Roy

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Anne Shirley-Cuthbert

Essa festa: uma merda sem fim. Observei a Josie tentando beijar a Jane, e a Jane se esquivando. Ruby e Moody, grudados. Diana e Jerry sumindo na festa, e Cole e Billy não paravam de se beijar. Tillie conversando com os dois Paul's, e Gilbert muito próximo da Winifred. Bom, eu me pergunto o que estou fazendo aqui a cada 5 segundos, e eu nunca obtenho resposta.

Antes da festa ficar essa droga que está agora, eu consegui algumas fotos. Mas tudo que eu queria era um momento com os meus amigos. Era egoísta da minha parte? Muito. Mas eu odiava sobrar. Decidi então, ficar parada, observando o movimento. Eu olhava sempre para onde o Gilbert estava, mas ele nem me encarava de volta. Depois da minha leve olhada, um garçom se aproxima, me oferecendo uma bebida. Um coquetel? Mas eu não pedi nada. O olho, confusa.

–Querido, eu não pedi por isso. Deve ter errado o pedido. –o vejo olhando para trás, e depois ele se vira para mim novamente.

–Aquele rapaz ali, quis pagar pra você. E perguntou se ele podia sentar aqui. –ele diz apontando para um cara de cabelos castanhos, e aparentemente alto. Assinto com a cabeça, permitindo que ele venha e em seguida, pegando a bebida.

–Obrigada. –agradeço com um sorriso. O garçom se afasta, e o rapaz se aproxima.

–Oi. –a voz um pouco rouca dele me atrai, muito.

–Olá. –dou um pequeno gole no meu coquetel, e um pequeno sorriso surge nos meus lábios. Ele me analisa.

–Então, qual é o seu nome? –coloco um fio do meu cabelo atrás da orelha, e cruzo as pernas, antes de me apresentar.

–Anne. E o seu?

–Eu sou o Roy. –arqueio minha sobrancelha.

–Só Roy? –ele ri de leve.

–Sim, apenas três letras. Meus pais não foram muito criativos. –ele revela, simpático.

–Os meus aparentemente também não foram. –rio sem graça do meu comentário, e abaixo o meu olhar para o coquetel, lembrando dos meus pais. Mas não era a hora nem o momento, não é Anne Shirley-Cuthbert? Percebo seu olhar sobre mim, ele sem saber o que dizer. Droga, estraguei o início de um flerte.

–O que foi, Anne?

–Nada! Meus pensamentos só voaram para longe agora. Desculpe, eu tenho essa mania. –falo nervosa, e parece que ele nota.

–Tem certeza que está tudo bem? –ele insiste mais, e me irrita um pouco.

–Tenho, garoto! Por favor, vamos falar de outra coisa. –digo em tom um pouco alto com as mãos na cabeça, já irritada.

–Desculpe, eu não quis me intrometer. –ele fala calmo, e eu me arrependo de ter praticamente gritado. Ficamos em silêncio por um momento, mas eu o quebro.

–Roy, é um assunto delicado, desculpe. –ele assente, e eu pego em sua mão.

–Tudo bem então. –ficamos ali, com ele olhando para mim. Percebi seu interesse no meu cabelo ruivo, e eu coro com o jeito que ele me olha. Quando olhei para o lado para disfarçar minha vergonha, Gilbert observava de longe. Ele estava conversando com a Winifred, mas não deixava de olhar para cá.

–Então, Roy. –solto minha mão da dele, apenas para pegar o coquetel novamente. –Por que se interessou em mim? –ele demora um pouco de responder, como se procurasse pelas palavras certas.

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