— Você parece radiante, o que aconteceu? — é a primeira coisa que Juliana pergunta ao me ver quando chego na empresa.— Sério? Será que é porque a minha inseminação é daqui uma semana — respondo quase não me aguentando.
— É verdade, as semanas estão passando mais rápidas do que eu posso imaginar — ela diz caminhando ao meu lado, até minha sala.
Deixo minha bolsa no canto da mesa, sentando na minha cadeira suspirando.
— Você está bem? Desde que sentou já suspirou umas duas vezes — pergunta me trazendo de volta.
— Estou, só ando com muito sono e fome ultimamente, e digamos que Maurício só tenha a cara de santo — respondo enquanto ela faz careta.
— Eu não preciso saber sobre sua vida sexual, garota — diz em forma de repreensão mas, sei que está brincando.
O que me faz gargalhar.
¤¤¤
Trabalho por toda manhã sem parar, eu estava funcionando a base de cafeína que minha secretária trazia de meia em meia hora para mim mas, a tarde ele começou a me dar enjoô, o que tornou meu dia difícil.
Quando encerrei meu expediente estava mal, não sei como consegui chegar até a casa do Maurício, me joguei no sofá colocando os pés na mesinha de centro fechando os olhos suspirando. Ao longe escuto o som da porta de entrada abrindo e sei que Maurício acabou de chegar em casa.
— Joana? Você está bem? — pergunta preocupado.
Abro os olhos vagamente e vejo ele se abaixando ao meu lado segurando a cadeirinha de bebê com Matteo dentro.
— Não muito, estou enjoada. Acho que o café não me fez bem — respondo voltando a fechar os olhos.
— Quer ir ao hospital? — nego com a cabeça em resposta — Vou deixar Matteo no quarto e volto para te ajudar — diz antes de se levantar e sair da sala subindo as escadas para o segundo andar.
Acho que acabei cochilando enquanto esperava Maurício, porque quando acordei ele estava me levando nos braços e logo sinto o colchão as minhas costas.
— Obrigada — agradeço apoiando minhas costas nos travesseiros o mais confortável possível.
— Eu vou fazer um chá de hortelã, que é muito bom para enjoou, pra você. Volto logo — diz me dando um selinho antes de sair.
Aproveitei esse tempo para tomar um banho rápido e a cada minuto parece que o enjoou ia piorando, até que não aguentei e me debrucei sobre o vaso sanitário e despejei tudo o que comi ao longo do dia, quando me deitei na cama Maurício entrou com uma bandeja.
— Eu trouxe uma sopa leve de legumes e o chá de hortelã — fala colocando-a em cima do criado-mudo, sentando-se ao meu lado — Vem, eu te ajudo a sentar. Você está bem? Estou te achando pálida.
— Estou bem — minto.
Não quero que ele saiba que estou tão mal, que acabei de por toda a comida que comi para fora, se não ele vai querer me levar ao hospital.
— Tem certeza? — pergunta preocupado.
— Sim.
Ele pega a tigela com a sopa e vem com a colher em direção à minha boca mas, faço careta assim que sinto o cheiro da sopa.
— Você precisa comer — insiste levando a colher em direção à minha boca novamente.
— Eu não consigo... Acho que vou vomitar se tentar comer — digo fazendo-o parar — Vou tomar o chá, está bem.
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O Recomeço de Joana :*
RomanceJoana Benett, vinte e oito anos, tem o sonho de ser mãe, mais não tem o cem por cento do apoio do marido. Depois de três terríveis abortos espontâneos, decide procurar um médico para descobrir o que tem, descobre que por conta dos contraceptivos dif...