão chorando? Tá tudo bem comigo.
Amao - Kina-Sama, o que aconteceu com ela? - Pergunta Amao ignorando de certa forma Ayano
Mujo - Bom... - Mujo nos chamou para para fora da enfermaria e contou tudo o que tinha acontecido até então. - Megamo Saiko vai cuidar do paradeiro dela no hospital.
- Entendo...
Amao - Sabe em qual hospital ela ficará? - pergunta preocupado, ansioso e esperançoso
Mujo - Infelizmente ainda não, mas assim que souber avisarei aos quatro. - Ele olha bem para todos nós, quando seu olhar cai sobre Aso. - Você é o presidente do clube de Esportes não é?
Aso - Sim. Por quê?
Mujo - Bom, eu percebi que Aya... Aishi-San não anda se exercitando muito. - É impressão minha ou ele iria chama-la de Ayano? - Pensei em sugerir o clube de esportes para ela, mas eu precisava falar com o presidente do clube primeiro. O clube de esportes seria uma boa forma de recuperação para ela. Eu só precisava falar com o presidente para sugerir a minha proposta.
Aso - Claro! Será um prazer recebê-la no nosso clube. Desde que você a convença de entrar no clube, prometo que irei cuidar dela. - Disse dando uma piscadela no final da frase.
Mujo - Perfeito! Tratarei do assunto com ela.
Aso - Tudo bem.
Voltamos e ficamos conversando com ela, após um tempo o sinal para voltar a aula toca. Ok, de volta para o inferno.

Ayano's P.O.V.

Eu e os meninos ficamos conversando até que o sinal toca e eles são obrigados a voltar para a sala. Mujo fica conversando comigo, quando lembra que tem que pegar alguns itens que estão faltando na enfermaria lá no depósito. Fico "sozinha" na enfermaria, quando ouço alguém... produzir um barulho de dor. Me levanto com cuidado e olho na maca do lado. Adivinha quem encontro? Sim, Osoro Shidesu. Desde quando ele está lá?
Ele estava sentado no canto da maca, debruçado em seus joelhos como se tivesse tentado levantar, mas parou por conta da dor. Fico alguns poucos segundos o olhando, quando ele percebe minha presença e olha de volta. Tento sair, mas ele me chama e, sem muita opção, me viro novamente.
Osoro - O que faz aqui?
- Sabe, ontem um idiota me bateu e eu tive que vir pra cá
Osoro - Hum... - Ele vira o rosto. - Eu queria falar com você
- Sobre?
Osoro - Eu... Bem, digamos que eu quero... hum... - Ele tenta falar algo mais algumas vezes mas não consegue
- Ok. Tchau - O interrompo saindo e indo de volta para o meu lugar. Cara estranho.

Osoro's P.O.V.

Droga. Eu queria falar com ela. O que? Bom, nem eu sei ao certo, mas gostaria de começar me desculpando pelo que eu fiz. Afinal, eu que comecei. Mujo Kina entra na enfermaria com algumas caixas nas mãos. Como ele ainda não caiu? Deve estar em concentração total agora, porque do jeito que é estabanado, já teria caído com tudo.
Levanto para ir embora, não aguento mais ficar aqui, porém sou impedido pelo enfermeiro que diz que ainda não me recuperei o suficiente. Fico um tempo discutindo com ele pra poder sair, até que Ayano chega e me puxa pelos cabelos, me fazendo sentar na maca.
Ayano - Se ele disse que você não pode sair, você não vai sair. Aceite seu idiota. - Ela diz brava
- Mas eu não quero
Ayano - Tudo bem então, sai. Aproveita e morre logo. Sei que vai fumar e beber assim que sair daqui, então faz um favor e nunca mais volta. - Uau. Agora eu fico
- Que agressiva. Gostei disso - Digo sorrindo e logo em seguida me deitando na maca. - Se eu ficar aqui e não morrer, vou te incomodar?
Ayano - Talvez
- Ótimo, vou ficar então
Deitado, durmo de novo.

Ayano's P.O.V.

Céus, esse garoto só dorme? Credo. Muito tempo se passa, fiquei conversando com Mujo sobre coisas aleatórias. Estamos nos entendendo, acabei descobrindo que ele também é psicólogo. O sinal toca, indicando o segundo intervalo. Novamente, os meninos vem aqui. Já estou me sentindo melhor, talvez nem precise ir para o hospital, no máximo apenas fazer um exame geral.
O sinal baterá novamente, anunciando as aulas. Deito e durmo um pouco, quando sou acordada pelo barulho do sinal - de novo -. Hora de ir para casa. Não vejo Mujo, mas vejo um bilhete dele, me pedindo apenas para acordar o Senhor Sou Incrível antes de ir. Vou em sua direção e o observo um pouco. Mesmo sendo Grosso, nojento, escroto, babaca e outras coisas, ele é bem bonito. E bem forte também. Delicadamente toco e balanço seu braço, recebendo um grunhido de irritação de volta.
- Vem, levanta. Temos que ir embora.
Osoro - Você vai pra minha casa?
- O que? Não. Você vai pra sua e eu vou para a minha.
Osoro - NAAAAO. Eu quero ir com você
- Tanto faz - Me viro e saio da enfermaria, sendo seguida logo em seguida por Osoro. Paro e espero ele me alcançar. - O que está fazendo?
Osoro - Indo com você
- Não, você não vai comigo
Osoro - Você não pode me impedir - Disse e andou na direção do portão do colégio. Chegando lá, ele parou, me esperando passar.
Passo pelo portão e sou seguida por Osoro. Cara insistente. Ando lentamente até minha casa, não estou com pressa. A presença de Osoro me deixa confortável e segura, porque só de ele estar aqui, algumas pessoas atravessam a rua, apenas para não ter contato com ele. Chega a ser engraçado.
Abro a porta da minha casa, pronta para fechar, quando lembro que ele está atrás de mim. Olho para ele, esperando que ele saia, mas pelo contrário. Ele, sem pedir permissão, apenas entra na minha casa.
- Ei, ei, ei... O que pensa que está fazendo?
Osoro - Entrando
- Isso eu vi, mas eu não te convidei
Osoro - Hum...E...
- Como assim "e...". Você não pode simplesmente sair entrando na casa dos outros! - Digo brava
Osoro - Não?
- Não!
Osoro - Já disse que fica linda brava?
- O que? SAI DA MINHA CASA
Osoro - Não tô afim não - Disse se jogando no sofá. - Mais tarde eu vou pra minha casa, lá deve estar chato
- Eu não me importo com isso. SAI!
Osoro - Já disse que depois eu vou. Vai fazer suas coisas de menina, sei lá.
- Urrg! - Saio batendo o pé. Subo as escadas e vou em direção ao meu quarto. Tranco a porta e preparo meu banho. Depois de um tempo saio do quarto de pijama e vou em direção à cozinha, indo preparar algo para comer. Levo um susto quando vejo Osoro sentado no balcão tomando um copo de leite. - Ei, quem te deu autoridade pra mexer na minha geladeira?
Osoro - Eu tentei abrir a porta do seu quarto, mas você trancou, então vim pra cozinha.
- VOCÊ O QUE?
Osoro - Você ouviu. Eu tô com fome. Quer pizza?
- Não, quero que você saia
Osoro - Beleza. Pode ser de calabresa?
- ... - Ele não me respeita. - Pode.
Depois de algumas horas comendo e conversando com ele, decidimos colocar um filme de terror. Estávamos assistindo quando eu acabo dormindo no sofá.

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