Capítulo 30 - Enzo Massarelli

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Alice volta para casa e vem ao jardim ao encontro de mim e de Annie. O seu sorriso está radiante, parece uma criança que ganhou o presente que tanto queria no Natal, e eu já sei até o porque.

Claro que eu fiquei a par de tudo que estava acontecendo no apartamento rebuscado de Dácia.

O segurança ficou em contato direto comigo durante os trinta e um minutos e quinze segundos que a conversa das duas durou.

Ouvi grande parte de tudo que foi falado. Eu não sei o que Vicolli fez, mas ele esteve o tempo todo em uma espécie de videoconferência comigo. A conversa entre as duas era ouvida por mim em alto e bom som. E nem venham com recriminações. Sei muito bem que várias pessoas, se tivesse condições fariam a mesma coisa que eu fiz.

Impossível contar quantas vezes eu senti vontade de sair de casa e ir me encontrar com Alice. O que me segurou foi somente a certeza de que ela iria odiar essa reação da minha parte, e além disso, ela soube muito bem como agir com Dácia.

O que me faz sorrir ao lembrar:

...Enzo é intenso demais, o sexo com ele é sempre provocativo, quente, forte, as vezes chega até a ser rude de um jeito muito bom, deixa toda mulher querendo sempre mais. Seria até bom se na frente da palavra luxúria no dicionário, estivesse escrito o nome do Enzo, afinal, ele é a definição exata desta palavra.

Meu ego foi elevado às alturas, e não porque era qualquer mulher falando. Era Alice dizendo o que sou capaz de fazer com o corpo dela.

E teve uma parte da conversa que Alice soube descrever muito bem o que aconteceu comigo durante uns meses da minha vida.

...Enzo estava lá para foder uma pessoa até conseguir me tirar da cabeça. Quando você diz que ele estava bem, isso é pura ilusão. Enzo passou seis meses no inferno porque o nosso relacionamento tinha acabado. Qualquer coisa que viesse até ele para aliviar toda dor que estava sentindo, era como um presente dos céus. Se você realmente o conhece como disse e, se importasse com ele de verdade, teria percebido que ele estava mau, e só participou destas festinhas, para se esquecer de mim, nem que para isso precisasse fazer uso de mulheres frívolas e inconsistente como você.

Alice estava certa. Nessa época da minha vida eu só tinha um propósito para participar dessas "festinhas", e era bem simples: Esquecer por maior tempo possível de Alice.

Por algumas horas eu não pensava nela. A minha cabeça era tomada somente pelas melhores depravações que existe.

Claro que no outro dia batia a ressaca moral. Eu ficava mal de verdade, era quase tão pior que encher a cara de uísque vagabundo, mas foi essa a forma que eu arranjei para sobreviver por um tempo.

- Olá meus amores.

Ouço a voz de Alice antes de vê-la, e só por isso eu já tenho vontade de sorrir. Os tempos ruins ficaram para trás.

EFEITO BORBOLETA - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora