Joana Benett, vinte e oito anos, tem o sonho de ser mãe, mais não tem o cem por cento do apoio do marido. Depois de três terríveis abortos espontâneos, decide procurar um médico para descobrir o que tem, descobre que por conta dos contraceptivos dif...
Minha vida ficou bem movimentada desde que anunciei que ia me divorciar de Thales, ainda não contei o motivo da separação, os únicos que sabem o que aconteceu são Soraia e os empregados da casa, mais estes já estão cientes de que não devem falar nada.
Tenho mantido minha rotina normal, tenho pensado em ir a uma consulta na terapeuta, ela é amiga da minha mãe desde os tempos de faculdade dela.
- Tia a senhora parece diferente - Rafa diz me pegando de surpresa.
Olho para ele, sentado na espreguiçadeira ao meu lado, hoje resolvi passar o domingo na casa de minha irmã, fazia um tempo desde que vim a sua casa, só nos víamos na empresa e na casa de nossos pais.
- Ah é, diferente como? - pergunto curiosa me virando para ele.
- Esta mais bonita, com o olhar brilhante, está até mais jovem - responde me fazendo rir.
- Obrigada querido sobrinho, são seus belos olhos azuis - digo.
Rafael é um amor de menino, educado, brincalhão e muito inteligente para idade, é mimado por todos da família, é um garoto esperto já sabe até que faculdade vai fazer no futuro, advocacia, vai seguir a carreira dos pais.
- O almoço está na mesa - Juliana aparece na porta, que da para a piscina, onde estamos.
- Já estamos indo - lhe responde ficando de pé - Vamos antes que ela venha nos buscar pelas orelhas - enlaço seus ombros.
Adoro vir almoçar ou jantar, na casa da minha irmã porque ela cozinha muito bem, ao contrário de mim que sou uma negação, é por isso que tenho Soraia em casa.
A tarde fui para casa, de volta a minha realidade, desde que expulsei Thales de casa e pedi o divórcio, passei a dormir em outro quarto e tranqueira o antigo, não suporto entrar lá, quando eu superar tudo o que aconteceu, ai vejo o que faço com aquele quarto.
Depois de uns bons minutos na banheira, me sinto mais relaxada e aproveito para responder alguns e-mails da minha mãe, ela não é adepta a mandar e-mails.
{ Querida tomei a liberdade, como sua mãe, e marquei uma hora na terapeuta, que é minha amiga, para você. }
( Para quando?. )
{ Amanhã, às nove da manhã. }
Não sei o que fazer com a mamãe, as vezes acho que ela ainda pensa que eu e Juliana somos crianças.
Guio o carro até o consultório marcado pela minha mãe, estaciono meu Mustang em uma vaga próximo, ao entrar na recepção tem uma loira no balcão e um homem segurando um bebê sentado em uma das cadeiras de espera.
- Tenho uma hora marcada com a sra. Marques, sou Joana Benett - informou a recepcionista.
- Vou avisar que a senhora chegou - diz pegando o telefone levando-o ao ouvir - A senhora já pode entrar.
Dou um aceno de agradecimento para ela e marcho até a porta no final do corredor, bato na porta duas vezes.
- Entre - uma voz feminina fala lá de dentro.
Abro e fecho a porta atrás de mim, a senhora baixinha, loira de cinquenta anos, me recebe com um sorriso simpático.
- Olá sra. Galvea - me comprimenta estendendo a mão.
- Pode me chamar de Benett, esse era meu nome de casada e não sou mais casada - falo apertando sua mão.
- Tudo bem, sente-se - pede indicando a poltrona azul marinho, em frente a sua mesa - Sua mãe me disse que está passando por momentos delicados, quer falar sobre isso? - pergunta.
Suspiro antes de abrir minha boca.
- Esse pesadelo começou quando, eu falei com o meu ex-marido para termos um filho, ele ficou descontrolado mas mesmo assim tentamos e ai eu sofri o primeiro aborto, logo em seguida o segundo e o terceiro... Thales foi se afastando cada vez mais de mim e ai a duas semanas atrás o peguei na nossa cama com outra.
Sinto que vou desabar a qualquer hora, meus olhos já estão cheios de lágrimas não derramadas.
- E como você se sentiu ao ver seu marido na cama com outra? - ela pergunta e me remexo desconfortável na poltrona.
- Me senti em choque, traída. Eu achava que ele era o amor da minha vida, ver meu casamento acabando dia após dia foi doloroso, foram nove anos de casados. Mais eu já estava desconfiada - revelo algo que não falei nem para meu advogado.
- Como assim?.
- Ele dizia que precisava fazer vários plantões, um atrás do outro, eu sei que a vida de um médico é corrida e agitada mais ele passava dias e dias fora de casa, as vezes eu ligava para o hospital e perguntava quando eram os plantões dele, então eu sabia que ele estava mentindo - a essa altura as lágrimas já rolavam por meu rosto.
- Como está se sentindo em relação ao divórcio?.
Penso antes de responder, tentando colocar as emoções no lugar.
- Estou me acostumando com a minha nova realidade, estive tanto tempo com ele que agora vou ter que me readapitar a estar solteira novamente - digo passando as mãos nos cabelos, o prendendo em um coque bagunçado.
- Joana, o que você gosta de fazer no seu tempo livre?.
- Ficar com a minha família e também gostava de ir para a fazenda que eu tinha ou tenho. Comprei essa fazenda a cinco anos junto com o Thales, agora isso é a única coisa que nos une e logo não vai existir nem isso, um de nós vai ter que vender uma de suas partes - relaxo meu corpo unindo as mãos em meu colo.
- Joana, você foi muito bem para a sua primeira sessão, até a próxima.
- Nossa a hora passou rápido, nem a vi passar. Até a próxima srta. Marques.
- Tenha um bom dia srta. Benett, como sabia que eu era srta e não sra? - pergunta.
- Digamos que mamãe fala muito - respondo nos fazendo rir.
Quando saio de sua sala, o mesmo homem com o bebê, ainda esta no mesmo lugar, ele é loiro dos olhos azuis, o menino parece com ele.
Ele parece estar com problemas, o pequenino está vermelho, o que indica que ele esta chorando a horas, exagero, alguns minutos.
Acho que perdi o juízo, porque quando percebo já estou me aproximando deles.
Perdi completamente a cabeça.
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