O dia amanheceu lindo e ensolarado, por isso convidei Angelina e mamãe para irem comigo ao shopping terminar de comprar o enxoval da Skylar e até agora o trânsito tem colaborado.- Você não deveria estar dirigindo, meu amor - Maurício me repreende do outro lado da linha.
Desde que o restaurante foi assaltado, Maurício tem ido trabalhar todos os dias e se esforçado para que essa notícia não se espalhe na mídia, isso prejudicaria o seu restaurante.
- Eu sei, essa vai ser a última vez, eu prometo - digo risonha - Agora eu preciso desligar, o sinal abriu. Te amo, até mais tarde.
- Te amo mais - diz antes de desligar.
O sinal abre e coloco o carro em movimento pegando a BR mas, ao fazer uma curva meu carro é fechado por uma van de pequeno porte, fazendo-me frear com tudo, meu corpo é jogado para frente batendo minha testa no volante e logo a sinto arder, ao passar a mão no local ela volta vermelha.
De repente a minha porta é aberta e antes que eu possa reagir, um pano com cheiro forte é colocado em meu nariz, que aos poucos vai me fazendo perder os sentidos.
•••
A primeira coisa que constato ao acordar, além de que estou vendada, é que minha cabeça está doendo, sinto que minhas mãos e pés estão amarrados, não faço ideia de onde estou mas, os meus outros sentidos diz que não é um lugar bom.
Não sei quanto tempo se passou mas, escuto algo como um portão se abrindo e logo passos se aproximam, meu corpo se enrigesse ao sentir uma mão dessamarrando a corda que estava em meu pé e em seguida a venda é retirada dos meus olhos e não posso acreditar no que vejo.
- Thales?
- Surpresa, eu avisei - diz frio.
E aí me lembro da ameaça que ele me fez, quando foi ao meu escritório na revista.
- O que vai fazer, Thales? - pergunto receosa e com medo.
- Vou fazer você pagar por não ter me ajudado, da maneira mais dolorosa possível - responde olhando para minha barriga e logo entendo o que ele quis dizer.
- Por favor Thales, não faça nada, minha filha é inocente - peço já chorando.
Tento me afastar enquanto ele vem se aproximando mais de mim.
Começo a gritar por Socorro, o mais alto que consigo.
- Grita, pode gritar à vontade, ninguém vai te ouvir mesmo - fala rindo como um louco.
Paro de gritar assim que sinto minha barriga ficar dura e minha filha parar de mexer, solto um grito silencioso quando a primeira contração me atinge.
Sinto minhas roupas molhadas, a bolsa estourou.
- Péssimo momento para nascer filha - sussurro para ele não ouvir e resolva fazer algo com minha filha.
- Eu vou fazer uma ligação, fique bem quietinha aí - diz se afastando com o celular na orelha.
Inspiro e expiro devagar como a médica me ensinou, mas as contrações está vindo cada vez mais fortes e rápidas.
- Aguenta mais um pouquinho filha, logo o papai vem nos buscar - volto a sussurrar, só que dessa vez não o ouvi se aproximar novamente.
- O que você acabou de sussurrar aí? - Thales, pergunta me assustando, esqueci que as vezes ele conseguia ser bem silencioso quando queria.
- Nada - respondo tentando manter a voz calma e não deixar nada transparecer.
- Por que está suando tanto assim? Está com febre?- questiona colocando a mão em minha testa - O que é isso? Sua bolsa estourou? - pergunta olhando minhas roupas.
Tento me afastar dele a todo custo mas, ele me puxa de volta.
- O seu bebê vai nascer - afirma.
- O que está fazendo? - pergunto quando ele levanta a barra do meu vestido.
- A sua filha já vai nascer, não dá tempo de chegar ao hospital, vamos ter que fazer o parto aqui e agora - fala puxando minha calcinha e tento fechar as pernas.
- O que pensa que está fazendo? - ofego com mais uma contração.
- Sou obstetra também, esqueceu - diz.
- Por... Por que está... me... ajudando?
Percebo ele pegar uma maleta.
- Hábitos de médico - explica quando percebe para onde estou olhando - Depois que falei com minha mãe no celular e antes que pense que ela está sabendo sobre isso, ela não sabe.
- Eu não pensei - digo.
- Percebi que estava fazendo uma besteira e que não deveria fazer isso... Agora, quando uma contração vier, você empurra com toda força - fala e concordo com a cabeça.
Ele mal fecha a boca e a próxima contração vem, empurro do jeito que ele falou, repito o mesmo processo durante trinta e cinco minutos, caio para trás cansada e então faço força uma vez.
- Vai, eu já estou vendo a cabeça - incentiva.
Faço força uma última vez e sinto quando ela finalmente sai de dentro de mim, chorando alto e forte.
- Ela tem ótimos pulmões - ele fala cortando o umbigo umbilical dela, enrolando-a em um pano me entregando ela - Aqui está.
- Oi meu amor, aqui é a mamãe. Bem vinda minha Skylar, mamãe te ama muito - falo alisando seu rostinho que ainda está sujinho de sangue.
Ela para de chorar assim que começo a falar com ela, então ela abre seus pequenos olhos que são tão azuis quanto os do pai e do irmão, o que me encanta mais ainda e me faz quase morrer de amores por ela.
De repente começamos a ouvir som de sirenes da polícia.
- Você não vai fugir? - pergunto olhando para ele.
- Não, na verdade fui eu que os chamei, após falar com minha mãe. Eu vou me entregar, assim minha pena vai ser menor - responde levantando-se.
Ele caminha até o portão do galpão, Thales fica parado lá esperando pela polícia, que chega poucos minutos depois.
- Mãos para cima - um dos policiais fala apontando uma arma para ele.
Enquanto Thales é algemado e levado até a viatura, dois policiais entra no galpão e logo vejo Maurício vindo atrás deles.
- Meu amor - ele estanca no meio do caminho ao perceber nossa filha em meus braços - Meu Deus, é a nossa filha?- pergunta e confirmo sorrindo emocionada.
* desculpe a demora para postar, o wattpad deu uns probleminhas esses dias que não nao deixava eu entrar nas histórias e nem entrar nas minhas, ontem que voltou ao normal, desculpem mais uma vez.
Beijocas 😘😘😘
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O Recomeço de Joana :*
RomanceJoana Benett, vinte e oito anos, tem o sonho de ser mãe, mais não tem o cem por cento do apoio do marido. Depois de três terríveis abortos espontâneos, decide procurar um médico para descobrir o que tem, descobre que por conta dos contraceptivos dif...