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Algo pontudo perfurou minha pele e senti também meu coração sendo perfurado fazendo assim minha visão ficar totalmente embaçada e aos poucos tudo ia se tornando escuridão, minha respiração começou a falhar, até que sangue começou a sair de minha boca, o som agudo e ensurdecedor envadia meus ouvidos até que toda a minha visão ficou escura por completo e nada mais eu ouvia...
Abri minhas pálpebras devagar e com uma certa dificuldade. Minhas costas doíam, tentei passar a mão por ela e quando subi mais na altura em que o coração fica, havia um corte profundo ali. Quando percebo onde estou me assusto e me sinto confusa, estou em uma floresta escura mas um pouco ao longe tinha umas luzes não muito fortes mas dava para enxerga bem.
Caminhei em direção onde a luz brilhava mas me viro bruscamente quando escuto uma voz feminina e uma mão se apoia em meus ombros:
- Any? Filha é você?... - me viro e vejo uma mulher linda, era minha mãe, (mas esperaaí, eu morri?...). - Não Any você não morreu. - ela diz como se tivesse lido meus pensamentos e sorrir fraco.
- Mas... - lembranças da morte de minha mãe passam em minha mente e isso me deixa triste. - Você está morta mamãe. - direciono meu olhar para baixo sentindo o vazio que tem dentro de mim, ela me puxa para um abraço em forma de conforto. Depois de um tempo abraçadas matando a saudades que sentíamos uma da outra, resolvo quebrar o silêncio que pairava entre nós: - Se eu não estou morta... O que aconteceu exatamente para que eu esteja nesse lugar? - pergunto curiosa.
- Você foi atingida por uma flecha, um caçador que lhe causou isto, isso faz com que você "morra" - ela diz fazendo aspas com as mãos. - Basta a flecha ser tirada do seu corpo que você volta a vida, mas o que eu não entendo é que a flecha já foi removida, então por que você ainda está aqui?. - ela diz pensativa.
- Porque nós estamos impedindo ela a ir. - dessa vez escuto uma voz masculina que eu conheço bem.
- Papai... - me viro com lágrimas nos olhos e vou rapidamente na sua direção e o abraço. Se isso é um sonho eu quero que ele nunca acabe!.
- Minha Solzinho... - esse apelido, que saudades que eu estava de escutar-lo... tudo está sendo tão real.
Mamãe se junta a nós dois no nosso abraço e ficamos assim até que nos separamos e meu pai diz:
- Você tem que voltar filha... - ele diz o que eu mais temia escutar.
- Nós estamos bem minha pequena... - mamãe diz e eu pude sentir a insegurança na sua voz, ela não está falando a verdade para mim. - Seu lugar não é aqui e sim com seus amigos que se importam com você e nesse momento estão bem preocupados com você... - ela diz com os olhinhos tristes e meu coração doí por ver isso...
