Capítulo 41 - Florence Alice

2.1K 229 21
                                    



- Alice sua bruxa, você insiste em mentir para mim, só não entendo porque. - Giulia diz brava quando eu atendo ao celular.

- Eu não menti para você Giu.

- Certo Alice, - posso até ver a sua cara de pouco caso e a sua mão se abanando no ar, querendo dizer: Aham, vou fingir que eu acredito em você sua doida. - só quero deixar claro que isso não está me ajudando a te ajudar.

- Do que você está falando?

Claro que eu sei do que Giulia estava falando: Eu estou parecendo um zumbi, e com certeza, Enzo está lhe fazendo um relatório todos os dias.

- Merda, eu sabia que não poderia te deixar aí. Você é daquelas que fica sem comer, morre de chorar e se acha culpada por tudo que aconteceu.

Eu sabia. Enzo andou repassando informações.

Desde que Giulia foi embora a dois dias, ela liga sempre para saber de mim e de Annie, as vezes liga mais de cinco vezes por dia.

- Estou melhor depois dos mimos que o Enzo está me fazendo.

- Ele me prometeu que cuidaria de você e de Annie.

- E ele tem feito isso.

- Lili, você precisa ficar bem. Enzo me disse que se não fosse ele te tirar daquele hospital, você ficaria lá dia e noite.

- Eu não ficaria.  Annie está conosco como você bem sabe.

- É eu sei, mas escuta só o que eu vou te falar: Seu pai está dormindo porque precisa de um tempo para aliviar tensão e respirar com tranquilidade, logo ele vai acordar e se souber que você está sem comer, ele vai ficar uma fera.

- Eu sei, vou me esforçar mais.

- Tudo bem. - ouço Giu puxar o ar - Vou ver se eu consigo uns dias de folga, aí eu volto para ficar com você e com Annie.

- Mas Giu...

- Sem essa de mas, você sabe que pode contar comigo.

- É, eu sei.

Giulia nunca me deixou sozinha para enfrentar nenhum dos meus problemas, e eu sei que não será diferente desta vez.

- Tenha em mente que já se passou uma semana que Álvaro está dormindo, os momentos críticos já foram embora, pensa que agora é só uma questão de tempo. - quero acreditar nisso - Te ligo mais tarde, e Lili... - ela faz silêncio por alguns segundos. - Eu te amo garota, 

- Eu sei Giu, ele vai acordar logo, e... - meus olhos se enchem de lágrimas e a minha voz não sai.

- E... - ela pergunta.

- E eu te amo.

Ouço ela respirar fundo e depois barulho de papel sendo revirado. - Tá bom, já deu por hoje, pra quem odeia drama nós duas estamos nos saindo duas idiotas. Como já disse, te ligo mais tarde. Beijo em você e na minha mocinha.

- Beijo Giu.

Desligo o celular me encosto no sofá e fecho os olhos.

É já faz uma semana. Ou seja, sete dias se passaram, e até agora o meu pai ainda continua dormindo, apesar de não estar mais sedado.

Giu tem razão, eu tenho que pensar positivo, depois de tudo que ele passou, estar apenas dormindo pode ser até uma benção.

Doutor Ângelo nos disse que o meu pai está estável e, ele não se preocupa por enquanto que ele ainda não tenha acordado, mesmo que a sedação já tenha sido retirada, segundo ele, isso é extremamente normal, cada um de nós, nos comportamos de maneiras diferentes em ocorrências como essa.

EFEITO BORBOLETA - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora