Capítulo 38 - Florence Alice

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A enfermeira, ou a pessoa que me ligou disse que não tinha como me dar mais informações pelo telefone.

Mas o problema é que a gente nunca pensa coisa boa, quando uma pessoa vira para você e diz:

Precisamos conversar.

Neste momento na minha cabeça só passa coisa ruim e, não é uma questão de opção, pensamentos inconvenientes é só o que rodeia a minha mente agora.

- O que foi Alice?

Enzo segura as minhas mãos nas suas e me olha com cuidado.

- Estão me esperando no hospital. - respondo no automático me levantando e pegando a minha bolsa que estava no encosto da cadeira. - A mulher disse que não poderia me passar mais informações. Você me leva?

- Claro que sim. - Enzo coloca a mão na base das minhas costas e me guia para fora do restaurante.

- Vocês chamam os outros? Vou de táxi com Alice para o hospital. Não esqueçam de avisar Arminda.

- Estou mandando mensagem no grupo agora mesmo e, pode deixar que levamos a senhora também. - Luigi responde.

Todas as perguntas, respostas e movimentações ao meu redor ficam estranha. Eu me sinto mergulhada até a cabeça dentro de uma piscina, onde todos os meus movimentos e sons ficam indolentes.

- Alice? Alice? - focalizo os olhos de Enzo em mim quando ele me faz encará-lo. - Você está bem?

- Estou, estou sim.

Olho para frente e só então eu vejo Lucca segurando a porta do carro aberta para mim.

Quando foi que ele decidiu vir? Ele não ia juntos com os outros?

- Desculpe. - digo

- Não se preocupe. - Lucca sorri tristemente.

Me apresso em entrar e Enzo se senta ao meu lado enquanto Lucca senta na frente com o motorista para lhe dar as indicações de para onde deve nos levar.

Enzo aperta a minha mão e eu olho para ele balançando de leve a cabeça. - Estou bem.

Olho para fora da janela. O dia está um pouco mais iluminado hoje que nos outros anteriores, parece que finalmente o sol está tendo um pouco mais de força para mostrar a sua cara.

Suspiro. Meu pai gosta assim: Os dias mais quentes sempre foram os preferidos dele. Segundo ele, o dia de sol é mais produtivo.

Dou um leve sorriso me lembrando:

- Pai, o frio para mim é a época do ano onde eu mais faço as coisas, o inverno não me impede de nada. O calor sim e que me deixa inquieta, molenga, querendo sombra e água fresca. Sabe a lei do mínimo esforço?

- Sei sim. Até nisso você puxou a sua mãe. Florence também adora o frio, ela fala que as pessoas ficam mais bonitas, se vestem melhor.

- Quer mais café pai?

Me lembro ter levantado da mesa levando comigo a minha xícara e o pratinho onde estava um pedaço de bolo que eu tinha feito para o café da tarde.

- Alice falar da sua mãe não é um crime. Você deveria se sentir honrada de ter puxado a ela. Sua mãe é uma mulher linda.

Sim, Florence era uma mulher linda e completamente fútil.

Não, eu não puxei nada dela.

Ele colocou a sua xícara dentro da pia.

EFEITO BORBOLETA - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora