Capítulo 30

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O aroma da manteiga derretida, misturada com ovos e outras coisas, atraía quem estivesse por perto da cozinha da casa Aishi. Chat veio, quase desesperada, passar a patinha na perna da dona. Em seguida, veio Yuno, que diferente da gatinha, foi mais direto e roubou um pedaço da comida da amiga.

Ayano olhou para o garoto, brava e brincalhona ao mesmo tempo, mas se surpreendeu logo em seguida.

- Bom dia... Senhor.

- Bom dia, senhorita. - Disse com um sorriso de lado, mordendo um pedaço do café da amiga. - Acordou bem?

- Sim, melhor impossível. - Deu uma golada em seu café, olhando fixamente para a roupa do outro. - Aliás, você vai sair?

- Vou. Adivinha só? Eu tenho uma entrevista de emprego agora. - Pega o copo da mão de Ayano, dando uma grande golada, e colocando em cima do balcão. - 'Pra ser sincero, eu tô muito nervoso. Eu nunca fiz uma entrevista antes, sempre trabalhei só indo no lugar e perguntando se eu podia fazer alguma coisa.

- Fica calmo. Não é nada demais. Só vão te fazer umas perguntas e você tem que responder. Mas não responda sinceramente, tem que ser algo inteligente que faça eles se interessarem por você, sem ser algo tão... Memorizado.

- Certo, acho que entendi.

Yuno pegou um pedaço do ovo do lanche roubado e colocou no potinho de comida da gata, que não demorou pra comer de uma vez.

- Não dá essas coisas pra ela! E se ela passar mal?

- Eu levo ela pro hospital então. Aliás, já não tá na hora de você sair?

- Sim. Eu vou acabar me atrasando.
Yuno pegou um pedaço de papel do bolso de sua calça e colocou na mão de Ayano. Ela não abriu, mas guardou na sua bolsa. "Só abra quando acabarem as aulas" era o que estava escrito em cima, com uma caneta vermelha grossa. As letras em si eram mais chamativas que o próprio papel.

Estava saindo quando ouviu uma batida na porta da sala.

- Bom dia Senpai! - Disse Osano alegremente, gritando em sua porta ao ela abrir.

- Bom dia, Osano-kun. Dormiu bem?

- Nem um pouco. Minha casa foi invadida essa noite, os caras levaram algumas coisas. Minha mãe tá desesperada porque não sabe o que fazer, e meu pai tá fora viajando a trabalho.

- Mas... Como assim? Tá tudo bem com você? Não está assustado, não é?

- Pff... - Deixou escapar, sem querer, o começo de uma risada. Dali, não aguentou e riu. - Senpai... É primeiro de abril. É uma mentira.

- Oh. Já chegou primeiro de abril?

- Sim, é hoje. - Olhou para ela, sorrindo de lado ao vê-la confusa.

- Osano-kun! - Disse agarrando seu braço e sorrindo para ele. - Hoje é o meu aniversário!

- Nop! - Bateu no nariz da menor. - Não vai funcionar. Eu acabei de falar que é primeiro de abril, não vai me enganar tão fácil assim.

- Mas... Não é mentira. - Disse fazendo bico.

- É claro que não.

Largou seu braço bruscamente e começou a andar na frente dele. Toda vez que Osano tentava a alcançar, ela dava uns bons passos mais pra frente. Se ele a chamasse, ela fingia não ouvir. Estava tratando-o como se ele não existisse.

Quem era o tsundere da história agora?

Foi uma longa caminhada sendo ignorado, mas ao chegar na escola, pelo menos agora ele poderia ser ignorado enquanto descansava em um banco de madeira confortável.

Yandere ReverseOnde histórias criam vida. Descubra agora