Capítulo 45 - Enzo Massarelli

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A vida começa a voltar a rotina, uma rotina atrapalhada mas ainda assim, o mais perto do que tínhamos antes.

Estamos em casa e isso é muito bom. Os nossos horários estão mais próximos do que tínhamos antes, Annie está de volta aos seus costumes e adorando ser paparicada por Ofélia, que faz todas as suas vontades.

Quanto a escola, as suas aulas já começaram, mas eu e Alice ainda não decidimos o que fazer. Por enquanto estamos tentando adiar, mas Annie nos pergunta todos os dias quando as suas aulas começaram, ela está ficando ansiosa, e nós estamos ficando angustiados por não conseguir decidir o que fazer.

Eu venho para a LGRM todos os dias, e embora tenha feito muito trabalho por home office, ainda ficou muita coisa que eu tive e, ainda tenho que resolver.

Alice está tendo que se dividir em três. Ela vem para a empresa(porque ela faz questão disso), vai comigo para casa, almoçamos com Annie e depois na parte da tarde vai para o hospital, onde passa algumas horas com o pai.

Somos vigiados durante vinte e quatro horas por dia. A nossa casa parece mais uma subestação de vigilância.

Meu querido irmão adotou métodos de proteção que eu nem imaginava que existia. Os únicos lugares que não tem câmera instaladas são no nosso quarto, nos banheiros, e nos quartos dos nossos ajudantes, como a minha querida Ofélia.

No quarto de Annie? Sim, Lucca, fez questão de colocar, e eu e Alice aceitamos. Essa em especial está com monitoramento no meu computador na empresa e, também no computador dele na delegacia, além claro dos seguranças em uma parte reservada da nossa casa.

Por falar nisso, o que me deixa mais calmo, é que os homens que estão trabalhando internamente, se fazem quase como fantasmas, eu apenas me dou conta da presença deles, quando tenho que ser notificado de alguma coisa, como por exemplo uma visita que chega sem ser anunciada previamente, como foi o caso da minha mãe que esteve em casa ontem para nos ver, e não nos avisou antes.

Dona Caterine disse que estava com saudade de Annie, Alice está fazendo jogo duro. Annie só sai de casa conosco e mesmo assim cercada de seguranças.

Eu não a culpo por isso e, ainda dou todo o apoio, mas gostaria que ela não tivesse que se preocupar, ela já tem tanta coisa na cabeça.

Álvaro tem se recuperado bem. Está fazendo a fisioterapia normalmente e quase não está mais precisando de ajuda do cilindro de oxigênio para respirar, e segundo o que o doutor Mariano disse, deve ter alta em um dia ou dois, o que é um alívio para nós em muitos sentidos.

Conversando com Selene sobre a indicação que o doutor Mariano nos deu a respeito da Neuroterapia. Ela nos disse que Álvaro poderia ainda no hospital começar a fazer as sessões, e que sim isso seria um complemento das suas sessões de terapia.

Ficamos eu e Alice olhando um para cara do outro sem saber exatamente como isso poderia acontecer, Álvaro já estava passando por tanta coisa.

- Meu pai aceitou passar com a terapeuta. Será que mais isso não será demais para ele? - ela perguntou para Selene.

- Na verdade a Neuroterapia consiste na utilização terapêutica de diferentes estratégias, e o objetivo dela é diminuir os sintomas resultantes de disfunções do sistema nervoso central. É uma forma de tratamento não obstante aos remédios que ele toma todos os dias e também não interfere em nada das sessões que ele vem tendo com Aurora. Além disso não é invasiva, e não existem efeitos secundários. - Selene explicou. - Seu pai sofreu um trauma fora do comum, por mais que ele tente, os momentos em que esteve sob guarda de Nicolas, ainda vão estar na cabeça dele, e seria justo que tivesse ajuda para enfrentar todos esses traumas.

EFEITO BORBOLETA - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora