Gyeongju - novembro 2008

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– Senhorita Fragale... – Disse Lee assim que me viu entrar no templo.

– Lee Taemin... – eu também disse o nome verdadeiro dele, ele era conhecido como Lee WeiXiao na china, mas ele sempre foi coreano e esse sempre foi o nome dele, mesmo antes da Coréia ter um senso de nação próprio.

– Fiquei sabendo que estava em Seoul, demorou para vir me visitar.

– Você sabe que não sou muito fã de Gyeongju. – confessei – E não tinha certeza que você estaria logo aqui.

– Em minha terra natal? – ele disse.

Taemin estava sentado em um degrau elevado no salão coreano, hanbok de seda vermelha, confortável e adornado com bordados dourados, assumindo sua verdadeira forma, o jovem príncipe, yangban como era na época, ainda mantendo as riquezas e recursos, sem perder sua majestade após ver e viver tudo que viveu. Era um menino apenas, parecia ainda mais jovial, mas quem o conhecia de verdade sabia que ele era o homem mais perigoso e inteligente que já cruzou o caminho de alguém. Ele foi manipulado apenas uma vez em toda sua história, e não me seria surpresa se isso ainda o machucasse.

– Sim...

– Quanto tempo faz que não pisa em Firenze? – ele perguntou.

– A última vez que pisei em Firenze era meu próprio sangue que corria em minhas veias e não a de um G.I. bêbado. – Taemin riu se levantou e veio até mim. Ele era um palmo mais baixo que eu e por algum motivo ele sempre gostou que sua pupila fosse mais alta. Tocou meus cabelos até as pontas, sorriu cálido e nos abraçamos. Eu senti muita falta dele, é difícil pra mim ficar longe de meu progenitor, é difícil gostar tanto de alguém e ter que abdicar de algo para poder proteger essa pessoa. Eu fechei meus olhos e posso jurar que se ainda fosse humana, eu teria chorado. – Eu sei, eu sei... – ele disse me consolando, e então segurou meu rosto entre suas mãos, seus olhos expressivos eram o suficiente para me dar boas vindas, ele é meu lar. Nos sentamos, ele na minha frente, uma criada veio e nos serviu chá, chá de morango.

– Até hoje? – eu disse sorrindo.

– Chá de morango que a senhorita Fragale gosta tanto.

– Não me chame por esse nome, por favor. – eu disse.

– Você sempre pede, eu nunca atendo e assim caminhamos. É seu nome também e você tem que carregar. – ele deu um gole no chá – Imagino que você já tenha uma ideia de quem tenha feito o que fez com Caius.

– Uma ideia é apenas o que tenho. Eu cheguei a segurar a pessoa em minhas mãos.- Eu então olhei minhas mãos tentando lembrar do que aconteceu e sentindo como se fosse um sonho, me lembrando apenas do que contei a Augustus logo depois do acontecido.

– Você foi comandada?

– Sim. – eu disse – Mas imagina minha surpresa quando eu a segurei e vi ela usando uma camiseta de Koriode.

– Me superestima demais, acha por conta de uma camiseta e minha vaga influencia na universidade já liga todo o acontecido a mim?

– Não todo o acontecido, mas acredito que você sabe quem é a "sentinela" e que até certo ponto você teve controle sobre ela. Eu retirei a moeda de Lidya do meu bolso e coloquei na mesa. – Pouca gente sabia disso. Apenas uma pessoa tinha a última moeda.

Taemin olhou para a moeda incrédulo, se levantou e saiu da sala, voltou momentos depois.

– Essa moeda? – ele disse colocando outra moeda de lydia cuidadosamente depositada em uma caixa de madeira com veludo. Posicionou com força a caixa na mesa, desapontado comigo e com minha desconfiança. Minha consciência pesando como um bigorna após a constatação.

A BaronesaOnde histórias criam vida. Descubra agora