Capítulo 18

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Se eu não consigo o que quero pra mim, vou deixar para essa pobre... alma... sem graça. Por dois minutos. Se passar disso, não respondo por meus atos.

E, novamente, Senpai está com uma outra pessoa que não sou eu. Até quando isso vai durar? Espero que não por muito tempo. Quero ouvir a conversa deles, mas fica um pouco difícil com o barulho da chuva lá fora. Ainda assim, vou tentar.

Encosto ainda mais no banco que estou sentado, que por acaso fica atrás da Senpai. Coloco o ouvido no encosto buscando ouvir melhor, mesmo sabendo que não faz muita diferença no final. Uma moça, mais ou menos da minha idade, vem até meu banco para me atender. Volto para a minha postura normal para poder olha-la.

Garçonete - Boa tarde, gostaria de fazer o seu pedido?

- Bem...

Taro's P.O.V.

Nossa, estão demorando. O cara que chegou depois da gente já foi atendido e nós não. Céus, a Ayano deve estar chateada comigo ou algo do tipo, preciso fazer com que ela não fique brava. Mas... será que foi uma boa idéia trazer ela aqui? Quer dizer, eu nem sei se ela gosta de sorvete mesmo ou não, vai que esteja de dieta? Sei lá, garotas parecem gostar disso. Será que eu estou incomodando ela? Será que ela está gostando? Opa, calma Yamada, tenta não pensar tanto nisso, tá tudo bem.

Ela vai gostar do presente no final.

- Então Ayano, já sabe o que vai pedir?

Ayano - Hum... Acho que vou pedir um sorvete de uva. Nunca provei um antes, mas ele parece bom.

- Ótimo, acho que vou pedir um desse também. Espero não incomodar.

Ayano - Com um sabor de sorvete? Senpai, para de bobeira, qual seria o problema disso?

- Eu não sei. Vai que né?!

Ayano - Bobinho. - Sorri de uma forma fofa no final. Ficamos alguns segundos em silêncio, quando a garçonete da mesa do lado praticamente desliza em nossa direção. - Eita, que susto.

Garçonete - Hihi, desculpa. Gostariam de fazer seus pedidos?

- Claro. Queremos dois sorvetes de uva.

Garçonete - Ótimo. Mais alguma coisa?

Ayano - Hum... Aqui tem milkshake?

Garçonete - Tem sim. Vai querer um?

Ayano - Sim, de Ovomaltine. Mas só vou pegar no final, pode ser?

Garçonete - Claro, como preferir.

Ela sai, deixando-nos a sós novamente. Ficamos em silêncio mais um pouco, apenas ouvindo o barulho da chuva. Ayano olhava para a janela, e eu olhava para ela, admirando-a.

Narrador 3° Pessoa

Na pequena sorveteria se encontravam uma mistura de pensamentos. Ayano se perguntava como iria para casa naquela chuva. Taro pensava em um futuro distante, em que ele e a garota em sua frente teriam, com três filhos e um hamster, e do outro lado do banco de couro, se encontrava o stalker de Ayano, que a seguia desde quando ela se mudou. Ele pensava o que fazer com o "intelectual de merda" e seus amiguinhos, ou seja, seus auto-denominados rivais.

Se Ayano soubesse disso, ela provavelmente diria "e a história se repete", uma história que ela já sabia de cor, virada do avesso e de trás para a frente.

Já era uma velha e muito antiga história, que se repetia mais uma vez.

Um tempo depois, a mesma garçonete de antes volta com três taças de sorvete de uva, entrega um na mesa do casal e um na mesa do garoto que, até o momento, estava sozinho. Todos começam a comer em silêncio, mas não um silêncio desconfortável, na verdade, todos gostavam daquilo, os deixavam calmos.

Yandere ReverseOnde histórias criam vida. Descubra agora