Capítulo 54 Enzo Massarelli

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Como foi mesmo que conseguiram me convencer a sair de Milão? Porque eu me deixei levar pela insistência do meu pai e do meu irmão?

Isso aqui é meu, é o meu território, a minha casa. É mesmo justo eu abandonar tudo por causa de Nicolas?

Que fique claro, eu não tenho medo dele.

Claro que tinha que ter o dedo do meu pai nessa história. Tá tudo bem, eu entendo a sua preocupação, talvez se fosse eu no lugar dele as coisas poderiam ser bem diferentes, eu só mandaria o piloto arrumar o jatinho, e mandaria qualquer um dos meus filhos para bem longe até que tudo tivesse sido resolvido. Pelo menos meu pai conversou comigo antes e ainda me deu alternativas para onde ir.

Passo uma mão pelo cabelo enquanto olho pela janela da parte de trás do meu carro.

Vicolli dirige de volta para casa e uma hora ou outra me olha pelo retrovisor. Eu sei que foi ele que falou para Lucca que Santiago estava na LGRM, e o pior é que eu não estou com raiva dele por ter feito isso. Vicolli trabalhou com o meu irmão antes de abrir a sua agência de segurança, os dois são amigos há bastante tempo, com certeza Lucca pediu para ele ficar de olho em mim, já que eu me preocupo muito com Alice, Annie e meu sogro, mas quando se trata de mim, da minha própria segurança, aos olhos de Lucca, eu sou um pouco relapso.

Caramba, preciso conversar com Vicolli sobre a nossa viagem que segundo Lucca terá que ser em no máximo dois dias. Quero que Vicolli e mais dois agentes vá conosco para Flórida e outros dois vá com Álvaro e Arminda para o Lago D'orta. Acredito no que o meu irmão falou que não irão procurá-lo lá, mas eu prefiro ser mais cauteloso do que insensato.

- Estamos chegando. - Vicolli fala no microfone do seu rádio comunicador para alguém que está dentro da minha casa, para que o portão seja aberto e nós não precisemos ficar do lado de fora esperando.

Passamos pelo portão e eu olho em volta. Um dos seguranças está na porta de casa esperando o carro parar, e com certeza ainda deve ter mais dois dentro da sala destinada aos monitores que reproduzem imagens das câmeras instaladas pela casa.

Respiro fundo, ainda não me acostumei com essa vigilância toda, não vejo a hora de acabar com isso.

Vicolli abre a porta para mim, fecho o meu paletó depois de descer do carro. - Vicolli, depois do jantar eu gostaria que fosse me encontrar no meu escritório, precisamos acertar alguns pontos, nós vamos viajar.

Ele me olha. - Tudo bem senhor. Vou procurá-lo mais tarde.

Balanço a cabeça concordando e vou para a porta, mas antes de abri-la sou surpreendido quando ela se abre de repente e minha filha pula no meu colo.

- Papai, o senhor chegou, já estava com saudade. - seguro-a em meus braços e sorrio. Annie tem cheirinho ainda de bebê mesmo que já seja uma menininha de quase seis anos.

- Filhotinha...- caminho com ela para dentro de casa.

Beijo o rosto dela um monte de vezes seguidas e ela gargalha se contorcendo em meus braços, enquanto olho para Alice que sorri para nós da porta do hall, e então me dou conta do porque me sinto o homem mais feliz do mundo.

Tenho a mulher que amo a minha espera e que guarda em seu ventre o meu filho, e tenho a minha menina que me recebe fazendo festa como se não me visse a dias.

Eu as amo com toda a força do meu ser.

- Annie querida, nem parece que nos vemos na hora do almoço. - eu a beijo de novo várias vezes e ela ri não conseguindo me responder.

EFEITO BORBOLETA - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora