Hoje quase tive um ataque de nervos, consegui marcar de última hora uma consultar com a sra. Marques, por causa disso tive que trazer Matteo comigo, mamãe tinha reunião em um dos clubes que ela participa e não podia ficar com ele.Tem vinte minutos que a recepcionista recebeu uma ligação e saiu correndo e dez que Matteo não para de chorar. De repente a moça alta de cabelos claros e olhos verdes, muito bem vestida sai da sala da sra. Marques, ela olha para a recepção e depois se vira olhando para nós, até que ela começa a andar em nossa direção.
- Com licença, precisa de ajuda? - ela pergunta olhando para Matteo.
Será que meu desespero está tão evidente assim, que fez uma estranha vir oferecer ajuda.
- Olha, eu estou bem desesperado e logo vou entrar, então vou aceitar sua ajuda - cedo porque a sra. Marques vai me chamar.
Assim que ela pega Matteo no colo, o espertinho para de chorar, a moça ocupa o assento ao meu lado.
- Sou Joana Benett - se apresenta estendendo a mão, que perto das minhas são pequenas.
- Maurício Harper e esse pequeno é Matteo - aperto sua mão e posso jurar que sentir um choque passando por nossos mãos.
- Você é muito lindo Matteo - o safado abre um sorrissinho.
Esse moleque quase nunca sorrir, mais é só uma mulher bonita o elogiar que ele se abre todo.
- Maurício Harper, vamos é sua vez - sra. Marques aparece na porta me chamando.
- Você quer que eu olhe ele, enquanto está lá dentro? - pergunta e a olho desconfiado - Pode pedir para deixar a porta aberta, de lá você vai poder me ver cuidar do seu filho e não sequestra-lo, como está imaginando.
- Você me pegou... Vou confiar em você, sei seu nome e sei que é dona de uma revista famosa, a polícia vai saber onde te encontrar - aviso antes de me levantar.
Escuto a risada dela antes de entrar na sala da Srª. Marques, deixando uma pequena fresta aberta.
- Bom dia, Maurício - saúda enquanto me sento na poltrona em sua frente - Quer me contar o que te fez pedir uma hora urgente assim, sua consulta era amanhã.
- Eu quase tive um ataque de nervos. Nada me tira da cabeça que foi aquele médico que matou minha mulher, ela era a saúde em pessoa, todos os médicos nos garantiu que o parto seria um sucesso, ela na iria fazer cessaria e sim normal... A bolsa estourou direitinho, ela estava pronta para o parto normal, mais aquele médico insistiu em fazer cessaria, ela aceitou porque não estava suportando a dor.
A essa altura já estava soluçando, toda vez que toco nesse assunto fico desse jeito.
- Maurício, o que está me contando é muito sério, você deveria processar esse hospital e esse médico - aconselha.
- A senhora esta certa - concordo.
- Sim.
- Eu sei, já fiz isso, mas ainda estou vivendo meu luto, é difícil processar que sua esposa morreu - falo mais para mim do que para ela.
Fico um tempo calado processando tudo o que acabei de dizer, mamãe estava certa, me sinto leve ao falar com a sra. Marques. Olho pela fresta da porta e fico observando Joana brincando com meu filho, ela é a primeira mulher que deixo pegar meu filho além da minha mãe.
Matteo é muito celetivo com quem pega-o no colo, estou muito surpreso ainda que deixou exatamente uma estranha pegá-lo, ele reluta bastante com os outros.
- Aquela é Joana, é minha paciente também, sou amiga da mãe dela, desde a faculdade, igual a sua, éramos um trio, ela não sabe disso - conta observando Joana também.
- Eu não sabia - digo.
- Não é engraçado, que os filhos das minhas melhores amigas são meus pacientes, apesar de não ser nas melhores circunstâncias - fala e concordo com a cabeça - Maurício, você gosta de esportes? - pergunta mudando de assunto drasticamente.
- Gosto - respondo sem entender onde ela quer chegar.
- Que tal se você começasse a praticar alguns esportes diferentes, que possa incluir um bebê de dois meses - propõe me deixando pensativo.
- Que tipo de esportes?.
- Corridas leve com você, pode ser com ele no carrinho de bebê ou o canguru, atividades na água, com bolas, acho que vai fazer muito bem para os dois - explica e começo a me interessar mais pela ideia.
- Obrigado e pela ideia também, acho que nosso tempo acabou - me ponho de pé, após olhar o relógio de pulso no braço esquerdo.
- Sim e se acontecer isso de novo pode me ligar, a qualquer hora mesmo - enfatiza a última frase.
Balanço a cabeça confirmando, saio indo até meu filho e sua nova amiga e como ela prometeu, cuidou muito bem dele e não fugiu com Matteo.
- É bom ver que não precisarei chamar a polícia para lhe caçarem - brinco parando em sua frente.
Matteo ao ouvir o som da minha voz, fica me caçando com os olhos, para um garotinho de dois meses ele é muito esperto.
- Eu disse que não precisaria - diz sorrindo se pondo de pé com meu filho.
- Você ainda tem tempo livre agora? - pergunto pegando Matteo de seus braços.
- Tenho sim - responde colocando sua bolsa no braço.
- Eu queria saber se aceita almoçar no meu restaurante, por conta da casa, como agradecimento em meu nome e de Matteo.
Ela levanta as sobrancelhas pensativa.
- Para falar a verdade, estou morrendo de fome, então, sim eu aceito - fala e para confirmar sua barriga faz barulhos.
O que acaba nos arrancando gargalhadas de nós dois, faço um gesto com a mão indicando para ela ir na frente, coloco Matteo em sua cadeirinha e pego sua bolsa de bebê saindo atrás dela.
- Eu vou no meu carro e vou te seguindo, está bem? - ela pergunta parada ao lado de um Mustang novinho.
- Tudo bem - concordo.
Coloco o carro em movimento após prender a cadeirinha de Matteo no banco, de dois em dois minutos olho para o retrovisor para conferir se Joana está me seguindo.
Paro meu carro na minha vaga e a espero perto da porta do restaurante, quando entramos peço a Hélio que prepare uma mesa para nós, ao sentarmos peço o especial do dia e para esquentarem o leite de Matteo, enquanto almoçamos vamos perguntando coisas aleatórias um para o outro.
Matteo Emanuel Harper : 02 meses.
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O Recomeço de Joana :*
Roman d'amourJoana Benett, vinte e oito anos, tem o sonho de ser mãe, mais não tem o cem por cento do apoio do marido. Depois de três terríveis abortos espontâneos, decide procurar um médico para descobrir o que tem, descobre que por conta dos contraceptivos dif...