Joana Benett, vinte e oito anos, tem o sonho de ser mãe, mais não tem o cem por cento do apoio do marido. Depois de três terríveis abortos espontâneos, decide procurar um médico para descobrir o que tem, descobre que por conta dos contraceptivos dif...
Desde que conheci Joana, não consigo a tirar da cabeça, sinto que ela está passando por momentos bem delicados e isso acaba despertando meu lado protetor.
A semana passou rápido e logo Matteo completa três meses, logo completará os três meses de morte de Eva, as vezes parece ireal que ela tenha morrido, parece até pecado pensar isso, minha mãe quer comemorar mais ainda não está decidido.
- Eu não sei mãe - falo indeciso.
- Vai Maurício, não comemoramos os dois primeiros meses dele como Eva queria - ela toca no nome dela sabendo que vai me acertar em cheio.
- Tudo bem mãe, você venceu - digo suspirando.
- Ótimo, então eu vou organizar tudo para a festa, vai ser no final de semana, pode convidar quem quiser - avisa antes de sair praticamente correndo da minha casa.
Não duvido nada que ela vá convidar meio mundo para essa festa, minha mãe é meio exagerada, ela sempre foi festeira, era ela que organizava e organiza todos as festas.
O choro de Matteo pela babá eletrônica me desperta dos meus pensamentos, subo as escadas caminhando até seu quarto, o encontro vermelhinho em sua cama de cerquinha branca.
- Oi filhão - o pego balançando-o para parar de chorar - O que você tem? É fome? - pergunto saindo de seu quarto.
Desço as escadas novamente indo até a cozinha, abro o armário pegando sua mamadeira e o leite em pó especial, próprio para um recém nascido que nunca mamou leite materno, ele substitui o leite da mãe, dizem que tem o mesmo gosto, o preparo no micro-ondas para esquentar um pouco.
O apito do micro-ondas avisa que já está pronto, testo para saber se não está muito quente, caminho para sala me sentando no sofá coloco a mamadeira em sua boca e fico observando cada detalhe de sua feição e o corpinho, ele se parece muito comigo, ele só tem a mesma manchinha nas costas que a Eva tinha igual.
🌼🌼🌼
Estava na cozinha do meu restaurante supervisionando o preparo da comida, como faço todos os dias, quando Hélio entrou todo espafalhasatoso, é raro ele aparecer aqui na cozinha já que é ele quem recebe e mostra a mesa para as pessoas.
- Patrãozinho, o senhor não vai acreditar em quem acabo de receber lá no salão - fala em tom de mistério.
- Quem Hélio? O presidente? - pergunto distraído.
- Não, melhor ainda. A morena que almoçou com o senhor e seu filho outro dia e ela pediu o especial do dia - responde e o olho imediatamente.
- Em que mesa ela está? - questiono.
- A sete - fala antes de sair sorridente, mas volta novamente parecendo ter se lembrado de algo - E ela está acompanhada de uma mulher, acho que são parentes pela semelhança, então são dois pratos especiais do dia.
Quando ele finalmente sai, ponho-me a trabalhar no especial do dia, que consiste em: strogonoff de frango, com uma porção de arroz branco acompanhado de legumes grelhados e depois fritos rapidamente no azeite com cebolinha, coentro e orégano, e a salada é opcional.
Decoro o prato com uma folha de coentro e os arrumo na bandeja, partindo rumo a mesa sete, ao chegar lá comprovo que é mesmo Joana e que está acompanhada de uma mulher mais velha que ela.
- Maurício - diz surpresa ao me ver.
- Olá, como vai? - pergunto colocando seus pratos a sua frente.
- Vou bem, está é minha irmã Juliana e esse é Mauricio, de quem lhe falei.
- Muito prazer, seja bem vinda ao meu restaurante - falo.
- Obrigada - Juliana agradece.
- E Matteo, como está? - Joana pergunta e volto minha atenção para ela, que parece mais bonita desde a última vez que a vi.
- Maior a cada dia. Essa semana ele faz três meses e a minha mãe vai fazer uma " pequena" comemoração, esse final de semana na casa dela, queria te convidar se você estiver disponível é claro, você também está convidada - digo para sua irmã, que confirma com a cabeça - Pode chamar seus pais também, parece que nossas mães são amigas da faculdade, junto com a sra. Marques.
- Olha, eu não sabia dessa - ela tem a mesma reação que eu tive quando soube.
- Agora eu tenho que voltar para a cozinha, foi um prazer lhe conhecer - falo para Juliana - Espero que aproveitem o almoço.
Me despeço delas voltando para a cozinha, onde fico até as nove da noite, quando saio do restaurante vou direto para a casa dos meus pais para pegar meu filho.
Abro a porta da casa deles com a minha chave e logo entro na sala encontrando meu pai brincando com Matteo enquanto ele só fica olhando o avô sem entender nada.
- Quem é o bebê do vovô? - pergunta para o neto - É o Matteo - ele mesmo responde fazendo meu filho sorrir ao ouvir o próprio nome.
- Pai, ele só tem três meses, provavelmente só entende o próprio nome - me pronuncio lhe assustando.
- Já não tenho o coração tão jovem assim garoto, tem que parar de me dar sustos assim - diz me repreendendo enquanto se levanta com Matteo no colo.
- Onde está a mamãe? - pergunto não a vendo na sala.
- Na cozinha, preparando tudo para a festa do Matteo, conhece sua mãe - responde e concordo com a cabeça.
Caminho até lá seguido por meu pai e Matteo, mamãe está de costas para mim, chego sem fazer barulho e beijo sua bochecha, ela se assusta soltando um grito.
- Boa noite, mamãe - gargalho quando ela coloca a mão no peito.
- Menino, onde está a educação que eu te dei - diz vindo me abraçar.
- O que a senhora está aprontando para essa festa? - pergunto escorrando na ilha que tem no meio da cozinha.
- Estou só preparando tudo o que o meu neto tem direito - responde voltando sua atenção para o notebook.
- É, mais seu neto tem só três meses, não um ano - digo caminhando até a geladeira e pegando uma garrafa de água.
- Ah, mais quando ele fizer um ano vai ter uma melhor do que essa - fala e não duvido que ela faça isso.
Umas das empregadas me servi um sanduíche, que sempre como quando venho pegar Matteo, apesar de jantar no restaurante, depois disso pego Matteo que já está no décimo quinto sono e vou para casa.
Quase não dormir a noite, Matteo passou a noite em claro com cólicas, o pior pesadelo da vida de um pai sozinho e com um bebê de três meses.
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